ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ Sorriso Narrando 😁😁😁
Não funciono com pressão em cima de mim, estava desembolando com a Bia, e estava gostando de ficar assim.
Sorriso: E a mercadoria? — do lado de fora da boca.
Bolinha: Só da boa. — olhou — Cada vez melhor.
Sorriso: Assim que vale. — sentei na roda, e o cigarro ficou passando por nós.
O meu trabalho na boca é simples, fica ali gerenciando, tomando conta, segurando as barras, resolvendo e estando ali não só pra que o Maquinista precisar, mas como qualquer um. Não tenho nada o que reclamar, essa é a vida que eu quis, eu tive escolha, mas optei por essa, porque na época e na minha cabeça era a mais fácil de se ganhar dinheiro! Não me orgulho disso, mas também não quero sair, a minha vida é esse morro.
CV: O que tá arrumando? — sentou do meu lado.
Sorriso: O que tá pegando CV? — fui direto.
CV: Nada irmão. — viajou.
Sorriso: Tá pesado? — olhei.
CV: Complicado demais. — se lamentou.
Sorriso: Ela vai vir mesmo? — perguntei.
CV: De mala e tudo. — fechou os olhos — Se arrependimento matasse...
Sorriso: Diz isso por que? — encarei — Por causa da situação ou por causa da Lana?
CV: Pelos dois. — explicou — Pode não parecer mais eu gosto da Lana.
Sorriso: Papo retão, não é o que parece. — sincero.
CV: Mas eu gosto, sei que fui errado, mas pô, nem imaginava. — olhou.
Sorriso: Então, acho melhor você contar pra ela, do que ela ficar sabendo pela boca dos outros. — dei um toque — A mina é fichada em ti fio. — mandei.
CV: Tô ligado.
Sorriso: Acho que é uma boa hora. — olhei pra Lana subindo o morro.
CV: Depois. Também não quero criar confusão com o Maquinista.
Sorriso: Não escapa. — finalizei.
Deu 12hrs a boca começou a ter movimento, era de todo canto. Tinha que levar pro asfalto, e pras outras favelas.
Menor: Sorriso, tá quebradeira lá em cima. — passou o rádio.
Sorriso: Aonde? — já levantei.
Menor: Na quadra.
Era dois noiados se pegando por causa de coca.
Sorriso: Qual foi Moiado ? — entrei no meio dos dois.
Moiado: O doidão aí querendo pegar a minha coca. — deu um empurrão.
Sorriso: Fi, tem coca pra todo mundo. — tirei uma sacolinha do bolso, joguei pro outro — Não quero treta aqui não.
Chumbo: Ele roubo a minha coca fi, não viaja não. — foi pra cima do Moiado.
Sorriso: Carai, os dois agora não tem não? — perguntei — Quero saber não, pode vazar.
Empurrei cada um pra sua direção.
Bia: Psiu. — me chamou.
Sorriso: Opa. — fui até ela — Indo pra casa?
Bia: Sim, hora do almoço né? — falou animada.
Sorriso: Passa fome. — deu um beijo em sua bochecha.
Bia: Até parece.. — me beliscou — Vamos?
Sorriso: Não precisa nem chamar.
Maquinista: Resolveu a treta já? — me perguntou.
Sorriso: Era o Moiado e o Chumbo fi, por causa de coca. — expliquei — Bia.
Maquinista: E aí Bia, firmeza?
Bia: Suave. — brincou — Tava chamando o Sorriso pra almoçar, que ir? — ofereceu.
Maquinista: Fi, não vou fazer charme. — riu — Ainda mais com comida.
Bia: Sem problema. Vamos que a Marina, já deve ter chegado.
O Maquinista só olhou pra minha cara, e eu felizmente, só pude rir. Fomos pra casa da Bia e como de surpresa, a Marina já estava lá com a Lana.