-Raca, spuria, culus!!!
Gritava batendo no seu peito com minhas mãos tentando levantar da cama e empurra-lo de lá de tanta raiva. Mas ele se sentou do meu lado e segurou meus pulsos tentando me prender mas eu agora me rendi a tristeza que invadiu meu corpo tirando minhas força e isso me fez começar a chorar feito uma idiota por causa disso tudo que só fico sabendo agora. Ele me soltou e me puxou dali me apertando contra seu peito em um abraço que eu não gostei porque no momento eu sentia raiva dele.
-entendo sua raiva, mas não a demonstre com essas palavras
Chorava apertando sua blusa perto do meu queixo sujando ela com minhas lágrimas. Meu corpo relaxou depois de alguns segundos e eu me afastei dele limpando meu rosto e meu nariz. Absorvi tudo isso um minuto depois pensando nisso de cabeça baixa.
-eu vou... Comer alguma coisa...
Falei seca com a voz rouca por causa do choro, sai de lá sem olhar para sua expressão e bati a porta atrás de mim usando mais força que o necessário demonstrando minha frustração sem querer. Eu só precisava ficar sozinha um tempo, acabo de descobri que eu sou mesmo metade... Monstro, mas no caso dos dois, ambos tinham semelhanças assim como eu e jass. Argth...! Vou me concentrar em outra coisa.
No meio do corredor eu vi algo se mexer me assustando e me deixando surpresa porque era Sr. Clóvis que miou pra mim me cumprimentando. Eu não sei como ele chegou aqui, mas eu só quis saber de pegar ele do chão e colocar em cima do balcão fazendo carinho nas suas orelhas e depois indo em direção a geladeira. Ela tinha muitas opções, mas eu peguei um prato de isopor com alguma coisa vermelha salpicada com algo preto e branco. Eu peguei aquilo cutucando com meu dedo indicador e percebi que era parecido com carne. Fechei a geladeira com meu pé e fui até o balcão sentando na cadeira e colocando o pequeno prato na minha frente. Sr. Clóvis me olhou lambendo os lados da sua boca faminto, com certeza.
Tirei o plástico do meu caminho e tirei um pedaço grande colocando perto dele que o devorou rápido e de forma selvagem. Eu olhei aquilo vendo que o negócio só deve está bem gostoso pra ele ter comigo desse jeito. Então eu arrisquei um pedaço pequeno que cabia na minha boca e mordi mastigando bem devagar tomando um choque com o salgado, macio e gelado. Eu sabia que estava cru porque os humanos gostam de fritar ou cozinhar no fogão, mas eu não tinha problemas com isso. Por isso comi tudo deixando Sr. Clóvis lamber o pratinho de isopor no final. Lavei minhas mãos e procurei algo para beber porque aquilo era salgado demais, na geladeira não tinha refrigerante, oque me deixou triste. Mas tinha uma garrafa de vidro com algo amarelo dentro, talvez suco. Peguei um copo no armário de cima e virei um pouco para provar, mas depois coloquei mais porque tinha gostado do doce parecido com laranja.
Sr. Clóvis saio de cima de balcão e andou devagar indo para o sofá onde do lado tinha uma caminha branca e um pau onde ele afiava suas garras. Se esticou sobre a cama e dormiu de barriga pra cima de forma fofa. Não lavei meu copo porque não sou obrigada, deixei ele na pia. Mas quando ia para meu quarto de novo (pois não queria dormi onde meu pai está) eu escuto alguém bater na porta com muita força três vezes seguidas. Parecia ter pressa porque deixava pausas de dois segundos e voltava a bater.
