Capitulo 11

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ㅤ Lana Narrando
ㅤㅤ🌸🌸🌸

CV: Já desceu a guarda? — me olhou sério.

Lana: Estou calma até demais. — respirei fundo.

CV: A parada é séria, por isso demorei tanto tempo. — confessou.

Lana: Ela sendo, séria, você demorou? — indignada.

CV: Lana, você sabe que o que agente teve foi da real não sabe? — demonstrou — Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Só que eu dei vacilos, e desses vacilos, tem um que eu não posso escapar, nem se eu pudesse.

Lana: Pode falar. — caminhei até uma praça próxima e sentei em um banquinho.

CV: Me desculpa por ter estragado, eu não sabia como te contar que... Lana, eu tenho mulher. — olhou pra mim.

Tá, até ai eu fui.

Lana: Hm? — prestei atenção.

CV: Ela tá grávida e o filho é meu. — disparou — E ela vai vir morar no morro, e vai ser a minha fiel.

Isso já não é tão normal assim. Como eu posso reagi depois disso? Não consigo. Vai Lana expressa alguma indignação, sai, das as costas, bate nele, soca, manda um monte de palavrão, reagi.

CV: Não vai falar nada? — sentou do meu lado.

A única coisa que eu pude fazer foi ficar de cabeça baixa e respirar fundo, eu ainda estava assimilando, sabe quando sei lá, a ficha não cai? Sai andando. Não escorreu nenhuma lágrima, só vinha a vontade, mas não tinha o que sair. Entrei em casa como se nada tivesse acontecido, fiquei tão atormentada que esqueci que a minha mãe, não estava em casa. Me joguei no sofá e fiquei pescando por um bom tempo.

Eu estava com raiva, mas ao mesmo tempo doía, porque eu não queria perder ele. Mesmo que de longe, mesmo afastados, eu não queria perder ele. Gente dá pra entender isso? O meu corpo todo amava ele, cada parte de mim, queria muito ele e se esforçava para isso. Aí do nada vem essa notícia e eu estou com raiva, com raiva das coisas serem assim, com raiva dele ser assim, com raiva por eu não ter uma bola de cristal para resolver os meus problemas. Como eu podia amar alguém mais do que a mim mesma? Como alguém tira a minha armadura e eu não consigo colocar ela de volta? Por que os sentimentos eram difíceis? Por que pra mim, era difícil? Meu Deus. Que raiva!!!!!

Lana: QUE RAIVA, QUE RAIVA, QUE RAIVA, QUE RAIVA. — gritava — BURRA, IDIOTA, IMBECIL.

CV: Lana — entrou sem bater — Você não tem culpa.

Lana: QUE ÓDIO DE VOCÊ, QUE RAIVA DE VOCÊ CARLOS. — precisava desabafar — COM VOCÊ FOI TUDO TÃO ENCANTADOR, EU ME DEIXEI LEVAR TÃO FÁCIL, EU DEIXEI DE SER EU PRA SER SUA, E OLHA QUE NEM FOI PORQUE EU QUIS. EU TINHA TODA UMA ARMADURA DENTRO DE MIM, QUE NÃO ME PERMITIA SAIR TÃO FERIDA DE QUALQUER RELACIONAMENTO, MESMO QUE SEJA PASSAGEIRO, E VOCÊ COM ESSE SORRISO, ESSE JEITO, ESSAS ATITUDES, DERRUBARAM ESSA MURALHA, ESSA ARMADURA. VOCÊ COLOCOU A MÃO NO MEU PEITO E ARRANCOU. VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUANTO ESTOU FRÁGIL AGORA? DE COMO ESTÁ DOENDO? E O PIOR DE TUDO É QUE EU NÃO QUERO TE PERDER, EU NÃO QUERO DEIXAR VOCÊ. — não tinha controle — QUE RAIVA, O QUE VOCÊ FEZ? O QUE VOCÊ TEM? NÃO ME ARREPENDO DE TER TE CONHECIDO, FOI TALVEZ A MELHOR COISA DA MINHA VIDA... QUE RAIVA, QUE RAIVA, QUE RAIVA! — andava de um lado pro outro.

CV: La... — interrompi.

Lana: CALA A BOCA! — gritei o mais alto que pude — POR QUE NÃO ME FALOU ANTES? POR QUE? ERA DIFÍCIL? E PRA MIM ESTÁ SENDO O QUE? QUE RAIVA!

CV: Lana, para, vem cá. — se aproximou.

Lana: Sai de perto de mim. — dei alguns passos pra trás.

CV: Não faz isso com a gente.

Lana: Com a gente? — ri — Que piada. — bati palmas.

CV: E não está fazendo? — me olhou.

Lana: Até porque a culpa é minha né? Eu que tenho um pinto, uma mulher, um filho, e agora uma fiel. — andava de um lado pro outro.

Ele começou a falar inúmeras coisas, e eu não ouvia nenhuma delas. Nem tampar os ouvidos fiz o favor de tampar, eu fiquei surda no exato momento.

Lana: Não quero saber! — passei a mão no rosto — Tchau Carlos.

Só ouvi o barulho da porta. Eu ainda sentia muita raiva dentro de mim, não conseguia tirar, fui dar uma volta na praia, sai sem deixar recado.

Quebrada de traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora