Capitulo 24

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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ Roberta Narrando
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Liberdade cantou! É hoje que o Tom vai ser solto e eu mal posso esperar, mas enquanto ele não está aqui tenho que ve o meu não é mesmo? Passei muito tempo longe, hoje era a hora de voltar também. Acho que de fato eu nunca tenha ido embora, nunca amei tanto alguém na minha vida, como eu amei o Rael. Quando a gente namorava ele estava começando nessa vida, eu adorava, não por interesse, no entanto, pelo perigo, pela adrenalina, pela ação que ele trazia tanto emocionalmente como fisicamente. Aconteceu do nada, aconteceu naturalmente e marcou! Só que com a traição dele pra cima do Tom, ficou de difícil, e eu tive que escolher, fui boba, deixei o Tomás controlar as minhas decisões e eu não enxerguei que o melhor pra mim não só era como é o Rael. Sou sozinha no mundo, depois que criei as minhas próprias pernas sai de casa pra nunca mais voltar, em dias de visitas ia ver o Tom, sempre que eu podia, ele sabia o meu endereço, o meu telefone, podia contar comigo pra tudo.

Deia: Meu amor, não quer mesmo nenhum lanche antes de eu ir? — disse a empregada.

Roberta: Sim, tenho certeza, absoluta. — sorri — Pode ir tranquila.

Deia: Até segunda então. — dei um beijo na minha testa.

Roberta: Até. — acenei.

Já estava escurecendo, fiquei sabendo que iria ter baile, em dois morros, no Morro Santa Fé que é o do Rael e o Morro Cruz que é o morro vizinho e que provavelmente o Tom já se aliou. Lógico que vou no do Rael! Segui pro meu quarto, me livrando de toda roupa, e entrando embaixo do chuveiro. Não posso demorar, aqui não tem mais mãe pra pagar, então, faço um esforço pra ir o mais rápido possível. Sai enrolada na toalha e escolhi um vestido curto, porém, colado vermelho, um salto alto preto, pranchei o meu cabelo, fiz uma maquiagem pesada. Tomei aquele outro banho de perfume, além dos hidratantes. A minha casa era tipo duplex, eu morava no segundo andar, desci algumas escadas, e fui de ônibus mesmo. Parava um pouco longe da entrada do morro, por causa do medo de bala perdida, mas pra mim não era problema. Que saudade! Assim que cheguei tinha uma fila enorme, e os soldados anotando um pá de coisa.

Roberta: O vacilão vai me barrar? — dei um soquinho nele devagar.

Menor: Roberta... — ficou pálido — Ó acho que fumei demais, Assis. — cutucou o amigo do lado.

Assis: Se você fumou, eu fumei também. Porque tô vendo ela. — riu um pro outro.

Roberta: Carai que brisa boa, essa dura em, bagui do bom. — brinquei — Tapados.

Menor: Mano! — ficou bobo — Caralho mulher, quanto tempo! — veio me abraçar.

Roberta: Perdi muito tempo... Burrada. — me lamentei, dando outro abraço nele.

Menor: Pô tá chavosa. — mordeu os lábios.

Roberta: Cala a boca. — dei uma cotovelada devagar — Vai deixar eu passar?

Menor: Antes... — me mostrou a folha — Regra nova da casa.

Não relutei. Passei todas as informações necessárias, não aguentava queria ver o Rael de qualquer jeito.

Menor: Pode passar, primeira dama. — abriu espaço.

Roberta: Olha... — segurei o meu vestido e passei — Zoei.

Cada passo que eu dava era uma saudade diferente, como as coisas tinham mudado, realmente ele tinha feito um milagre nesse morro. Eu amo o meu irmão, só que não tenho que se falsa, quando era ele o dono do morro, putz, não tinha nada, se tinha era um meia boca mais pra lá do que pra cá. Hoje tem lojas de tudo quanto é tipo, pracinhas, escolas, bares, supermercado, gente, quanta mudança. Alguns me reconheciam e vinham me cumprimentar, esse alguns eram da época do meu irmão, tem outros que eu nunca vi. Só pela movimentação pude perceber que estava chegando perto do baile. Ja sentia aquelas luzes coloridas, o povo cantando com a música de longe, DE NOVO QUE SAUDADE. Fui entrando na vibe, já dançando até o chão. Fui andando até encontrar alguém conhecido.

Quebrada de traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora