Capítulo 58 - Contra a parede!

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LORENZO:

Mantenho um olhar atento ao relógio de pulso. Faltava quinze minutos para meia-noite.

De repente, escuto alguém chamar meu nome.

— Lorenzo. — era uma voz feminina.

Ergo o olhar e percebo que era Bárbara. Então, ela finalmente apareceu!

Ela se encontrava perto de um poste de luz, onde a lâmpada estava com defeito. Deixando uma parte coberta por sombras.

Furioso do jeito que eu estava, caminho até Bárbara a passos largos e pesados. Ao estarmos bem próximos, reparo que seu olhar estava diferente, mas aquilo não me importava mais.

Agarro o braço dela e a arrasto a força para longe dali. Encontrei um muro lateral do hospital, onde havia pouco movimento. Jogo-a contra a parede e a cerco. A imobilizo imediatamente para que Bárbara não tentasse escapar. E mantenho meu olhar fixado sob ela.

— O que veio fazer aqui Bárbara?! A esta hora ainda por cima! Já te disse para nunca sair da minha vista sem a minha permissão! — perguntei nervosamente.

Porém, para o meu espanto, ela apenas me encara e não diz sequer uma única palavra, ou nem mesmo dar uma desculpa.

Aquilo me tirou do sério! Agarrei o pescoço dela e apertei sem pensar. Mesmo assim, Bárbara parecia indiferente em meio aquela situação.

— Mulher maldita! Eu te dei tudo Bárbara! E o que recebo em troca, hein? Mentiras e armações! Achei que você era diferente, mas não passa de uma víbora venenosa e manipuladora! Essa é você, sempre foi assim desde o nosso primeiro encontro... E pelo visto sempre será!

— E então? O senhor pretende me matar aqui mesmo? — ela diz rouca.

Suas palavras me tocam. Droga! Essa mulher conseguia me atingir facilmente! Ela é a minha fraqueza! Estou preso a ela por esse maldito casamento!

— Lorenzo. — ela me chama.

Ela me faz sair de meus pensamentos. Eu a encaro. Feito isso, relutante, enfim, solto seu pescoço, mas não me afasto de Bárbara por enquanto.

— Mesmo diante de tudo que falei e expus, você não se atreve a dizer nada?! — discuti.

— O que você quer que eu diga? — ela falou meio indiferente.

Agarro o colarinho de Bárbara brutalmente e respondo:

— Não banque a idiota comigo! Posso ter certos defeitos, mas burro eu não sou! Diga-me a verdade! E é melhor não testar minha paciência, Sra. Rodríguez!

Ela me olha de maneira fria e apática.

— Eu fiz o que fiz para não machucar ninguém. A minha resposta para suas dúvidas está neste envelope! — ela disse tirando um envelope branco da bolsa.

Afasto-me e reparo atentamente no envelope nas mãos de Bárbara.

— O que é isso? — questionei.

— Meu boletim médico. A resposta que você quer está bem aqui. A pergunta é: está preparado para saber? — ela me devolve com um aviso misterioso.

Pela primeira vez hesito em fazer tal coisa. Esse envelope poderia ser mais uma farsa dela ou talvez algo que explicasse todos os seus esquemas que fez até agora. Seja o que for, poderia desencadear um suposto problema. Me senti dividido naquele momento.

Isso poderia caminhar para um lado bom ou ruim de nossa história.

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora