BIANCA:
Como havia prometido a Lorenzo, esses cinco dias eu tenho me comportado, descansado bem, me alimentando direito e é claro a cada final do dia, eu trocava meus curativos.
Ao passar o prazo final de repouso que o médico recomendou, coloco uma roupa agradável.
Minha roupa:
Fazia dias que eu não visitava minha madrinha. Hoje parecia ser um dia perfeito para isso! Mando uma mensagem para a Dra. Esther de que logo compareceria ao hospital para vê-la.
Ao descer as escadas, vejo Lídia no telefone e com um gesto, ela me pede para me aproximar.
— Pois não? — perguntei.
— É para você. — ela disse passando o telefone pra mim.
Antes que eu respondesse, ela vai embora, me deixando sozinha com o telefone em mãos. Quem será? Hesito em continuar a ligação por um instante, até que eu ouço do outro lado da linha:
— Bárbara?
— Alô? Quem fala?
Logo escuto um choro.
— Minha neta, como agradeço a Deus por você estar em casa, sã e salva! — exclamou a voz de um senhor.
Logo me dei conta que era o avô de Bárbara. Mordisco meu lábio inferior, sentia-me nervosa. Um arrepio invade o meu corpo, sinto minhas mãos ficarem geladas e trêmulas. Engulo em seco.
Essa era a minha primeira vez que eu conversava com ele. Tento manter a calma e respondo:
— Vovô, como senti saudades!
— Fico feliz em ouvir isso! Que tal você me fazer uma visita hoje? Quero muito vê-la! Ah, e não se esqueça de trazer o seu marido. Gostaria de ter uma conversa com vocês dois.
— C-Claro... Nós vamos sim! Te encontro aí em casa e...
Porém, ele me interrompe e diz:
— Não tem ninguém em casa. Eu estou no hospital.
— O quê? No hospital? O que aconteceu? — perguntei preocupada.
— Não se preocupe muito. Eu estou bem. Bom, aguardo sua visita. Te vejo mais tarde, querida. — ele se despediu e desligou.
Ainda mantenho o telefone em mãos, tentando compreender o que acabou de acontecer. Como ele foi parar no hospital? Bárbara tinha me dito que o avô dela era muito cuidadoso com a saúde. Como acabou assim?
Solto um suspiro meio desanimado. Queria tanto ver minha madrinha hoje, mas parece que terei que deixar para outro dia.
— Espera. O avô de Bárbara quer que eu leve o Lorenzo. E agora? Eu não quero ser a pessoa que irá convidá-lo! Nem eu sei o que ele pensa, e se ele rejeitar o convite? Como vou explicar ao vovô? — murmurei baixinho, agoniada.
De repente, sinto uma mão quente pousar no meu ombro. Pulo para trás com o susto e vejo Madalena.
— Desculpe assustá-la, senhorita. Mas não pude deixar de notar, que parece estar preocupada com alguma coisa.
— Ah, não é nada. Quero dizer, o meu avô me convidou para visitá-lo no hospital... Eu queria falar com Lorenzo que precisarei sair de casa, mas ele é muito ocupado. Tenho medo de atrapalhá-lo. — expliquei meio sem jeito.
Sinto Madalena tocar em minhas mãos e com um sorriso ela responde:
— Que bobagem, meu bem! Certamente o patrão não se incomodará. Confie em mim.
Sorrio meio sem-graça. Desde quando Madalena deixou de ser tão assustadora? Será que estou sonhando?
— Aliás...
Ela fala tirando do bolso um bilhete amassado e me entrega. Ao abri-lo, Lorenzo havia deixado uma mensagem para mim:
"Estarei na empresa durante esses dias. Lamento não ter tempo para vê-la. Enfim, caso precise de alguma coisa, você pode ligar para mim. Estarei à sua disposição. Se cuide."
E embaixo, havia o número dele também.
— Que atencioso da parte dele. — pensei, sorrindo.
Ergo o olhar e Madalena ainda me encarava. Desfaço o sorriso e agradeço desde já.
— Eu vou sair. Tchau Madalena.
Saio de casa apressadamente. Logo, paro em frente a um parque muito bonito. Tomo coragem, pego meu celular e começo a ligar para o Lorenzo. Será que ele vai aceitar? E se não? O que eu vou fazer?
De repente, e para minha surpresa, ouço uma voz masculina atender.
— Alô? Bárbara?
— Lorenzo... Oi... Hã...
— Aconteceu algo? — ele perguntou num tom preocupado.
— Mais ou menos... Na verdade... Eu... Bem... É que...
— Fale de uma vez!
— Meu avô quer marcar um encontro conosco! Você vem comigo? — exclamei apavorada.
Há um momento de silêncio, até que escuto uma risada rápida através da linha telefônica. E finalmente ouço o seguinte:
— Seria um prazer acompanhá-la. Dê-me sua localização agora. E nós vamos juntos!
Como é? Ele aceitou? Assim tão fácil? Sem pedir nada em troca? Não entendo. Como uma pessoa pode mudar tanto da noite pro dia? Esse é mesmo o Lorenzo?
Sinto uma sensação estranha no peito. Tudo aquilo parecia irreal para mim!
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O Coração em Chamas
RomanceNuma noite de lua cheia, a mansão Rodríguez incendeia-se misteriosamente. O culpado tinha como o objetivo de apossar das empresas da família Rodríguez aniquilando todos que viviam naquela casa. O que ele não esperava, é que as gêmeas sobrevivessem...