prólogo (1)

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SERENA

Sirvo minha última xícara de café, faço meu melhor sorriso, agradável e inocente.
Pego a gorjeta e viro de costa, meu último turno da semana acabou! Eu só preciso ir para casa, arrumar a cozinha e pegar o jantar tomara que tenha sobrado alguma coisa já que hoje é sexta feira dia de jogos em casa.

- Aqui está seu pagamento Serena. - levanto a cabeça para Donna a dona do café que trabalho e quase pulo no colo dela por esse boa notícia.

- Obrigada Donna! - Digo dando uma mega abraço nela.

- Você muda a carranca quando recebe! - disse Lídia entrando para o turno da noite.

Faço uma careta para ela e me troco rapidamente para sair. Vou contar para Celine sobre a nova loja de roupas que abriu no centro essa semana, como amanhã é sábado acho que ela vai poder sair já que é verão!

Corro para casa mas assim que chego na minha rua, já quero fugir daqui. O barulho que só minha casa faz, cada vez mais alto quanto mais próximo eu chego. Assim que passo pelo gramado velho e sem nenhum cuidado até a porta da cozinha ouço:

" Se você está tão incomodada com a casa Louise você deveria encontrar um lugar para morar com seus filhos! Sua entrará! "

Caio no chão e fecho os olhos, mais uma vez minha avó que roubou o ex-marido da minha mãe está expulsando a gente. Qual é a merda do castigo que temos que passar e arcar.

" Serena está trabalhando demais para você gastar todo seu dinheiro com jogos e cerveja! Acha isso justo! Só ela e eu trabalharmos?"

" Aproveitasse que estava grávida dessas duas pragas e pegasse dinheiro do pai delas! Mas não! Você é boa demais não é Louise! "

Ok vamos chegar em casa, vamos fingir que eu estou bem e que isso não me faz querer encher minha mãe de dinheiro e sairmos daqui. Ouço copos quebrando e me apresso. Quando entro minha mãe está com a testa sangrando e com os olhos fechados. Corro até ela antes que a minha avó jogue outra garrafa de cerveja nela. Acerta minhas costas mas não me machuca muito por causa da blusa.

- Serena...suas costas. - imediatamente tento fazer o de sempre. Ficar bem.

- Tudo bem mamãe. - Retiro meu envelope do pagamento do bolso e jogo na mesa, parece que eu não vou poder pagar as provas para faculdade Denovo.

- Rum! Acho bom não ter gasto nenhum centavo com essa sua feiúra serena! - ignorar a farpa e saio com a minha mãe do lugar.

Minha mãe vai para o quarto dela e Celine e eu vou para o banheiro, retira o vidro que estou sentindo nada minhas costas. Assim que puxo sinto a queimação no meu ombro então pelo braço todos. Tento limpar e não sair do controle. Me encaro no espelho e vejo, eu tenho um rosto bonito se não fosse miserável eu teria mais sorte na vida. Olhos verdes rosto bem definido. Quando eu e Celine nascemos minhas dizia que éramos azaradas por nascermos por ela. Lavo minhas mão e passo no rosto, vou para o quarto que nos três dividimos e minha mãe está sendo cuidada por Celine.

Ah minha doente irmã mais nova, saúde fraca e a cada mês ficando pior. Dezoito anos assim. A única neta que a senhora Alisson Gosta além de que Celine faz faculdade paga pela minha avó ela recebe tratamento caro e tudo mais. O médico disse que espera que eu esse tratamento dê certo.

- Seri, você deu o dinheiro para vovó Denovo? Porque? - Porque ela está pagando seu tratamento.

- Eu só ajudo. - Digo pegando minha roupa e indo para o banheiro do quarto.

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