Capítulo 187

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Joseph me ofereceu uma caixinha branca pequena, estava quente através do papel fino e resistente ao mesmo tempo. Abri a tampa dela e vi várias coisinhas estranhas e coloridas lá dentro, o vapor quente bateu no meu rosto e bem na hora me deu muita fome e eu ataquei a caixinha quase sem usar o talher de plástico que ele me deu também. Comi tudo aquilo quase sem mastigar sentindo a massa passar pela minha garganta com dificuldade porque não mastiguei o suficiente. Era gostoso, mas quando cheguei na última colherada, eu fiquei enjoada e me afastei da caixinha me encostando na cadeira e respirando fundo. Ele não notou meu estado concentrado comendo também, passei a mão na minha testa e percebi que ela estava úmida. Estava suando... Uma coisa que não pensei que fosse possível, pensei que só os humanos pudessem fazer isso. Fiquei assustada mas depois me levantei dali buscando ar, fui até uma janela meio aberta e coloquei meu rosto próximo dela respirando fundo várias vezes ficando tonta. Tentei me acalmar, escutava a voz dela baixa no fundo da minha cabeça, mas ignorava com todas as minhas forças. De repente me peguei pensando nas duas pessoas que matei ontem, me lembrei do gosto do sangue e voltei a sentir o incomodo no meu estômago.
-tá tudo bem?
Ele perguntou aparecendo do meu lado, fiz um sim com a cabeça apoiando meus cotovelos na janela e depois tampando minha boca. Estava salivando de novo, mas conseguir controlar. Ele estava jogando as caixinhas fora na lixeira e depois fiquei ali encostada na parede me observando passando mal. Me perguntei se ele poderia me ajudar de alguma forma, mas também imaginei que ele não pode fazer nada mesmo. Então sair dali colocando as duas mãos na cintura suspirando e jogando minha cabeça para trás. Até não poder mais ouvir a voz dela, ela me deixou em paz... Isso era um alívio.
-eu tenho que ir pra casa
Disse me apoiando no balcão agora, ele me olhou entortando a boca mas depois ergueu as sombrancelhas balançando a cabeça. Virou e foi em direção a porta que dava até a salinha que eu estava, fui atrás dele mas de repente ele trava e eu dou de encontra com suas costas. Ia perguntar oque tinha acontecido mas ele ficou de frente pra mim colocando uma mão na minha boca e depois me puxou com força e se colocou embaixo de uma mesa junto comigo sobre seu corpo. Ele me abraçava e tampava minha boca com força, eu parei de gemer e apartar sua mão quando notei que ele tinha feito isso por causa do homem de idade que havia entrado no pequeno espaço na lanchonete.
-shh...
Fez esse som na minha orelha e eu tentei relaxar puxando minhas pernas para debaixo da mesa também antes que ele pudesse vê-las. Mas eu escuto algo estranho, um ruído muito fino e agudo, depois passos rápido e leves pelo chão próximos de mim. Eu tentei ver oque era essa coisa esquisita andando por aí, e quando conseguir ver a criatura eu arregalei os olhos totalmente pasma sentindo meus músculos se contraírem enquanto tentava me soltar dos braços de Joseph. Aquilo era uma criança parada do outro lado da mesa, ela havia visto nós dois aqui, só que não fez nada. Meus instinto estavam gritando para avançar naquela criatura indefesa e frágil.
-solvite me!
Rosnei contra sua mão e conseguir morder depois. Bati minha cabeça na mesa e pisei na barriga dele para poder levantar, parei na frente da menina assustada e confusa a dois metros de distância de mim. Sorri pra ela e depois corri na sua direção pegando-a no colo, depois me abaixei ali abraçando-a e pegando seu rosto usando minhas unhas para vira-lo e eu poder chegar até seu pescoço. Seu sangue era quente como o comum dos humanos, mas tinha algo a mais, a facilidade de ter pegado seu corpo pequeno me deu um prazer estranho que me forçou a continuar com os dentes ali penetrando a pele dela e piorando o ferimento aberto. Essa sensação foi tomando conta do meu corpo até eu não poder mais ouvir mais nada nessa pequena lanchonete do que o ruído baixo do gemido dela. Permaneci naquela posição até ela curvar sua cabeça para trás e abaixar seus braços finos pelos meus. Respirei fundo segurando sua cabeça e seu rosto, olhava o ferimento e coloquei um dedo ali sentindo que queria mais ainda.
-Louise...
A voz de Joseph quase me trouxe de volta, se não fosse pela outra voz estranha e rouca vindo da porta dos fundos da lanchonete. Olhei pra lá ainda segurando a garotinha nos meus braços sujos do sangue dela. Avistei o homem segurando um pé de cabra, senti seu medo e também percebi que ele estava segurando aquilo tremendo. Eu sorri e me levantei dali bem devagar deixando o corpo da garota no chão com delicadeza desnecessária. Ele deu um passo para frente e dois para trás quando eu avancei e parei com as duas mãos no balcão. Rosnei e me desviei do seu golpe que ia acertar minha mão. Entanto ele tentava tirar o pé de cabra que ficou pregado na madeira do balcão, eu arranhei suas mãos e peguei ele antes dele segurando com minha mão direita firme. Seu medo aumentou, isso era uma coisa tão prazerosa pra mim.

Uma garota sozinha na floresta Onde histórias criam vida. Descubra agora