Capítulo 189

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Ela estava bloqueando todos os meus pensamentos que poderiam me fazer parar. Mas a sensação que essa cena me passar é algo que faz sentir eu mesma. Pensava nisso enquanto afundava o pé de cabra no rosto do homem que ainda se esforçava pra gritar de dor. Humanos são tão idiotas, isso que tornar todas essas matanças divertidas pra nós duas. Mas a parte ruim e ficar suja e colocar mais assassinatos na ficha da vampira terrorista, se é que eles estão fazendo isso. Não entendi muito disso, e pensando dessa forma agora fica chato toda essa minha diversão. Não tive a facilidade que tive quando peguei aquela menina, e eu também percebi que é mais divertido ainda quando a vítima não faz quase nada para se defender.
Da próxima vez, crianças então.
Congelei como costumo fazer quando ela desiste, larguei o pé de cabra no chão fazendo um barulho irritante e alto. Andei para trás tonta e cansada, minhas pernas estavam bambas também. Meus braços doendo e latejando, tive que me encostar no balcão e ficar apoiada lá até eu controlar a tontura e a fraca dor de cabeça que ela havia deixado por algum motivo. Eu fiz o que ela pediu... Porque isso agora?
Procurei Joseph olhando para meus dois lados e os cantos da lanchonete, mas ele estava parado apenas alguns metros de distância de mim com as mãos nos bolsos e uma expressão séria e normal no rosto. Isso me deixou confusa, nenhuma pessoa normal ficaria tão calma com o que fiz ou que visse essa cena. Mas esqueci que ele não era uma pessoa. Eu só fiz abaixar a cabeça quase envergonhada, decidi ir embora e fiz isso acelerando meus passos meios inseguros enquanto tentava ir até a porta de trás sem tropeçar. Ouvir que ele veio atrás de mim e me encolhi passando pela entrada da porta dando espaço à ele também.
Lá fora, eu parei ao seu lado e fiquei ofuscada com a luz do sol, mesmo sendo de tarde eu ele estava forte. Olhei pra ele de novo e disse um "já vou indo" apenas com minha expressão, ele não fez nada. Apenas entortou a boca de novo. Dei de ombros seu comportamento e comecei a andar colocando uma mão no seu ombro quando passei do seu lado.

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Estava tão cansada de tanto andar que eu comecei a cambalear no meio do caminho. Quando tropeçava, Joseph me ajudava e eu tentava mais ainda permanecer em linha reta sem pisar nos meus próprios pés ou bater em meus calcanhares. Minha cabeça ainda doendo não deixava eu pensar direito para onde eu tinha que ir, acho que...
Pra casa do seu pai.
Há... Eu não sei porque ficou tão longe, queria poder me jogar no chão e dormir. Não sei porque meu corpo está tão dolorido e pesado a cada passo que dava, algumas vezes minha vista escurecia também e eu via clarões de luzes de vez em quando. Isso me preocupava muito, não podia parar e esperar passar porque meu pai deve está preocupado. Já deve saber que eu fugir, claro que ela já deve está lá contando a ele quando não me viu no quarto hoje de manhã... Porque estou me preocupando com isso? Tenho que me preocupar comigo! Estou vendo clarões de luzes do nada e isso não é normal.
-oque disse?
Perguntei de repente a ele porque acho que escutei alguma coisa, ele me perguntou algo?
-eu não disse nada
Levantou os ombros me olhando confuso, fiquei encarando ele apertando meus olhos com dor de cabeça e tentando entender porque achei que tinha escutado sua voz. Também escuto os carros e esse barulho abafa qualquer outro ao meu redor. Essa dor de cabeça... Porque não passa?
-eu...
Parei do seu lado passando as duas mãos na minha cabeça. Olhei pra ele de novo e percebi que ele estava me observando preocupado um pouco curvado na minha direção para ver meu rosto por causa da sua altura e da minha.. Eu estava olhando para seus pés sentindo meu corpo mole e aquela coisa na minha barriga, a saliva acumulada na minha me deu uma pista de que tudo isso não passava de enjôo por causa do sangue que ingerir naquela hora. Mas não vomitei, só coloquei a mão na boca e permaneci parada tentando controlar a dor na cabeça e no estômago. Não como mais nada daqui pra frente.
-precisa ir pra casa, você parece muito mal Louise
Quando ele disse meu nome eu me liguei de novo e tentei fazer o que ele mandou pegando no seu ombro de novo para sair do lugar porque meus pés e meu corpo pareciam pesar mais do que o normal. Quando chegarmos, eu tenho que inventar uma desculpa para meu pai... E também agradecer Joseph por está me ajudando e ter cuidado de mim naquela hora.

Uma garota sozinha na floresta Onde histórias criam vida. Descubra agora