ㅤ CV Narrando
ㅤㅤ🚬🚬🚬CV: Lana preciso falar com você. — parei ela no meio do caminho — O assunto é sério.
Depois do que aconteceu hoje, percebi que talvez eu não teria outra chance.
Lana: Quer falar sobre o que? — bufou.
CV: Sobre nós e sobre o Hugo.
Lana: Não tem mais "nós" e deixa o
Hugo fora disso.CV: Ele mexe com drogas. — soltei.
Lana: Que mentira mais deslavada CV.
CV: Não é mentira. — falei sério — Não iria inventar isso atoa.
Lana: Eu não acredito. — ia dando as costas.
CV: Quero te pedir desculpas por ter estragado o que a gente tinha, eu e você, já que não existe mais "nós". Eu deveria ter te assumido e foda - se a Marjorie. — passei a mão na cabeça — Pensei mais no meu filho e esqueci de mim, mas afinal, as coisas são assim né?! — a fitei — Só quero me livrar dessa culpa, não estou pedindo pra você voltar comigo, até porque seu lance com o Hugo tá sérião e não quero te atrapalhar. Mas que fique claro, eu amo você, eu te amo mina, como eu te amo. — me aproximei dela — Me desculpa por ter pisado na bola, mas sabe né, filho antes de tudo.
Ela só ficou me observando e escutando.
CV: Só isso mesmo, achei que deveria te dizer o quanto antes, apesar de tarde, melhor do que nunca. — passei por ela — E sobre o assunto do Hugo, lembra que eu também tentei te avisar.
Sai quebrando, não queria discutir com ela, queria só resolver as coisas, por mais confusas que ainda estivessem.
CV: Tá mais sussa? — sentei ao lado dele.
Maquinista: Não! — boladão — Não vou ficar de boa nem tão cedo.
CV: Rael, não sou o Sorriso, mas entre os parceiros não tem segredo. O que tá te mordendo?
Maquinista: Nada! — rodava o isqueiro.
CV: É o Tom, a Marina com o Tom, ou só a Marina? — o fitei.
Maquinista: É interrogatório?
CV: É desabafo de irmão.
Maquinista: CV, não quero falar sobre isso não. — fechado — Já tá corroendo demais.
CV: Pode crê.
Fui acionado no asfalto, ouve uma troca de mercadoria, que não chegou ao destino certo e os noiados estavam pirando nessas alturas, sem as suas encomendas.
Subi na minha moto humilde e fui deslizando pro morro. Ainda bati um pega com o faroleiro que estava de acompanhante.
CV: Ganhei carai. — dei um beijo na minha moto — Caindo aos pedaços mais com tudo em cima.
TK: Tu teve foi é sorte na bagaça. — desceu da moto.
CV: Sabe perder não? — ri.
Fomos conversando sobre isso até chegar no beco que o faroleiro tinha marcado.
CV: Qual foi? — tomei cuidado.
Franbo: As encomendas foram trocadas tio. — me mostrou os pacotes.
CV: Era só destrocar meu irmão. — peguei o pacote da mão dele e devolvi o certo — Achei que era de mais importância.
Franbo: Sabe que a nossa vila aqui não combina com a Vila dos Sargentos.
CV: Não precisavam se topar. — falei — Só deixava o pacote e metia o pé.
Franbo: Preferi não arriscar, com os parasitas no meu pé. — olhou pro lado desconfiado — Tá tendo X9 em tudo quanto é lugar. Tomei mó esporro outro dia pai.
CV: Abriu o bico pra alguma coisa? — encarando.
Franbo: Tio ainda tenho amor a vida.
CV: Demoro, só força. — dei as costas.
Franbo: Os pivetes assaltaram uma lotérica esses dias pra trás. — alertou — Os parasitas colou em todo mundo.
CV: Vou dar a ideia no Maquinista.
Franbo: É ele que comanda o trem bala. — riu.
CV: De prasti. — sai andando.
Quando estava chegando perto da moto, os vermes estavam dando geral nela, puxando placa e tudo mais. Por mim tinha metido o pé sem nenhum barulho, mas o TK não ajudou. Sai vazado, só pulando muro, escalando parede, escondendo em casas. Esse tipinho de verme era o pior P2, policial disfarçado.
XXX:CV PARADO. — gritava.
Nem olhar pra trás olhei.
XXX: Arthur vai pela direita, que eu vou pela esquerda. — falaram.
Me moquei pela linha, já estava de noite mesmo, quero ver me acharem.
Chamaram reforços, mó comédias com essas lanternas. Desliguei o rádio, celular, se eu bobeasse em alguma coisa, ia ser mala pra mim. Fiquei de longe avistando.
XXX:A área tá limpa. — voltou.
XXX:Merda. — colocou a mão na cabeça.
XXX:Na próxima pegamos Arthur. — determinada.
Arthur: Pegar ele agora iria facilitar muito os meus problemas. — eu via tudo embaçado.
Depois de ficar avistando, só ouvia muito bem as vozes, agora de visão tava foda! Me enfiei pelo meio do mato, pegando a trilha que iria sair em um dos atalhos do morro.
Menor: PORRA, ACHEI QUE TINHA MORRIDO. — falou alto.
CV: Quase, mas Deus teve misericórdia irmão. — parei na frente dele — Dei perdido de pulão.
Menor: Mas tu não foi resolver encomendas?
CV: Fui, mas o Franbo falou que os vermes tão de cola, por causa dos pivetes que roubaram a lotérica.
Menor: Carai, Maquinista sabe? — descendo o morro comigo.
CV: Vai ficar sabendo agora. — falei — Do jeito que esses vermes são parados na nossa, vão achar que nois que tá mandando os moleques fazer o serviço.
Menor: Porque tudo que acontece de ruim no asfalto é culpa do Morro Santa Fé.
CV: De lei. Só tem o nosso morro na cidade. — irônico.
E pior que era, tudo que acontecia no asfalto que envolvia crime o Morro Santa Fé ou estava no meio ou era culpado. Os vermes travam invadidas aqui na surpresa, fazia um tempo que eles estavam sem dar as caras o que era estranho pra carai, mas sem chamar coisa ruim, deixa eles lá no cantinho deles.