Capítulo 57

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Fiquei olhando pra ele vendo seu sorriso aumentar e eu fiquei me contorcendo por dentro porque esperava que ele ficasse horrorizado. Acabei de matar um humano inocente que estava só tentando me ajuda... Ele tentou me ajuda, perguntou se eu queria ajuda, e eu o matei sem piedade. Sem conseguir pensar primeiro, porque fiz isso?
Porque eu quis!
Coloquei minhas mãos dos dois lados da minha cabeça de novo, me afastei dele e fechei os olhos com força, eu não quero mais senti isso. É uma tortura, não quero mas ouvir sua voz para por favor!!
-Lucy você está...?
-Não, Não estou!
Gritei rosnando ao mesmo tempo me levantando do seu lado indo para o meio da rua ficando lá andando de um lado para outro tentando controlar meus pensamentos todos dirigidos as mortes que eu cometi e a voz na minha cabeça. Ela diz pra mim fazer essas coisas, porque? Oque está acontecendo comigo? Porque não consigo me controlar, ela me possui do nada, como faz isso...? Preciso de ajuda, mas não sei oque fazer. Ninguém pode me ajudar agora, preciso me acalmar, ficar nervosa ou histérica só piora.
Não adianta, não vou sair daqui nunca Lucy!
Gritei em agonia me ajoelhando no asfalto tampando meus ouvidos como se a voz estivesse vindo do lado de fora, mas ela está dentro de mim. Não tenho como lutar contra isso, mas oque quer comigo? Tem a ver com oque meu pai fez comigo para salvar minha vida? Eu preciso ir falar com ele, não aguento mais, não vou conseguir nada ficando aqui. Vou do jeito que estou não precisa mais de vestido, ele precisa saber oque eu fiz. Estou ensanguentada e vai ser a prova de que matei duas pessoas!!
-vamos embora daqui jass
Falei me levantando de lá quase descontando isso nele falando isso com muita ignorância, mas quando estava entrando na floresta eu percebi que posso está atrasada. Não adianta mais, ele já deve ter ido embora à muito tempo. Isso é em vão, ele disse que não queria que eu me atrasasse mas não me preocupo. Eu tenho uma ótima desculpa pra isso. Vou dormir na casa de jass e amanhã levo minha roupa suja de sangue pra ele acreditar em mim.

Notei que jass estava muito quieto do meu lado, ele parecia está tenso. Mas acho que ele só está respeitando meu estado, ele sabe que acabei de matar duas pessoas. Não estou disposta para conversar ou discuti sobre isso, preciso me organizar. Minha cabeça não para, minha barriga ainda doe um pouco, minha coxa nem tanto mas mesmo assim, não consigo parar de pensar ou me imaginar em cima daqueles humanos os atacando como uma selvagem, ainda não entendo oque houve comigo. Preciso muito falar com meu pai, espero que ele tenha a resposta e minha cura também, não vou aguentar isso.
Quando chegamos na casa dele, eu abri a porta indo direto para bacia com água lavando meu rosto e minha boca que ainda estava suja de sangue, o cheiro era horrível. Lavei meus braços e minha coxa limpando meu corpo inteiro molhando o chão de madeira, peguei um pano que estava perto da bacia e limpei meu rosto molhando um pouco para passar na minha barriga, me sentei na cama e rasguei meu vestido fazendo um furo na parte da minha barriga para limpar o ferimento que já estava fechado mais continua doendo um pouco. Gemi alguma vezes mas conseguir deixar minha pele branca de novo.
Jass procurava roupas limpas pra mim na coisa com portas e na sua mochila mas não parecia está encontrando. Fiquei preocupada porque não queria ficar com esse vestido que me trazia lembranças horríveis.
-na minha mochila jass
Disse passando o pano na minha testa para limpar mais um vez e depois entre meus dedos, eu me sentia estranha limpando esse sangue que estava misturado com o meu. Sentia nojo, vergonha de mim mesma e tristeza, tudo isso ainda não conseguia digerir. Não quero pensar em coisas relacionadas a estômago, ainda sinto um pouco de enjôo, não posso vomitar aqui dentro. Espero que isso passe, não sei porque vomitei. Não sei oque aconteceu hoje! Não sei nada!
-achei isso
Ele me deu uma blusa preta comprida de mangas curtas, não tinha visto ela lá dentro. Mas eu a peguei e ele me deixou a vontade para me trocar virando de costas. Vestir a blusa jogando o vestido que ele tinha me dado no chão com um pouco de raiva dele também. Fiquei sem a parte debaixo.
-me dá ela aqui jass
Pedi estendendo minha mão esperando ele me dá a mochila de Valerie. A peguei e fui logo procurando algum short ou algo parecido porque não quero nunca mais ficar sem minha parte debaixo, se não fosse ela eu... Não quero pensa nisso agora. Mas ela me salvou de algum jeito. Finalmente achei um short rosa com elástico na cintura, era macio e apertado se juntando no meu corpo o alinhando. Respirei fundo depois que estava sentindo o short nas minhas partes íntimas, era um alívio... Não quero nunca mais passar por isso.
Enquanto eu eu estiver aqui, ninguém vai tocar em você.
Para!
-então... É bem ruim não é?
...?
-do quê está falando?
Perguntei me sentando de frente pra ele curiosa, foi como se ele já tivesse passando por isso. Ele já passou?
-acho que está cansada demais pra falarmos sobre isso hoje
Fiquei calada sendo atingida pela palavra cansaço, meu corpo pedia para um descanso. Minha cabeça também, tenho a esperança de esquecer tudo amanhã, estou mais calma nesse momento. Mas tenho medo de perder o controle enquanto durmo, será que ela pode me possuir enquanto descanso? Acho que não, eu ainda sou dona do meu corpo. Não devo deixar ela me controlar.
-está séria demais, pensando em quê?
Sua voz suave me acalmou mais ainda, seus olhos estavam tão carinhosos que eu me aproximei dele o abraçando passando meus braços pelo seu pescoço. O apertei contra mim respirando fundo me pegando fazendo isso de propósito para sentir seu cheiro forte e familiar demais pra mim. Me senti normal de novo, quase esqueço oque passei e fiz.

Uma garota sozinha na floresta Onde histórias criam vida. Descubra agora