LORENZO:
Acordo com o barulho de alguém batendo na porta. No início, até achei que tinha ouvido errado, mas depois de ouvir umas quatro vezes, confirmei que não estava sonhando. Reviro-me na cama, com preguiça de levantar.
— Hmmm... Bárbara, atenda a porta. — pedi gentilmente.
Mas o barulho não parou.
— Bárbara? — chamei outra vez.
Ao abrir os olhos, percebo que Bárbara não estava lá. O roupão que ela estava usando ontem à noite estava em cima da poltrona. Ela saiu?
Mais uma vez alguém bate na porta. Levanto ainda meio sonolento. Abro a porta e dou de cara com uma funcionária, aparentava ser um pouco mais velha do que eu. Sua expressão era de seriedade.
— Pois não? — perguntei sem entender nada.
— Perdoe-me a minha intromissão senhor, mas uma mulher chamada Bárbara Rodríguez veio a recepção e desfez a reserva de vocês do hotel. Preciso que o senhor libere o quarto para nossos clientes.
— Ora essa, eu sou um cliente VIP! Vocês não têm o direito de me mandarem embora! E tampouco conheço essa tal Bárbara de quem você falou. — minto no impulso.
A mulher me encara e responde:
— Ela nos deixou uma prova que de fato o conhecia.
Deixo escapulir uma risada franca.
— E qual seria essa prova? — a questiono.
Logo, a funcionária retira do bolso da calça uma aliança dourada. Ao olhar, percebo que é a mesma aliança que coloquei no dedo de Bárbara durante o nosso casamento. E junto ao anel estava um bilhete amassado.
— Bárbara... Você me paga por isso! — penso impaciente.
— Ela disse que quando o senhor lê-se esse papel, tudo seria resolvido. — explicou a mulher.
Já irritado com a ousadia de Bárbara ter aprontado pelas minhas costas, pego o bilhete rapidamente e o desamasso para ler. Assim dizia:
"Aconteceu uma emergência e estou indo para casa. Como não tenho dinheiro suficiente para pagar a diária deste hotel, usei a aliança como garantia. Mas a recepcionista me avisou que esta aliança que você me deu é falsa. Ela não vale nada. Pelo visto, não dá para confiar num cachorro de raça, é melhor confiar num vira-lata qualquer!
Tchauzinho, Lorenzo!"
Ao terminar de ler, cerro meus punhos, cheio de raiva. A mulher ainda me encarava.
— Chame o gerente deste hotel! Eu mesmo resolvo isso com ele! — ordenei irritado já.
— Pode falar o que quiser para mim, pois eu sou a gerente daqui! — defendeu-se a mulher.
Engulo em seco e peço desculpas, mesmo contra minha vontade.
— Essa moça que escreveu o bilhete, quando ela escreveu isso?!
— Há cerca de uma hora atrás. — ela me respondeu.
— Ela disse mais alguma coisa?
— Apenas perguntou qual era a rodoviária mais próxima daqui. Eu respondi que era a Everett.
— Obrigado. Já vou liberar o quarto para você. — falo fechando a porta logo em seguida.
Troco-me de roupa rapidamente. A roupa:
Pensando somente numa coisa: Bárbara Rodríguez... Desta vez, não vou deixá-la escapar!
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O Coração em Chamas
RomanceNuma noite de lua cheia, a mansão Rodríguez incendeia-se misteriosamente. O culpado tinha como o objetivo de apossar das empresas da família Rodríguez aniquilando todos que viviam naquela casa. O que ele não esperava, é que as gêmeas sobrevivessem...