Capítulo 42 - Abaixe a arma

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LORENZO:

Finalmente conseguimos escapar dos bandidos. Corremos até alguns quarteirões a frente. Paramos para descansar num beco largo e pouco iluminado. Já era tarde, e as ruas estavam desertas. Encosto a cabeça na parede para recuperar o fôlego.

Para a minha surpresa, escuto risadas. Olho para Bárbara, ela estava rindo. O que é tão engraçado? Ela acha que arriscar a própria vida é algum tipo de brincadeira? Aquilo me fez encher de raiva.

Ela olha para mim, sorri e diz, estendendo a mão empolgada:

— Conseguimos! Toca aqui!

Mas para o azar dela, eu estreito os olhos e franzo a testa para cima dela. Eu não estava com raiva, e sim furioso! Com o pouco de luz que havia no beco, sombras dominam meu rosto, causando um semblante mais sombrio.

Vejo os olhos dela tremerem de medo. E devia mesmo! Pois eu não estava para brincadeiras!

— Tem noção do quanto foi tão idiota agora?! Como pode ser tão imprudente?! Primeiro você fugiu de casa e causou toda essa confusão. E agora, se atreve a ficar feliz mesmo depois de quase morrermos! Não pensou nas consequências, Bárbara?! — exaltei-me em questioná-la.

— Lorenzo, eu...

Bárbara tenta dizer algo, mas eu a interrompo:

— Se continuar aprontando, minha reputação será arruinada! Serei difamado por todos e pela imprensa também!

— Que crime cometi para falar desse jeito comigo? — ela me perguntou, encarando-me.

Desvio o olhar, não queria vê-la chorar. Sinto seu olhar sobre mim ainda. Então, Bárbara começou a discutir comigo:

— Desde que eu vim para a sua casa vivi um inferno esses dias, sabia disso?! Eu apenas queria ter o mínimo de paz! Por que você sempre põe a culpa em mim?!

Seguro seus ombros fortemente, sem piedade, e os aperto. Coloco-a contra a parede e a encaro ferozmente, declarando:

— Porque você é a ruína da família LeBlanc, Bárbara! Você foi a pior coisa que aconteceu comigo! Você foi imprudente ao entrar na minha vida, violou as minhas regras e mesmo assim se recusa a admitir seu erro!

Após essas palavras, seu olhar se torna melancólico com uma mistura de raiva.

— Eu quebrei as regras? Ok. Eu assumirei toda a culpa! Pare de inventar desculpas, Lorenzo. Desde que cheguei, você tem me maltratado e me odiado! Pelo menos, você já me considerou alguma vez?! — ela me questiona indignada.

Evito sua pergunta. Permaneci em silêncio, até que observo seu olhar ficar triste e logo, lágrimas desciam de sua face.

— Não adianta chorar, pois suas lágrimas não vão me convencer do contrário. São inúteis! — resmunguei friamente, soltando-a da parede.

Neste momento, ela ri. Uma risada sarcástica e nervosa.

— Como fui tola em acreditar em você...

De repente, vejo Bárbara apontar a arma que ainda estava em mãos, na minha direção. Fico paralisado. Aquilo me pegou totalmente de surpresa!

— Bárbara... Abaixe isso. — falei suavemente.

— Achei que isso seria fácil, mas não esperava que fosse um marido tão cruel comigo. Eu estava errada sobre você! — ela disse, agora empunhando a arma com as duas mãos.

— Bárbara... Você...?

— Calado! Eu ainda não terminei! Você mesmo disse que eu sou a ruína em pessoa. Então, não se arrependa do que acabou de dizer! Lorenzo LeBlanc... O maior arrependimento da minha vida é ter me casado com você! 

  — Bárbara, não faça nada estúpido. — ele avisou.

  — Chega! Não precisa mais me assustar com suas broncas, Sr. LeBlanc. A partir de agora, darei um fim a essa maldita história! — ela grita, apontando a arma para mim.

— Ela não seria capaz de atirar, seria? Preciso reverter essa situação. Preciso fazer com que ela abaixe essa arma. Mas como?! — penso nervosamente.

— Bárbara...

— Cala a boca! Se tentar algo, juro que eu atiro em você! — ela declarou firmemente.

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora