Capítulo 50

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Quando eu estava sozinha com ele, eu me virei mostrando minha irritação com ele através dos meus olhos. Depois eu fiquei de frente pra ele e cruzei meus braços esperando ele comentar alguma coisa porque não estava fim de começar isso usando palavras.
-que foi? Seu pai me odeia
Nossa... Eu nem percebi. Nem mesmo na hora que ele tentou te enforcar. E eu pra te defender ainda implorei pra ele te soltar, devia ter deixado, como fui idiota.
Ele começou a andar na minha direção como se fosse me abraçar para pedi desculpas, mas eu fui mais rápida empurrando-o para beira do rio fazendo ele tropeçar pisando no seu pé esquerdo para ele não conseguir dá o outro passo para não cair. Espirrou um pouco de água em mim também, mas valeu a pena e eu não conseguir deixar de rir da sua cara quando ele voltou a superfície. Seu cabelo ficou estranho cobrindo quase todo seu rosto, ficou mais engraçado ainda quando ele saiu de lá com as mãos fechadas de irritação olhando pra mim quase bufando. Mas eu não parei de rir até ele tentar me puxar para cair também, mas eu conseguir passar por baixo do seu braço para desviar deixando ele ainda mais irritado comigo. Tão fofo e ridículo todo molhado.
-até desisti de te dá aquilo, eu indo lá no quinto dos infernos pra te arrumar aquilo e você me retribui desse jeito
Era pra sentir dó? Pena que não funcionou. Eu já tinha parado de rir mas continuei sorrindo me divertindo com sua irritação.
Mas depois ele começou a andar marchando de raiva em direção a sua casa, suspeitei. Mas acho que ele só estava me deixando sozinha de propósito, tive que segui-lo porque não estava afim de ficar brava com ele. Fiquei do seu lado com um sorriso de criança atentada querendo que ele me olhasse porque ainda estava bravo com as sombrancelhas abaixadas sobre os olhos. Seu cabelo estava tampando sua testa inteira, eu queria tocar ali e tirar a metade porque estava ficando agoniada.
-você foi mesmo no quinto dos infernos conseguir aquilo pra mim?
Puxei uma conversa esperando sua resposta ser menos ignorante e mais um pouco carinhosa comigo. Mas nenhuma nem outra porque nem se esforçou em responder. Fiquei em silêncio por mais dois segundos e já tinha percebido que ele não queria falar comigo.
-jass?
Chamei mas ele não me olhou e eu fiquei irritada agora. Ele tá me ignorando de propósito e eu não tô suportando isso.
-jass caramba tô falando com você!
Empurrei seu ombro com minha mão, mas ele só fez se afastar dois passos de mim passando sua mão no rosto tirando metade da água que escorria pelas pontas do seu cabelo que cobria sua testa.
-vai me ignorar agora?
Perguntei retoricamente porque já sabia a resposta. Que era simplesmente nada, não sei se isso tudo era por ter jogado ele no rio, mas ele tá exagerando. Poxa foi brincadeira, ele levou pro lado pessoal.
-jass?
Tentei outra vez ficando novamente do seu lado tentando acompanhar seu ritmo rápido demais e estressado, ele só bufou e continuou me ignorando com as sombrancelhas ainda unidas. Eu não sei por quanto tempo isso vai durar, mas eu vou fazer ele desisti.
-quer que eu peça desculpas?
Agora ele me olhou levantando uma sobrancelha, acho que foi pra debochar da minha pergunta, mas mantive isso em mente depois disso.
-tá desculpa, foi brincadeira
-brincadeira sem graça
Jogou de volta trancando sua mandíbula de raiva. Agora ele responde?
-porque a vítima foi você
Insisti nessa discussão me divertindo porque era legal discuti com ele, mesmo o assunto sendo inocente, ele gosta de dá a última palavra.
-como você é chata
-e você um bebe chorão
Sorrir ainda mais me afastando um pouco porque ele tinha ficado muito sério e eu abaixei minha cabeça quando percebi que ele não tinha mais respostas mesmo a minha sendo inocente. Mexeu com ele. Então eu parei e ele se virou de frente pra mim levantando somente uma sobrancelha fechando as mãos de novo, agora ele ficou irritado.
-repete isso aí
Já que insiste.
-bebê chorão
Disse novamente cruzando meus braço no peito fazendo uma expressão de "oque vai fazer agora?". Eu queria saber mesmo, porque só ficou calado com uma cara horrível chegando a me assustar se não fosse minha diversão por ter irritado ele ainda mais.
-agora eu pego você
...!?
Comecei a correr depois dessa sua ameaça realmente me assustando dando mais velocidade as minhas pernas. Passei por entre os matos desesperada escutando seus passos próximos demais de mim. Seguir em direção a sua casa reconhecendo por causa da floresta estranha que me lembrava, ele ria lá atrás me apavorando ainda mais porque sua risada ecoou pela floresta como se tivesse sido em alto falante. Não quis olhar pra trás e me escondi atrás de uma árvore depois de ter feito uma curva arriscada deixando a terra bagunçada por ter escorregando ali para freiar. Respirei fundo várias vezes mais tomei cuidado com o barulho que fazia, olhei para os dois lados da árvore e não o vi, nem mesmo seus passos eu escutava.
Onde ele se enfiou?
...
-peguei
Gritei mas ele tampou minha boca colocando seu joelho entre minhas pernas me prendendo contra árvore, eu não conseguia me mexer nem mover minhas pernas para tentar me afastar. Tive a ideia de morder sua mão usando força o suficiente para ter quebrado seu dedo médio que foi o único que deu pra apertar meus dentes arrancando um gemido seu.
Assim que ele me soltou, eu comecei a correr de novo mas não foi muito longe. Assim que dei o terceiro passo, minha perna foi congelada e eu cair no chão de frente quase beijando a terra, ele me virou de frente e colocou um peso sobre meu corpo quase me esmagando. Depois ele se abaixou do meu lado ficou me olhando com um sorriso idiota me irritando por ter ganhado a brincadeira.

Uma garota sozinha na floresta Onde histórias criam vida. Descubra agora