Capitulo 70

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ㅤ Criolo Narrando
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ 🔞🔞🔞

ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ INÍCIO DA LIGAÇÃO

Sorriso: Coé.

Criolo: Fala parceria.

Sorriso: Precisando do conceito.

Criolo: Concedido, tá arrumando o que?

Sorriso: Então o morro foi invadido pelo Tom, o fdp queimou o carregamento todo. E Maquinista tá querendo conversar contigo.

Criolo: Quer negociar?

Sorriso: Mas certo.

Criolo: Pode crê, hoje tenho que ir da um pulo nessa cidade, eu passo aí.

Sorriso: Confirmado.

Criolo: Só força.
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ㅤ FIM DA LIGAÇÃO

Criolo: Dobro de carga no meu carro. — ordenei.

TV: De todas?

Criolo: De todas.

Já estava ligado nessa condição dos dois, mas nunca pensei que o Tom iria levar isso a sério, sempre fugiu da raia, aposto que tem mulher na jogada. Aproveitar essa deixa, vou ficar uns tempos lá, os problemas eram pendentes. Sai levando a carga, cada km que eu andava o meu carro era descarregado por um monte de noiado pra levar pros morros, as minhas drogas era a melhor, importada sempre fez mais sucesso. Não passei no Morro Cruz, fui direto pro do Maquinista.

Criolo: Cadê o Maquinista?

Chinês: No meu bolso não tá. — falou e os outros riram.

Criolo: Piada passada. — falei sério, arrumando o relógio no meu pulso — Fala que é o Criolo.

Todo mundo parou de rir ou zoar e foram de espalhando.

CV: Pode crê, vou fazer o chamando. — se afastou falando pelo rádio.

Sorriso: Viu o estrago? — olhando tudo.

Criolo: Já esteve pior. — sincero — Tem melhoria.

CV: Já tá descendo.

Criolo: Suave. — olhando — Queimou tudo?

Sorriso: Não sobrou nem farelo.

Criolo: Pesado.

Enquanto estava esperando, via muita ambulância e não me trazia uma imagem muito boa, tentava relevar. O choque de umas famílias indo com os corpos era triste, o que foi surpreendente quando uma mina dos cabelos azuis passou, me chamando a atenção. Estava saindo do morro, e eu segui ela com o olhar até lá embaixo, ainda fui mais discreto, parando quase no meio do morro só pra ver ela ir embora, tinha que aproveitar não sabia se iria ver de novo.

Maquinista: Fézeira. — demos um toque.

Criolo: Fala cumpadi. — ri.

Maquinista: Não te convido pra entrar. — apontou pra boca.

Criolo: Vai ter melhoria.

Maquinista: Sempre. — foi andando e eu o segui — Já sabe que a mercadoria foi queimada, tenho o dinheiro só da metade. — tirou do bolso me entregando metade — O resto, se quiser desmanchar a parceria.

Criolo: Jamais pô. — devolvi o dinheiro — Pago aos inter fácil. — tirei bolos do bolso.

Maquinista: Valeu mesmo chapa. — guardou o dinheiro.

Criolo: Se não for incomodo, e se não tiver tropeço, descola um barraco pra mim, preciso resolver uns conflitos aqui.

Maquinista: Só brecada. — me entregou a chave e pediu pra um soldado me levar.

Criolo: Pede teus homens pra descarregar o meu carro. — fiz sinal de "beleza".

Maquinista: Como te agradecer? — olhando.

Criolo: Te devo algumas. — balancei a cabeça.

Fui seguindo com o moleque, me levou até um barraco humilde, já estava acostumado e gostava assim, sem luxo, com o pé no piso ou no taco. Entrei e fui tirando a minha blusa, deixando a mala no chão. Caçar um banho, a viagem tinha sido longa, não demorei, e sai enrolado na toalha. Abri a janela e vi aquela mina do cabelo azul subir novamente, me debrucei na janela e fiquei olhando.

XXX: NOSSA PRECISO TOMAR UM FILTRO, PORQUE NÉ, TÔ SECA. — jogou piada e eu achei divertido.

Criolo: Não vou discordar. Tô te secando mesmo e não nego. — falei num tom moderado.

XXX: SUA CARA NÃO QUEIMA NÃO? — com a mão na cintura.

Criolo: O que é bonito é pra se olhar. — falei — Cola a burca se não quiser, porque fora isso, vou continuar te secando o cabelo azul.

XXX: É BIA.

Criolo: Bia Azul, tu é linda mina, aceita isso. — olhando — Quer subir?

Bia: Não sou dessas, não me confunda. — se virou — E VAI OLHAR PRA OUTRA.

Criolo: Existe outra menina de cabelo azul aqui no morro?

Bia: No mundo existe.

Criolo: Tô querendo a do morro mesmo, tal de Bia, conhece? — voltei ao normal.

Bia: Desconheço e acho melhor você desconhecer também. — saiu andando.

Criolo: Não desisto jamais. — aumentei a voz — SE EU CISMAR COM UMA COISA VOU ATÉ O FIM.

Dessa vez não ouvi nenhuma resposta, só uma revirada de olhos, começei a rir sozinho, sempre gosto das difíceis ou das mais improváveis possível. Revirei a minha mala, e coloquei uma cueca, me joguei na cama, e fiquei fazendo os meus acertos de conta.

Quebrada de traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora