Capítulo 169

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-Joseph!
Alguém lá embaixo chamou e eu pude ouvir a porta sendo fechada fazendo um rangido alto. Eu limpei meu rosto de novo e peguei minha mochila do chão seguindo Joseph escada abaixo. Mas parei no penúltimo degrau e fiquei sem jeito na frente de três jovens estranhos que focaram em mim de uma forma esquisita. Na frente uma menina de cabelos negros e um estilo de roupas exagerado, ela tinha os braços cruzados e um olhar superior a mim com as sombrancelhas erguidas, do lado esquerdo dela um menino mais novo dos três, sua cor pálida e olhos escuros me assustaram um pouco. A outra era uma menina branca de cabelos castanhos, ela parecia ser a única que não parecia querer me botar pra fora daqui.
-gente essa aqui é a Lucy... E Lucy esses são o Nether, Lucinda e Ana
Fiz um gesto para todos fingindo um sorriso educado e gentil. Mas fiquei séria depois que nenhum ali pareceu ir com minha cara, eu queria poder sair correndo daqui porque nunca tinha sentido uma energia tão péssima entre três humanos.
-ham... Agente voltou aqui pra te convidar pra ir numa casa abandonada que o Nether diz ser abandonada
Lucinda olhou pra ele ainda com aquele olhar zangado.
-é verdade sim, eu mesmo já vi coisas lá dentro
Eu abaixei os olhos ignorando a discussão dos dois, eu olhei para Joseph quase entrando lá também prestando atenção. Eu estava me sentido sobrando aqui e acho que já devo ir embora porque está tarde.
-onde vai Lucy?
Joseph perguntou quando eu havia passado pelos três caminhando em direção a porta. Eu não queria ter que explicar nada agora, preciso ir mesmo.
-eu já tenho que ir
-mas então não quer vim com a gente?
Ana fez os dois olharem pra ela com reprovação, Lucinda parecia quem mais queria fazer ela não ter dito isso. Mas eu não queria problemas com os amigos dele, eu posso me dá bem com ele mas não é a mesma coisa com seus amigos. Então eu só balancei a cabeça dizendo que dispensava o convite.
-vai ser divertido, quanto mais melhor porque ninguém sabe se podemos sair vivos de lá
Nether parecia animado provocando Lucinda que o olhou apertando os olhos pedindo pra ele parar, eu sorri pra todos ainda na porta. Mas depois não disse nada e sair decidindo ir pra casa mesmo pois queria ter aquela conversa com meu pai ainda.
Mas não demorou para eu escutar passos vindo atrás de mim. Eu olhei e era Joseph que me assustou aparecendo do meu lado tão rápido.
-posso te acompanhar então?
Disse sim com a cabeça sorrindo pra ele pela primeira vez de uma forma alegre e gentil. Estava começando a gostar da sua companhia apesar de ele ter feito muitas coisas irritantes comigo. Ele era meu amigo e eu sentia que poderia confiar nele. Então nós dois fomos andando e conversando sobre coisa engraçadas e sem sentido algum, mas era divertido conversar com ele. Eu me sentia mesmo mano estressada depois dessa tarde que passei com ele.
Até  paramos em uma sorveteria a seu pedido e ele pagou um sorvete pra mim. Eu agradeci e fiquei feliz quando percebi que era daquela fruta que descobrir que gostava.

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Já quase de noite nós já estávamos perto de casa e eu pensava novamente sobre a conversa com meu pai. Isso já me torturou o dia inteiro, agora finalmente eu estou indo tirar satisfações com ele. Como eu vim por trás das casas não dava pra ver se o carro dela estava na frente de casa, ela seria assim tal cara de pau de vir até aqui para falar com ele? Não acho que não, isso não é a cara dela... Ou é?
Balancei a cabeça e parei na frente da cerca passando a mão no meu cabelo sem jeito porque não sabia oque dizer para Joseph em forma de agradecimento por ter me feito ficar menos estressada hoje. Então tomei coragem e olhei pra ele que sorriu um pouco como se tivesse esperando que eu dissesse mesmo alguma coisa.
-eu...
-mas que cena linda
Uma voz me cortou fazendo meu coração pular e minhas mãos começaram a tremer dois segundos depois de ter percebido de quem era ela. Eu sentir meu corpo inteiro congelar de medo e eu instintivamente dei um passo para frente ficando perto de Joseph na forma de me proteger porque oque eu vi parado a três metros de distância de nós, não era quem eu pensei que fosse. Ele estava sorrindo escondendo uma faca atrás do corpo como se não quisesse nos assustar, pelo seu estado, ele parecia ter cometido vários assassinatos pelas roupas manchadas de sangue. Seu olhar, foi direto pra mim assim que ele percebeu meu medo, eu podia sentir sua satisfação nisso.
-vai embora seu doente
Pediu Joseph se colocando na minha frente para me proteger, eu me encolhi ali com a respiração acelerada e quase ofegante pelo medo daquela criatura. Que em resposta do pedido de Joseph, riu alto passando a mão no cabelo de novo parecendo confuso e estressado demais pela força que ele passava sua mão ali. Seus olhos de novo encontraram os meus, mas eu desvie e segurei o braço de Joseph com força como se tivesse usando ele como meu escudo.
-eu acho que é a segunda vez que eu te vejo com ele não é Louise?
Sua pergunta me fez permanecer calada, eu sentir um pequeno choque com sua voz pronunciando meu nome dessa forma. Eu não sabia como sair viva dessa situação. Mas agora eu só quero que ele vá embora.
-então é isso mesmo...?! É por causa dele não é?
Gritava agora as últimas palavras me deixando confusa porque tinha vontade de chorar. Ele me magoa dizendo isso pra mim... Eu nunca faria isso com ele mesmo depois de tudo que fez comigo... Mesmo depois de tudo que ele fez...
Eu não conseguir mais segurar as lágrimas que ele não merecia, era aquela dor novamente que me fez ter o pensamento de que mesmo se ele sentir raiva, mágoa ou até me odiar, eu não vou deixar de sentir isso por ele.
-olha oque fez imbecil, vá embora daqui!
Joseph gritou colocando uma mão para trás me segurando atrás de suas costas. Eu estava me tremendo por algum motivo, não era mais raiva que eu sentia nesse momento, não adianta mais sentir isso. Era apenas o medo de que ele possa machucar Joseph, ou Joseph o machucar. Eu não quero que ele continue assim, está diferente demais.
-eu não saio daqui até ela me responder

Uma garota sozinha na floresta Onde histórias criam vida. Descubra agora