Pai surgiu do meu lado e me olhou confuso e curioso quando passou por mim, ele foi até a porta e eu o acompanhei ficando do seu lado. Esperamos o alguém parar de bater para poder abri, mas quando ele a abriu tinha uma criatura raivosa toda molhada e rasgada respirando pesado e muito furiosa focando seus olhos em mim. Oque me deixou assustada não foi o estado que a mulher se encontrava, e sim quem era. Mas antes que eu pudesse me defender, ela entrou e foi direto no meu pescoço me estrangulando e me colocando no chão rosnando feito uma animal selvagem enquanto me prendia aqui. Seu cabelo bagunçado e úmido deixou seu rosto escondido e eu não podia ter certeza se era ela ou não, mas não podia ser. Ela só saiu de cima de mim quando meu pai a segurou pelos braços e a colocou de joelhos, mas ela ainda rosnava pra mim revelando seu rosto na luz da cozinha. Mas eu não conseguia acreditar, em resposta da minha surpresa eu mostrei meus dentes ficando abaixada em posição de ataque mas não me atrevi a sair daqui.
-vadia desgraçada!! Eu não ti matei!!?
Gritei desesperada de tanta confusão na minha cabeça me levantando do chão apoiando minha mão sobre o balcão ficando tonta com tudo isso acontecendo. Ela ainda tentava se soltar dos braços do meu pai que no momento pareciam correntes segurando ela ali que também saiu do chão pulando na minha direção de novo conseguindo sair de lá.
-Sim você fez isso!! Mas eu voltei do inferno só pra te pegar!!
Rosnou me empurrando contra o armário com as mãos na gola do meu vestido. Depois me arremessou contra o balcão fazendo ele estremecer pela força que ela usou para fazer isso comigo, antes que ela pudesse me pegar de novo eu desviei e fui pra trás do meu pai realmente assustada com essa criatura selvagem.
-Marie! Para com isso!
Pediu ele fazendo uma barreira entre mim e ela com seus braços fazendo a mulher parar no mesmo lugar e o encarar quase soltando fumaça pelos ouvidos de tanta fúria que se manifestou nela quando o percebeu aqui me protegendo.
-olhe oque sua filha fez comigo!
Falou entre os dentes levantando sua blusa mostrando uma cicatriz bem feia de um corte na sua barriga, suspeito de ter sido aquela facada que eu dei nela. Suspeito, não tenho certeza porque não parece ser a mulher inocente e indefesa que eu gostava de causar medo e me divertir.
-filha...?
Ele olhou pra mim confuso e eu sorrir na forma de me desculpar ainda segurando seus ombros buscando segurança. Só um milagre pode me tirar dessa agora, eu não tenho tanta culpa nisso! Ela que me largou, ele não lembra disso?!
-sai da minha frente que eu vou acabar com ela!
Rosnou de novo mais alto dessa vez pulando na minha direção, mas meu pai a segurou com seu braço esquerdo mantendo ela no mesmo lugar ainda tentando chegar até mim esticando seu braço por cima do ombro dele. Eu fiz uma expressão de surpresa quando percebi seus olhos brancos brilhantes quando ela me encarou com ódio. Que diabos ela é então!? Oque aconteceu com aquela mulher?
-fica calma tá bom... Esqueceu que ela teve motivos pra fazer isso?
Pai perguntou segurando ela pelos ombros paralisando-a encarando seu rosto relaxando mais um pouco ali. Seus olhos ficaram normais e ela abaixou a cabeça formando uma expressão confusa olhando para os lados tentando entender oque acabou de fazer. Assim como eu quando fico nesse estado... Ela voltou a encarar meu pai com as sombrancelhas tremendo de repente. Depois ela chegou a me assustar abraçando-o com força chorando ao mesmo tempo apertando-o ainda mais. Como se tivesse voltado a ser aquela vadia de antes. Obviamente fiquei incomodada com isso com ciúmes do meu pai que é só meu!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma garota sozinha na floresta
FantasyEu não tenho nome e nem sei direito oque sou. Eu tenho a forma de um ser humano, mas meu pai diz que não sou um. Meu "pai" porque ele quem cuida de mim. Eu quase não tenho muito contato com ele, vivo quase sempre sozinha andando pela floresta tentan...