Capítulo 20

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-não, acho que não, quero continuar conversando com você... E sem usar violência
Ele se aproximou mais um pouco de mim ficando sentado de lado, depois fez carinho na costa da minha mão com seu dedo indicador formando círculos ali. Eu fechei minha mão ficando incomodada com isso não aguentando mais ficar aqui deitada à força!
-você tem o corpo de uma garota de 17 anos, é claro que um dia ia senti esse tipo de atração por você
...!?!?
Apertei minha mandíbula e mordi minha língua, minha respiração acelerou pela fúria que estava acumulada dentro de mim. Eu nunca fiquei com vontade de matar alguém antes, não sei oque está acontecendo comigo. Eu preciso fazer alguma coisa pra essa raiva ser descontada nele.
-tá bom já pode me soltar, não estou mais brava com você
Menti fazendo uma expressão relaxada, até mesmo coloquei um sorriso no meu rosto para ele acreditar de verdade nisso. Eu só quero enforca-lo, só isso... Eu preciso fazer isso para me sentir melhor.
-tá bom
Fiquei até um pouco desconfiada porque ele acreditou em mim muito fácil, mesmo assim eu permaneci tranquila o tempo todo. Comecei a senti a pressão em cima do meu corpo ficando mais leve, ele se levantou depois estendendo sua mão para me ajudar a levantar. Dessa vez eu aceitei ficando de pé ajeitando meu cabelo e depois puxei meu vestido que estava dobrado deixando ele curto demais. Quando terminei de me arrumar, eu olhei pra ele ainda sorrindo, ele também retribuiu de uma forma mais exagerada mostrando seus dentes.
Depois de dois segundos eu comecei a pegar adrenalina da raiva de novo, ele fechou seu sorriso de novo percebendo que caiu na minha armadilha. Depois eu simplesmente peguei seu pescoço empurrando-o até a árvore próxima, bati ele contra ela com uma força que nem sabia que tinha, comecei a usar um pouco mais de força bem devagar vendo ele formar uma expressão assustada, e isso me fez sorrir de verdade.
-calma, tenho certeza que no fundo você não quer me matar de verdade
Ele falou com a voz fina por está sendo sufocado, por algum motivo eu diminuir minha força no seu pescoço porque eu sentia que não conseguiria fazer isso de verdade. Eu não quero mata-lo, só descontar minha raiva por ele ter feito aquilo comigo.
Respirei fundo abaixando minhas mãos, ele as pegou quando estavam da altura do seu peito, eu deixei começando a ficar mais calma. Não olhei pra ele tentando entender oque realmente estava acontecendo aqui, e comigo também.
-você tem um problema sério em se controlar né?
Ignorei sua pergunta sarcástica concentrada pensando em tudo que aconteceu à poucos minutos atrás. Mas aí eu senti suas mãos ficarem na minha cintura e ele me puxou bem devagar me abraçando com carinho, eu fiquei surpresa quando retribui o abraço passando meus braços no seu pescoço de novo. Eu não queria admitir pra mim mesma que gostava disso, mas ainda sinto que não quero ter esse tipo de sentimento por ele.
Fechei os olhos tentando não sentir nada além de um abraço acolhedor e carinhoso, era tão bom sentir ele de novo, não aquele que me beijou naquela hora. Agora é aquele garoto que eu conheci e que gosto da sua companhia.
-gosto de você, mas não quero esse tipo de coisa agora
Conseguir botar pra fora colocando minha bochecha contra seu peito querendo senti o calor de uma amizade de novo, mas ele dificultava muito me apertando com mais força. Eu não queria isso agora! Ele tem que respeitar meu lado...
-vou tentar
Ele usou uma foz suave perto do meu ouvido e depois se afastou de mim segurando minhas mãos ainda. Eu pude ver seus olhos normais de novo, fiquei aliviada com isso, eu só espero que ele cumpra essa promessa. Eu considero uma promessa, só não quero que seja difícil. Eu ainda me sinto suja com isso, mas agora eu quero me limpar continuando com nossa amizade.
-obrigada
Agora eu dei um sorriso sincero à ele e me aproximei ficando nas pontas dos pés para li dá um beijo na bochecha delicadamente. Ele sorriu depois e eu fiquei feliz com isso, só espero que ele não tente mais nada daqui pra frente. Eu prefiro desse jeito, fingi que nada aconteceu. Mesmo ainda com um pouco de raiva dele por ter me sujado desse jeito, mas tudo bem... Não ia gostar de ficar sem falar com ele por causa desse acontecimento... Perturbador.
-cadê o vestido que te dei?
Ele perguntou de repente ainda sorrido levemente. Ele se recupera rápido.
-eu não quis molhar porque estava chovendo
Respondi um pouco sem graça dando alguns passos para trás e depois comecei a andar em alguma direção convidando ele para um passeio para termos uma conversa normal.
-isso aqui é dele também
Ele falou tirando uma fita vermelha do bolso da sua calça suspendendo ela na minha frente sorrindo, eu fiquei um pouco confusa porque não conseguia entender como uma fita pode ser parte de um vestido.
-se põem na cintura e faz um laço atrás
Ata.
-ou você pode amarrar seu cabelo
Ele sorriu ainda mais enrolando a fita da grossura de um dedo na sua mão, essa conversa me deu vontade de pegar o vestido na árvore agora e vestir. Eu acho que ele não deve ter ficado muito molhado por eu ter colocado uma folha em cima dele para protege-lo da chuva.
-eu vou vestir quando chegarmos lá
Disse sorrindo de volta colocando uma parte do meu cabelo atrás da minha orelha, isso me fez esquecer um pouco dos meus problemas com meu pai de novo, ele com certeza vai me matar. Mas eu vou aceitar a outra dose do meu castigo hoje à noite. Eu sei que ele já deve saber que passei do limite que ele me deu. Eu não faço ideia de como ele faz isso, mas eu posso sentir a bronca esperando por mim quando escurecer.
-seu pai... Ainda te proíbe de ir muito longe né?
Afirmei com a cabeça ficando triste, isso estragou meu dia. Eu não quero mais pensar nisso, prefiro esquecer e aproveitar as últimas horas do dia andando por aí com ele já que passei do limite mesmo. Não custa sair do meu castigo só um pouco, já tô ferrada mesmo.

Uma garota sozinha na floresta Onde histórias criam vida. Descubra agora