Capitulo 56

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ㅤ CV Narrando
ㅤㅤ🚬🚬🚬

CV: Lana preciso falar com você. — parei ela no meio do caminho — O assunto é sério.

Depois do que aconteceu hoje, percebi que talvez eu não teria outra chance.

Lana: Quer falar sobre o que? — bufou.

CV: Sobre nós e sobre o Hugo.

Lana: Não tem mais "nós" e deixa o
Hugo fora disso.

CV: Ele mexe com drogas. — soltei.

Lana: Que mentira mais deslavada CV.

CV: Não é mentira. — falei sério — Não iria inventar isso atoa.

Lana: Eu não acredito. — ia dando as costas.

CV: Quero te pedir desculpas por ter estragado o que a gente tinha, eu e você, já que não existe mais "nós". Eu deveria ter te assumido e foda - se a Marjorie. — passei a mão na cabeça — Pensei mais no meu filho e esqueci de mim, mas afinal, as coisas são assim né?! — a fitei — Só quero me livrar dessa culpa, não estou pedindo pra você voltar comigo, até porque seu lance com o Hugo tá sérião e não quero te atrapalhar. Mas que fique claro, eu amo você, eu te amo mina, como eu te amo. — me aproximei dela — Me desculpa por ter pisado na bola, mas sabe né, filho antes de tudo.

Ela só ficou me observando e escutando.

CV: Só isso mesmo, achei que deveria te dizer o quanto antes, apesar de tarde, melhor do que nunca. — passei por ela — E sobre o assunto do Hugo, lembra que eu também tentei te avisar.

Sai quebrando, não queria discutir com ela, queria só resolver as coisas, por mais confusas que ainda estivessem.

CV: Tá mais sussa? — sentei ao lado dele.

Maquinista: Não! — boladão — Não vou ficar de boa nem tão cedo.

CV: Rael, não sou o Sorriso, mas entre os parceiros não tem segredo. O que tá te mordendo?

Maquinista: Nada! — rodava o isqueiro.

CV: É o Tom, a Marina com o Tom, ou só a Marina? — o fitei.

Maquinista: É interrogatório?

CV: É desabafo de irmão.

Maquinista: CV, não quero falar sobre isso não. — fechado — Já tá corroendo demais.

CV: Pode crê.

Fui acionado no asfalto, ouve uma troca de mercadoria, que não chegou ao destino certo e os noiados estavam pirando nessas alturas, sem as suas encomendas.

Subi na minha moto humilde e fui deslizando pro morro. Ainda bati um pega com o faroleiro que estava de acompanhante.

CV: Ganhei carai. — dei um beijo na minha moto — Caindo aos pedaços mais com tudo em cima.

TK: Tu teve foi é sorte na bagaça. — desceu da moto.

CV: Sabe perder não? — ri.

Fomos conversando sobre isso até chegar no beco que o faroleiro tinha marcado.

CV: Qual foi? — tomei cuidado.

Franbo: As encomendas foram trocadas tio. — me mostrou os pacotes.

CV: Era só destrocar meu irmão. — peguei o pacote da mão dele e devolvi o certo — Achei que era de mais importância.

Franbo: Sabe que a nossa vila aqui não combina com a Vila dos Sargentos.

CV: Não precisavam se topar. — falei — Só deixava o pacote e metia o pé.

Franbo: Preferi não arriscar, com os parasitas no meu pé. — olhou pro lado desconfiado — Tá tendo X9 em tudo quanto é lugar. Tomei mó esporro outro dia pai.

CV: Abriu o bico pra alguma coisa? — encarando.

Franbo: Tio ainda tenho amor a vida.

CV: Demoro, só força. — dei as costas.

Franbo: Os pivetes assaltaram uma lotérica esses dias pra trás. — alertou — Os parasitas colou em todo mundo.

CV: Vou dar a ideia no Maquinista.

Franbo: É ele que comanda o trem bala. — riu.

CV: De prasti. — sai andando.

Quando estava chegando perto da moto, os vermes estavam dando geral nela, puxando placa e tudo mais. Por mim tinha metido o pé sem nenhum barulho, mas o TK não ajudou. Sai vazado, só pulando muro, escalando parede, escondendo em casas. Esse tipinho de verme era o pior P2, policial disfarçado.

XXX:CV PARADO. — gritava.

Nem olhar pra trás olhei.

XXX: Arthur vai pela direita, que eu vou pela esquerda. — falaram.

Me moquei pela linha, já estava de noite mesmo, quero ver me acharem.

Chamaram reforços, mó comédias com essas lanternas. Desliguei o rádio, celular, se eu bobeasse em alguma coisa, ia ser mala pra mim. Fiquei de longe avistando.

XXX:A área tá limpa. — voltou.

XXX:Merda. — colocou a mão na cabeça.

XXX:Na próxima pegamos Arthur. — determinada.

Arthur: Pegar ele agora iria facilitar muito os meus problemas. — eu via tudo embaçado.

Depois de ficar avistando, só ouvia muito bem as vozes, agora de visão tava foda! Me enfiei pelo meio do mato, pegando a trilha que iria sair em um dos atalhos do morro.

Menor: PORRA, ACHEI QUE TINHA MORRIDO. — falou alto.

CV: Quase, mas Deus teve misericórdia irmão. — parei na frente dele — Dei perdido de pulão.

Menor: Mas tu não foi resolver encomendas?

CV: Fui, mas o Franbo falou que os vermes tão de cola, por causa dos pivetes que roubaram a lotérica.

Menor: Carai, Maquinista sabe? — descendo o morro comigo.

CV: Vai ficar sabendo agora. — falei — Do jeito que esses vermes são parados na nossa, vão achar que nois que tá mandando os moleques fazer o serviço.

Menor: Porque tudo que acontece de ruim no asfalto é culpa do Morro Santa Fé.

CV: De lei. Só tem o nosso morro na cidade. — irônico.

E pior que era, tudo que acontecia no asfalto que envolvia crime o Morro Santa Fé ou estava no meio ou era culpado. Os vermes travam invadidas aqui na surpresa, fazia um tempo que eles estavam sem dar as caras o que era estranho pra carai, mas sem chamar coisa ruim, deixa eles lá no cantinho deles.

Quebrada de traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora