Capítulo 44

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Quando chegamos perto das três árvore, eu notei ele se afastar de mim andando na direção da árvore que eu fico com as mãos nos bolsos como se estivesse fugindo. Eu sorrir porque ele parecia está mesmo com medo do meu pai, não é pra menos. Meu pai é... Um ser do mal com certeza. E também alguém que eu vou ter aguentar e ouvir seus berros furiosos comigo, sei que tenho que contar a verdade. Posso dizer que conheço jass e que eu ando com ele... Por aí... E que eu gosto dele. Não sei como ele vai reagir, mas torço para ele entender meu sentimento por ele. E que ele possa me perdoar por ter ficado todos esses dias sem falar com ele.
Quando já estava no centro daquele lugar eu já ia chamar por ele se não visse uma figura escura atrás da terceira árvore me olhando com aqueles olhos negros brilhando no escuro que o capuz da sua roupa deixava. A única coisa que fiz foi me ajoelhar sentando em meus pés ficando com o rosto no chão me rendendo ao que ele tinha a me dizer. Só espero perguntas fáceis e compreensivas.
-posso saber por onde andou?
Sua voz estava normal, apenas com uma quantidade pequena de frustração e um tom baixo significando que ele está paciente hoje. Também não andou até mim, sinal de que ele não ia me machucar de nenhum forma... Ainda.
-eu não vim falar com você porque estava irritada com você pai, desculpa criar coragem de vir só hoje
Falei com as mãos no colo ainda com o rosto abaixado formando a parede de cabelos do dois lados do meu rosto. A atmosfera ficou tensa quando sua resposta demorava, só ouvia seus passos se aproximando de mim e eu ia me encolhendo ainda mais ficando nervosa e com medo de receber outro tapa. Mas ele parou distante de mim e eu só conseguir ver seus pés coberto pela manta escura que ele usava, estava com muito medo dele não está na sua forma humana. Eu só o vi na forma normal quando era menor e fiquei assustada mas ele me acalmou logo depois.
-está mentindo
-não senhor, eu juro que é só isso, eu confesso que fui além do limite que você me disse, mas foi só isso pai
Expliquei sem deixar de derramar as lágrimas involuntárias, olhava pra ele com a cabeça levantada fazendo gestos com as mãos de forma desesperada para ele acreditar em mim. Eu não quero ficar de castigo de novo.
-levante-se
Fiz oque ele pediu rápido abaixando meu rosto com medo de olhar nos seus olhos que estava cheios de ódios dirigidos à mim. Eu sei que ele está com raiva de mim, mas não tenho como escapar agora. Já disse a metade da verdade, ele com certeza vai me castigar. Porque ainda tenho esperanças de que ele vai me perdoar?
-olhe pra mim filha
Ele pediu usando a última palavra que me acalmou mais um pouco por ser de uma forma carinhosa. Tudo em minha volta ficou mais calmo quando encarei seus olhos menos irritados comigo. Mas também fiquei congelada quando ele levantou sua mão totalmente desfiguradas com dedos horrivelmente grandes e finos como gravetos negros com dobraduras estranhas, depois ele pegou uma mecha do meu cabelo e puxou com o indicar e o polegar fazendo ele ficar branco me causando uma dor de cabeça insuportável me fazendo fechar os olhos com força. Quando os abri eu evitei seu rosto e fiquei horrorizada quando vi que ele tinha mesmo feito aquela parte do meu cabelo ficar branco.
-de agora em diante, eu vou saber onde você tá todo o tempo, se eu pegar você além daquele rio eu chego até você na mesma hora em dez segundos
Sua voz não estava normal, ela estava grossa misturada com a sua que ele usa para conversar comigo. Mas a outra me assustava e eu ainda chorava de medo e por não poder mais ir nos lugares além do rio. Porque de novo o mesmo castigo?
-e si se comportar até amanhã de noite eu deixo você livre
Diz passando um dedo na minha bochecha levando minha lágrima. Fiquei confusa pelo tempo do castigo, mas fiquei calada porque não estava achando ruim e se comentar alguma coisa ele pode piorar.
-estava com saudade filha
Sua voz voltou e eu tinha parado de soluçar encarando ele com cuidado temendo em ver aquela criatura que não era meu pai. Mas ele estava normal, só seus olhos que sempre foram escuros estavam mais carinhosos comigo. Sua face estampava um sorriso assustador que ele usa somente comigo. Fiquei mais a vontade e relaxei os ombros me aproximando dele para li dá um abraço ignorando o fato dele ainda ter mantido o castigo. Mas eu continuei ali encostada contra seu peito afundando meu rosto no tecido grosso com cheiro de nada. Mas macio e aconchegante com a cara dele.
-minha pequena...
Sorrir com o apelido carinhoso que ele nunca mais tinha usado comigo, ele amoleceu por algum motivo, mas eu estava com esperanças de que ele possa suavizar esse castigo. Ele pode ser oque for, pode fazer oque quiser com as pessoas, continua sendo meu pai que amo e que cuida de mim do jeito dele.
-queria contar uma coisa pra você pai
Disse de repente querendo apresentar jass à ele, só não sei se vai dá certo. Eu quero que ele veja que existe outro da minha espécie. Será que consigo hoje?
-oque é?
Pergunta se afastando de mim segurando meus ombros me olhando fundo nos olhos curioso mas me transmitiu uma energia nervosa e que me deixou insegura disso de repente.
-na verdade é alguém
Resumi sentindo suas mãos ficarem mais firmes nos meus ombros quase me apertando, sua expressão ficou sem vida e eu pude ver a preocupação nos seus olhos se transformar em pura raiva. Nesse momento eu me afastei dois passos e me arrependi na hora. Droga! Oque exatamente eu fiz?

Uma garota sozinha na floresta Onde histórias criam vida. Descubra agora