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Dias depois

Raissa

Daiana ainda continua no hospital, mãe dela mobilizou um monte de gente pra revezar com ela e a bonita não ficar sozinha, Sirene deu a entender que eu deveria ficar com o a outra lá no Souza Aguiar, minha mãe ficou até espantada com o coió que eu dei.

"Engraçado, né !? Eu passei por várias coisas nesse último tempo e ninguém foi me fazer companhia, dormir comigo um dia, ligar e dizer 'cachorra, tu tá bem ?'. Só me ligavam pra pedir as coisas, fora os valores que me pediram e nunca pagaram!"

Tu falou mais alguma coisa ? Nem ela, levantou e foi embora. Uns dois dias depois só vi a mensagem pedindo o número da minha conta, mona depositou com juros e tudo, só por raiva e eu não fiz a mínima questão de devolver, na minha vez ninguém teve pena e não vai ser agora que eu vou compadecer por quem só quis me ferrar.

Faço a minha obrigação, minha amizade com ela acabou, mas Leandra continua sendo a minha afilhada, meu xodózinho, pena que agora eu tenho que dividir meu bebê com o Dante, tá se divertindo horrores, cada dia ele leva a bonita pra um lugar diferente, bofe tem uma condição maneira e pode proporcionar esses momentos pra pequena.

Wallace continua a mesma coisa, aos poucos a gente foi se acertando e agora ele tô com ele de novo, tenho ficado mais aqui na casa dele, assim a gente vai revezando.

Raissa - O celular amor! _ falei em meio aos beijos que ele me dava.

Wallace - Deixa tocar, fica aqui com teu preto, fica ? _ beijou o meu pescoço e eu fechei os olhos sentindo a sensação.

Raissa - É sério Wallace, deve ser minha mãe! _ joguei meu corpo por cima dele e peguei o telefone.

Wallace - Achei que tu tivesse excluído o contato desse cara.

Raissa - Pois não excluí, ele é padrinho da Leandra junto comigo! _ disse e atendi a ligação.

Dante//Padrinho da Lelê

- Alô ?

- Oi Raissa, tudo bem ? Tem como tu me ajudar com uma coisa ?

- Tudo sim, pode falar.

- Não tenho ideia do que essa menina come, comida de verdade, até agora só tô dando lanche, porque ela não gosta de nada.

- Ela gosta de couve, faz daquele jeitinho que tu sabe, com manteiga, acho que ela vai gostar também. Carne e frango, no máximo carne moída, tenta fazer ela comer feijão.

- E fruta ?

- Só banana, laranja e mamão, de resto nenhuma.

- Quanto veste e calça, tu sabe ?

- Roupa é tamanho 8 anos, sapato 33/34.

- Desculpa te atrapalhar e obrigado pelo bizu.

- De nada, ela tá bem Dante ?

- Tá, toda hora pergunta da mãe, de você também, quando puder vem vê-la.

- Tá bom, a gente vai combinando. Beijo, tchau.

- Tchau Rai.

O outro já não tava mais no quarto, morre de ciúmes do Dante, dei mancada com aquele bagulho da couve também, mas foi a única referência que eu achei na hora, foi muito sem querer.

O bonito tava na cozinha bebendo água, sei bem que tava fazendo hora, ultimamente o que eu mais tenho feito é falar com o Dante sobre a Leandra, e ele meio que se sente fora do ninho, sabe ? Sem chão.

Raissa - De onde a gente parou mesmo ? _ abracei ele por trás e beijei seu pescoço.

Wallace - Lugar nenhum. _ se afastou.

Raissa - Tu vai ficar puto por causa de besteira ? _ ele nada falou _ Não gosto dessa tua infantilidade, isso me irrita!

Ele olhou nos meus olhos com raiva, chegou a levantar a mão pra me agredir, mas voltou a abaixar e chutou com força o vidro do fogão. Fiquei assustada com os estilhaços se espalhando pela cozinha e até gritei.

Wallace - Te machucou ?

Raissa - Não _ disse baixo.

Wallace - Saí daqui pra tu não se cortar filha, deixa que eu limpo!

Meu coração batendo forte a beça, voltei pro quarto e de lá não saí mais. Depois de um tempo ele voltou, me pediu mil desculpas e eu acabei aceitando, é complicado pra ele. No lugar do Wallace eu faria pior, sei lá, gosto nem de pensar.

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01/12/2020

Mulher Ideal - FinalizadoOnde histórias criam vida. Descubra agora