Capítulo 4 - Casar ou não? Eis, a questão!

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LORENZO:

  Chego na mansão do meu avô, esfumaçando de raiva. Coloco meu paletó em cima do sofá, e começo a desbotoar a camisa. Vejo meu avô lendo o jornal na poltrona, acompanhado com uma xícara de chá e um prato de biscoitos degustativos.

  — Brigou com a sua futura noiva, meu neto? — escutei meu avô com um certo tom de ironia.

  Encaro meu avô com raiva e exalto-me ao respondê-lo.

  — A noiva que o senhor arranjou para mim, é a pior da espécie! 

  Vejo um sorriso transparecer no rosto dele, o que me deixa ainda mais irritado.

  — Qual é a graça? Eu posso saber?!

  — Lorenzo, me escute. Eu conheço a Bárbara desde que ela tinha três anos. Ela é bonita, inteligente... Claro, possue um certo temperamento... Mas ainda é a escolha perfeita para ser a nora da nossa família. Não deixe que apenas uma briguinha entre vocês os separe de suas responsabilidades.

  — Olha o que aquela mulher louca fez com o meu terno! De linho, ainda por cima, vô! — exclamei mostrando o estado das minhas roupas.

  — Somos ricos, Lorenzo. Dinheiro não fará diferença. O importante é você marcar outro encontro com a Sra. Rodríguez e se acertarem. — respondeu meu avô tomando mais um gole de seu chá.

  Mas só de me lembrar, o que aquela bruxa me fez passar, não suportaria a ideia de ter que viver o resto da minha vida colado nela.  Perco a linha e respondo ao meu avô  de forma rude:

  — Depois do que ela me fez, e o vexame que me fez passar... Nem morto eu me caso com aquela mulher! 

  Ao ter dito isso, o meu avô bate a xícara na mesa, chamando minha atenção por minhas palavras. Ele se levanta com uma expressão séria, fica de frente para mim e responde:

  — Não arruíne a reputação de nossa família! Acabei de anunciar a imprensa que o casamento entre as duas famílias irá acontecer definitivamente! É sua obrigação, meu neto, cumpri-la.

  — Do quê?! De me casar com aquela muher maldita?! Vô, sei que os negócios não vão muito bem na empresa. Mas penso que um casamento arranjado não seja a melhor opção! — questionei, tentando desistir do nosso plano.

  — Basta! Se ela o rejeitou, pouco me importa! Avance pra cima dela, tente seduzi-la, até ela cair aos seus pés! Ninguém casa mais neste mundo em busca de amor, apenas de interesses, poder e dinheiro. Você já devia ter aprendido isso! — discutiu o avô.

  Suspiro, pois estava exausto daquela conversa. Ergo meu olhar e digo:

  — Tá. Que seja! Então, o que devo fazer agora?

  — Apenas descanse. Mais tarde, entrarei em contato com o Sr. Samuel. Se Bárbara continuar a negá-lo, a obrigaremos! E em dois dias vocês estarão oficialmente casados! — avisou o avô da família LeBlanc.

  — E se ela fugir do casamento? — pergunto, provendo a real situação, após ver com meus olhos o temperameno daquela bruxa.

  — Confie em mim. Não haverá essa possibilidade! Você vai ver.

  Apesar do meu avô apenas estar pensando no bem da nossa família, ver o que presenciei hoje, acredito que meu avô não será capaz de controlar aquela mulher. Mas pensando bem? Basta seduzi-la! Afinal, nenhuma mulher consegue resistir a mim por muito tempo.

  — A farei pagar pelo que fez comigo. — murmuro com a intenção de me vingar.

  Troco de roupa rapidamente e caio na cama para relaxar, como meu avô lhe havia ordenado. Depois do que aquela mulher me fez, tirar uma folga do trabalho hoje é o mínimo!

  — Espere por mim... Bárbara Rodríguez!



O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora