Capítulo 17 - Gaste como quiser

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LORENZO:

Olho para o GPS, havia uma parte da rodovia com um engarrafamento de 20 minutos. Bufo de chateação. Vinte minutos dentro do mesmo carro com essa louca!

Quando olho para o lado, Bárbara está com a cabeça encostada na janela, dormindo. Havia algumas mechas caídas em seu rosto, dando uma aparência desajeitada, mas fofa. Ela parece tão diferente quando a vi pela primeira vez.

— Espera... O que eu estou dizendo? Foco, Lorenzo! — repito em minha mente.

Deixo esses pensamentos de lado, e volto a prestar atenção no trânsito. Pego meu fone sem fio e coloco uma música clássica para ouvir. Assim eu me distraio menos.

Passa um tempo e finalmente chegamos no hotel. Era grandioso, recomendado por meu avô, sua reputação valia pelo mundo inteiro, cinco estrelas ainda por cima. Queria tirar o máximo de proveito para relaxar e tenho certeza que Boston Habor Hotel me proporcionaria isso!

— Acorda bela adormecida! Já chegamos. — digo, a cutucando.

Então, ela abre os olhos rapidamente e me encara confusa.

— Hm?

— Vamos.

Saímos do carro, passamos pela porta giratória dourada e vamos diretos para a recepção. Entrego meus documentos a recepcionista. Enquanto ela verificava minha reserva, vejo Bárbara ao meu lado, olhando para todos os lados. Seus olhos brilhavam com o que viam. Simplesmente dou de ombros. Ela havia nascido numa família rica. Não há com o que se impressionar!

Em cinco minutos, a recepcionista entrega-me as chaves do quarto, de número 720. Ou seja, quartos VIP.

Ao entrarmos no quarto, deparamos logo de cara com uma cama de casal toda decorada com lençóis brancos bordados com dourado. E em cima cheio de pétalas de rosas vermelhas. Do lado da cabeceira, havia uma pequena maleta preta aberta com alguns acessórios sexuais.

Ao ver aquilo, ela me encara tímida. Reajo limpando a garganta e desvio o olhar.

— Por que não pediu um quarto com duas camas? Ou melhor, peça um outro quarto para mim! — exigiu Bárbara.

A ignoro no momento e começo a tirar o paletó, a gravata e por fim, desabotoo-o a camisa.

— Você me ouviu? — ela questiona novamente.

Fico de frente para ela.

— Por que não dormimos no mesmo quarto? Acaso está com medo de mim? — a provoco.

Ela apenas solta uma risada desafinada e curta.

— Medo de você? Me poupe! Só penso que... Com você aqui, certamente não conseguirá ficar longe de mim! — ela me devolve com sarcasmo.

— Você se acha, né Bárbara?

Ela cruza os braços e fala:

— Por quê? É proibido, cachorro?

Respiro fundo pela milésima vez. Como essa mulher se atreve a me chamar de cachorro?! Sou muito mais bonito do que isso!

Eu a encaro e respondo diretamente:

— Vamos deixar algo bem claro. Somos casados sim, mas a nossa relação será apenas de fachada. Nenhum de nós deve interferir na vida pessoal do outro. Se interferir deve pagar uma alta quantia como multa. Estamos entendidos?

— Está dizendo que seremos um casal de mentira?

— Exatamente. Ah, quase esqueci.

Tiro da carteira do meu bolso, um cartão preto e entrego nas mãos de Bárbara.

— Pra que serve isso? — ela pergunta sem entender.

  — Isso é um cartão de crédito sem limites. Pode comprar qualquer coisa com essa belezinha, tipo o seu caráter.

  — Como é?

  — Tudo o que tem neste cartão, é o quanto você vale! Divirta-se! - respondi audaciosamente.

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora