Uma garota sozinha na floresta

Capitulo 181

Estava sonhando que eu estava na floresta sendo perseguida por aquele lobo escuro que me arranhou naquele dia. Foi como se minha vida tivesse sido repetida, eu ia conversar com meu pai depois, os vestidos, eu acordando no meio da noite com uma risada assustadora. Mas eu me sentia bem, não eram as mesmas emoções que passaram por mim nesses momentos. Mas de repente, eu acordo e com um pequeno susto eu acabo rolando da cama caindo no chão duro e gelado. Me sentei ali passando as mãos nos olhos e depois olhando em minha volta, pelajanela eu percebi que ainda era cedo demais. Tinha que voltar pra casa, acho que hoje é dia de ir pra escola. Que saco... Mas eu tenho que ir mesmo assim, com certeza quando chegar em casa meu pai vai perguntar onde eu estive, e também não posso dizer na cara dele que não tô afim de ir pra escola.
Então eu sair muito sonolenta ainda depois de ter roubado uma blusa de frio dele. Tenho certeza que meu pai vai perguntar também porque estou vestindo ela, não vou ter medo de responder. Eu sei que ele pode aumentar esse castigo, ele pode me mandar para algum lugar pior do que uma escola, se existe é claro. Pensando dessa forma agora eu fiquei com medo, mas nada que eu deva me preocupar muito além do tapa, talvez gritos. Mas tenho certeza que ele não vai acreditar em mim quando eu disser que não aconteceu nada, vou dizer também que ele conseguiu deixar jass com medo dele como queria. Eu não sei como posso voltar a viver normalmente de novo, não sei quando vou poder sentar de baixo daquela árvore e ver a chuva cair no rio. Era tão boa essa época... Oque mudou? Jass? Eu..? Só queria só mais um dia apenas sendo aquela menina que não tinha nome e tentava descobri oque era. Que ainda não tinha se contaminado com a natureza dos humanos, que não tinha conhecido esse sentimento que me prende e não me deixa viver em paz.

Chegando em casa, eu já fechei a porta olhando pra ele sentado na mesa apoiado nos cotovelos e me encarando com ódio. Que bom que ele já sabe que eu sair ontem, é claro, ele está me vendo voltando. Mas eu dei uma de desentendida e andei de cabeça baixa até a escada, mas fui barrada por ele e nesse momento eu sentir o medo.
-tem como me explicar onde esteve ontem?
Continuei de cabeça baixa encarando meus pés, eu tinha uma explicação sim. Mas na hora me veio uma ideia, uma ideia que poderia me livrar de pelo menos essa, mas sei que ainda vai ter outras e eu não vou poder culpar a mesma pessoa.
-eu não me lembro pai...
Disse unindo minhas sombrancelhas fingindo está me esforçando. Mas depois o encarei e vi que ele formou uma expressão séria em vez de uma zangada. Eu sorri por dentro porque sabia que tinha dado certo. Eu só queria está suja de sangue pra fazer essa minha desculpa ser mais fácil de acreditar. Percebi ele abaixando sua mão que estava na minha frente e bem devagar parecia está acreditando nisso.
-vai se arrumar
Pediu sério e um pouco desconfiado ainda, mas depois saiu da minha frente me deixando aliviada soltando um suspiro depois enquanto subia as escadas com presa quase desmaiando. Que bom que ele engoliu essa, é difícil fazer ele acreditar, sempre sabe quando eu estou mentindo... Isso está suspeito demais, ele nunca engole uma coisa dessas assim tão fácil. Mas mesmo assim... Acho melhor eu esquecer isso um pouco.
Cuidei de me arrumar indo direto pro banheiro tomando um banho rápido e lavando meu cabelo. Meu uniforme estava dobrado no banco da penteadeira, limpo e ridículo como sempre. A gravata não precisava pôr porque aquela mulher não está aqui pra me obrigar, então eu a deixo guardada na gaveta. Mas quando eu a abri, eu vi aquela tesoura prateada e amolada. Eu a peguei de lá e fiquei confusa com oque eu queria fazer com ela, mas eu tive a resposta quando ouvir a voz baixa dela na minha cabeça me dizendo maneiras de matar pessoas com esse objeto. Eu não queria ouvir porque todas eram perturbadoras e arriscadas demais para um lugar movimentado como aquele. Mas na minha cabeça eu já estava começando a pensar em todos os lugares que eram perfeitos para fazer esse tipo de coisa.
Depois de muito tempo pensando, eu meti a tesoura na minha mochila e coloquei também uma toalha roxa pequena de rosto. Eu não sabia oque estava fazendo mas algo que me dizia que ia dar certo, e também porque sei que se não fizer isso ela não vai me deixar em paz.
Desci as escadas e peguei uma maçã na geladeira dizendo tchau para meu pai. E na calçada eu vi um pequeno grupo de adolescentes da minha sala e fiquei observando-os de longe. Eu já tinha escolhido a menina mais nova dali de cabelos escuros e pele clara, ela parecia ser a mais frágil dali. O jeito que ela ria mexia com a Lucy que estava imaginando todas as formas possíveis de matá-la. Eu só não sabia porque eu a deixo me controlar.
Porque sabe que sou mais forte do que você.