Capitulo 100

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Maquinista: O que acha desse lugar? — abri o portão.

Daniele: Achei fantástico. — entrou, olhou para as drogas.

Maquinista: Vai se acostumando doutora, morro é assim. — cruzei os braços.

Daniele: Tudo bem. Mas isso... — apontou — Vai sair daqui né?

Maquinista: Lógico. — olhei.

Daniele: Irei fazer algumas mudanças aqui. — me olhou — Uma reforma.

Maquinista: Só me dando satisfação do que vai fazer, de quem vai entrar e vai sair, a ficha dos alunos, os bairros, e o contato da senhora, tá de boa. — contando.

Daniele: Quer meu endereço também não? — riu.

Maquinista: Se quiser passar também.

Daniele: Ok... — ficou sem graça desviando o olhar — Vou te passar o meu contato e o resto, eu te passo conforme as coisas vão acontecendo, ok?

Tirou uma papel de dentro da sua carteira me entregando.

Daniele: Está fechado. — sorriu — Eu quero esse lugar.

Maquinista: Fechado. — entregando a chave pra ela — Temos uns termos de licença.

Assoviei e um pioneiro veio me entregar os papeis.

Maquinista: As regras, como funciona e tudo mais. — entreguei a caneta.

Daniele: Ok... — com a caneta na boca — Isso de ser revistado é sério?

Maquinista: Sim.

Daniele: Até para as crianças? — inocente.

Maquinista: Exatamente elas. — tirei o boné — Aqui não passa nada, por elas terem essa carinha de inocentes, acham que passam a perna, tipo, xucru acha que é papel.

Daniele: Entendi mais ou menos. E outra coisa, você pode fornecer a merenda?

Maquinista: Combina com o parceiro da lanchonete... — apontei — E é isso mesmo. Mas só pros de manhã, o resto que se vira.

Daniele: Concordo. — procurou um lugar — Aonde vou apoiar?

Virei de costas e abaixei um pouco a cabeça, ela entendeu e veio para perto. Senti as folhas encostarem nas minhas costas, respirei fundo, a mão dela percorreu meu ombro.

Daniele: Só ajeitando tá? — sem graça.

Maquinista: Só assinar. — grosso.

Daniele: Aqui. — tampou a caneta — Vou ver com os meus sócios, e te digo o dia que vai começar as construções, mas quase todo dia irei subir para tirar algo aqui, modificar lá, tudo bem?

Maquinista: Vou passar seu crachá pros pioneiros. — descendo na frente.

Ela desceu logo atrás e calada.

Maquinista: Lulu, quebra aqui. — olhei ele de longe — Leva a dona até a saída, e avisa pros caras que agora ela faz parte do morro, e ela tá liberada pra subir sem revista.

Lulu: Crachá. — ficou esperando pela Daniele.

Daniele: Obrigada. — sorriu pra mim — Até mais. — deu um beijo na minha bochecha.

O Lulu me olhou e eu balancei a cabeça, voltei pra lanchonete e coloquei os pés para cima na mesa.

Geraldo: O patrão vai querer alguma coisa?

Maquinista: Não, tô de boa Geraldo. — fiz sinal de beleza.

Só ficava na espreita vendo o movimento do morro, não me cansava de admirar.

Quebrada de traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora