Capitulo 27

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ㅤTomás Narrando
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Liberdade. Passei pra pegar as minhas coisas na sala do maioral.

Heitor: Se cuida agora! — mandou — Não quero ver você de novo aqui nem tão cedo. — me entregou.

Tom: Não vai ver. — peguei as coisas e sai mandado.

Não olhei nem pra trás, não era algo que eu queira lembrar! Aprendi muito dentro dessa cadeia, mas posso aprender mais fora. Os informantes falaram que iria ter baile no Santa fé, mas não iria dar o meu ar da graça hoje lá não, pra falar a verdade nem tão cedo, tenho que juntar meu camburão. Sai montado na moto que tinham deixado pra mim, e parti pro Morro da Cruz. A entrada era aberta até certo ponto, era pra enganar, você iria achar que não tinha ninguém pra te barrar e do nada, aparecem aqueles caras com várias armas, diversas, até bazuca, sem k.o os caras eram mandados. O morro já tinha um chefe, mas ele iria ficar até a minha volta.

Forasteiro: Cuidei bem do teu posto! — disse me entregando tudo.

Tom: Tô vendo que honrou. — peguei — Arrumou o meu barraco? — perguntei.

Forasteiro: Vou subir contigo até lá. — fui conhecendo o morro — Irmão, só força agora! Já pensou no que vai fazer?

Tom: Ainda não! — falei — Quando eu decidir você será o primeiro a saber jão!

Forasteiro: Ele já sabe que tu tá de volta. — avisou.

Tom: Bom que fica esperto. — sem cerimônia — Tamo chegando?

Forasteiro: É aqui. — apontou.

Não sou de ligar pra esse negócio de casa, contanto que tenha um teto tá ótimo. Entrei primeiro do que ele, a casa já era toda mobiliada, tinha dois quartos um com suíte, banheiro, sala, cozinha, área. Era dahora só, viveria ali sem o menor problema! Joguei a sacola das minhas coisas no sofá, e fui direto atacar a geladeira. Tava num larica do carai, aquela comida de prisão ruim. Coloquei no microondas uma lasanha.

Forasteiro: Vai no baile? — perguntou.

Tom: Se pá vou sim. — cansado — Hoje tem a minha apresentação. É uma boa tática.

Forasteiro: Essa é a ideia de tu ir pô.

Tom: Formou! — fui no microondas.

A lasanha estava pronta, em um segundo devorei ela toda, tava até queimando a boca, foda - se. Fui pro meu quarto, arrumar as únicas coisa que eu tinha, me surpreendi quando vi que as minhas coisas estavam ali. Fui tomar aquele banho maroto, demorei pra carai, na prisão era só água fria, se tá é doido. Sai com a toalha enrolada na cintura, vesti a cueca, uma bermuda estampada de listras, uma camisa lisa de mangra cumprida, meu relógio e o boné virado pra trás. Fui de chinelo mermo, ninguém ia olhar pros meus pés e mesmo se olhassem to nem aí, não devo. Passei perfume, e desci.

Forasteiro: Demoro.

Tom: Só boa.

Eu ainda estava anotando, e vendo tudo, tava um pouco difícil pra mim, vou ver a de qual é que é, de cada um aos poucos. O baile era na rua mesmo, tinha um carro como palco comandando o som, os microfones e tudo mais. A rua tava lotada.

Quebrada de traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora