Capitulo 13

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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ Maquinista Narrando
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Sendo sincerão, acho que ontem foi o melhor baile da minha vida, não é por nada, ainda é só o começo assim espero. O sol já tava aparecendo, não tinha nem como tirar um cochilo, como eu disse sou bandido mas não sou bagunça. Depois que a loira foi embora, fui pro meu apé né, precisava de uma ducha e um café da doninha lá de casa.

Maquinista: Alguém nessa casa? — falei ao fechar a porta.

Dora: O que que foi menino? — chegou na cozinha — Voltando essa hora? Isso é vida?

Maquinista: Claro que é. — sorri — Bom dia, cadê o rango? — me sentei na mesa.

Dora: Aí ó — apontou pra toalha — Tampei tudo, não sabia que horas o senhor ia acordar né, achei que estava dormindo, achei.

Maquinista: Não se preocupa não aprontei nada! — preparei um pão —

Dora, seu pagamento... — tirei o bolinho e dei pra ela, eu não contava e não me importava de dar tanto dinheiro assim pra Dora.

Dora: Rael, isso é mais do que o da última vez. — avisou.

Maquinista: Ih? — comendo.

Dora: Não posso aceitar. — disse me entregando.

Maquinista: Segurou já era. — dei um beijo nela — Valeu pelo café.

Dora: Você nem comeu direito menino! — olhou pras opções em cima da mesa.

Maquinista: Pressa. — subi as escadas correndo.

Tava na maior lombeira, minha cama tava me chamando, mas não iria, tinha dever não ia ficar no bem bom, enquanto os meus soldados estão de pé e virados. Tomei um banho demorado, por mim ficava ali, mas né, dever.

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— Patrão tá aí?
— Na escuta, de qual foi? — respondi, enquanto caçava uma roupa.
— Boca tá altona.
— Isso é bom, né não? — coloquei um moletom e uma bermuda, guardei os meus ouros, só fiquei com o relógio.
— Por isso o aviso, neguinho tá querendo passar a perna.
— Demorou a desenrolar porque? — já falei puto.
— Foi mal aí patrão.
— Doze na escuta, patrão o asfalto tá faltando.
— Não subiu pra pegar mais por que?
— Tem de menor na parada, sonhando ser aviador. — debochou.
— Não aceito criança, nem adolescente. Cada marmanjo com os seus pentelhos.
— Já dei a neurose, o menor tá de fuxico.
— Corta a língua dele.
— Não dá idéia patrão, só me fortalece.
— Deixa de ser ramelão, dá um pelada no moleque e vem carregar mais, demorô?! Só força.
— Tamo junto.
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Brincadeira. Quando que esses pela saco vão entender que não quero criança envolvida nessas paradas, que seja maior de idade, não aceito, no meu morro não. Aposto que nem os que estão já envolvido, são felizes com o que tem. As vezes até eu penso em mudar de vida, por que não? Só porque sou um favelado? Um bandido? Foi a maneira mais fácil de arrumar dinheiro, e como eu já disse, entrei nisso e conquistei uma família, apesar dos motivos, são os parceiros. Passei perfume e calçei o meu chinelo, era hora de resolver os b.o.

Maquinista: Quem é o espertão que queria me passar a perna? — olhei pra rodinha que se formava.

Menor: O aspirante aí. — apontou pro aprendiz.

Maquinista: Tava querendo me roubar o que? — cheguei perto, cara a cara.

Aspirante: Só uma dolinha chefe. Tava na fissura. — tremendo.

Maquinista: Era muito mais homem, me pedir né não? — despejei um saco nele — Se controla, quero que isso dure até o fim do mês, se bobiar até o outro.

Aspirante: Só fortalece. — saiu catando as dolinhas no chão.

Maquinista: E aí, felizes com o faturamento? — ri e me sentei na roda.

CV: Só altão. — espalhou o dinheiro na mesa.

Chinês: Empresário. — fez um abanador.

Sorriso: Ê patrão em fi, que isso — chegou ajuntando todo mundo.

Vapor: Doce de criança. — riu.

Maquinista: Mas em, daqui uns dias tão tudo pro asfalto, sendo ricos.

Chinês: É triste, esse playboy tem tudo na mão e vem se perder no que não ganha. — se lamentou.

Rafi: Cada um com os seus problemas. — deu ombros — Ninguém obriga.

Sorriso: É o vício. Porra, deve ser chatão ver um filho viciado.

Maquinista: Que papo! — cortei a onda — Eles vem porque quer, ninguém obriga. Muito menos esfrego droga na cara deles fi. Deve ser barra, mas o cara sabe as consequências de entrar numa dessas. — mandei o papo — Só vendemos o uso é deles. Se não quisessem não vinham procurar.

CV: Realidade. — concordou.

A rodinha aos poucos se desfez, papos mó sem cabeça, que neura.

Sorriso: CV desenrolou com a Lana? — olhei pra ele.

CV: Tentei né cara, ela não aceitou muito bem não. — falou como se fosse surpresa.

Maquinista: Claro. Todo mundo ia aceitar numa boa. — olhei lado — Tem mulher, grávida e vem pro morro. Sou teu parça, não ia te deixar na mão, mas não fico satisfeito.

CV: Agradeço pra carai, sabe disso. Não sei o que eu faria. — pensou.

Sorriso: Tu nunca comentou como conheceu essa menina... — jogou na roda.

CV: Ah vei foi no asfalto na minha época de aspirante, mas voltei a me envolver com ela antes da Lana. — de costas pra gente — Daí deu na merda que deu.

Maquinista: Tá ligado, que o moleque ou a mina que tá por vir, não tem nada haver com isso né? — olhei.

CV: É...

Sorriso: É? — injuriado — Tá pensando em fazer nada com o bebê não né CV?

CV: Neurose. Lógico que não.

Maquinista: Esperamos. — deixei avisado.

Quebrada de traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora