Procurei o nome da rua e o número da casa, fui só achar depois de uns 10 minutos. Estacionei a moto, e fui entrando pelo longo corredor que tinha, toquei a campainha ansioso e pouco receoso.
Marina: Quem é? — abrindo a porta.
Maquinista: E aí.
Marina: Tá fazendo o que aqui Rael? — revirou os olhos.
Maquinista: Posso entrar Marina? Claro Rael. — passei por ela.
Marina: Se eu não perguntei é porque eu não quero, que você entre. — fechou a porta.
Maquinista: Quero trocar uma ideia com você, e mesmo que não queria vai me ouvir. — decido.
Marina: Af. — reclamou mais um pouco.
Maquinista: Você saiu do morro Cruz, por que? — a olhei.
Marina: A minha vida é outra.
Maquinista: Ainda está com o Tom?
Marina: Não.
Maquinista: Terminei com a Roberta. — a olhei.
Marina: Que bom em, grande avanço se livrando das coisas que não presta.
Maquinista: Sérião? — paciente.
Marina: Quer que eu fale o que? — um pouco irritada.
Maquinista: Que pelo menos demonstrasse alegria pelo ocorrido.
Marina: Não era você, o todo apaixonado?! — gesticulou.
Maquinista: As coisas mudam, nada dura para sempre. — me olhou — Claro, se uma ou duas pessoas não fizerem por onde. E eu não fiz, como não quero fazer.
Marina: Caraca que atitude em. — debochou.
Maquinista: Terminei por sua causa.
Marina: Que? — riu — Não te pedi para terminar.
Maquinista: Não é preciso que peça. — a fitei.
Marina: E por que eu tenho culpa mesmo?
Maquinista: Porque... — engoli seco — Ah porque... — não sabia se deveria falar, talvez estivesse muito cedo para um amo você — Porque ela estava insegura com a sua pessoa.
Marina: Por favor né... — fez um barulho com a boca — Isso é desculpa pra peidorreiro. Qual foi?
Maquinista: Marina quero você de volta na minha vida! Dessa vez não vou estragar tudo. — pedi.
Marina: Faça - me rir.
Maquinista: É a realidade, eu te curto bastante. Mais do que eu deveria. — confessei.
Marina: E as vacas tossem.
Maquinista: Eu to tentando, mas se for pra você ficar me zoando, tô metendo o pé. — de saco cheio.
Marina: Rael, eu não te pedi pra vir aqui. — grossa.
Maquinista: Não mesmo. O palhaço que veio, mas de boa. — sai em direção a porta.
Nenhuma menina vai ficar me tirando não, que isso filhão, não sou desses que aceita não.
Marina: Depois ainda quer se desculpar.
Maquinista: Até uns segundos atrás, eu realmente estava tentando! — afirmei — Você não ajuda velho.
Marina: Rael, as coisas não são tão fáceis assim não. — me olhou — Olha para trás e se lembra de tudo que me fez? Eu também não sou santa, concordo plenamente, mas eu sou daquele jeito e não estou nem rasgando. Peito mesmo, mesmo que no final das contas eu acabe me dando mal, não é porque você é um bandido que eu vou ter medo, pode me matar, me enforcar, me aprisionar, me sequestrar, que eu não ligo. Os meus princípios ninguém muda, ninguém, muito menos você. — falava — Quem colocou na sua cabeça que eu era X9? E por que mais ainda, você me bateu? Aquilo era uma demonstração de amor? Dessas eu sinceramente desconheço. Eu sou tão X9 que porra arrisquei a minha vida para salvar a Bia e a sua irmã, porque era isso que o Tom queria. E no final, acabei salvando você também. Não me arrependo, não estou falando isso, mas desde quando uma X9 faz isso? E outra, de quem você deveria desconfiar era da Roberta, morando com a inimiga sobre o mesmo teto. O Tom iria ser solto da cadeia ela voltou, nossa até porque antes ela não tinha tempo né? Antes coitada, algo prendia ela.