capítulo 101

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SERENA

Meu pai me contou, tudo.

   Celine estava grávida, tentou abortar em uma clínica ilegal e ficou doente depois disso. Então ela foi piorando a cada dia porque além de voltar ficar doente ela adquiriu DST. Aids para ser exata. Ela não procurou tratamento como sempre e ficou mais doente, o Senador descobriu a um mês e ela vai morrer em um ano. Eu não me sinto culpada por nada. Mas também não estou pronta para voltar para lá. Eu acabei de me acostumar a ficar sozinha. Coloco minhas mãos em cima da mesa e olho para meu pai já decida. Que dessa vez, vou ser egoísta.

— Sinto muito, mas eu não vou voltar. — Digo e ele fica surpreso.

— Você ainda não a perdoa?

— Não é osso. — digo debruçando na mesa — é que eu não quero ser um frasco de água sagrada. Eu sei que a celine pode se tratar se ela receber alta quantidade da bactéria que está no meu sangue. Mas...dessa vez não. — Nunca pensei que estaria tão leve depois de não me importar com alguém.

— A escolha é sua. — Ele também parece entender. — E está certa de não voltar por hora. A única coisa que fará é se machucar de voltar.

— Obrigada pela compreensão. — Digo muito feliz com essa frase.

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Meu pai ficou uma semana comigo, depois voltou ao trabalho em casa. E eu fiquei me sentindo sozinha aqui. Mas logo passou. Eu estou bem e não vou voltar até estar bem além do necessário para viver naquele lugar. As vezes eu acho que nunca vai ser o suficiente. Porque está tudo aqui dentro. E eu não quero deixar sair. Eu estou sozinha porque é seguro e não é nada seguro voltar para Thunder Bay agora. Eu ainda não me recuperei.

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Um ano depois

   Celine morreu, e agora eu tenho que ir para lá. Coloco um conjunto de alfaiataria e meias finas pretas, um salto, vou ao cabeleireiro, corto meu cabelo Chanel de novo, doei o que foi cortado, fiz as malas. Me despedi dos meus amigos da cidade dizendo que logo eu voltaria. Mas talvez seja mentira, eu estou entrando em um ninho de cobras com meus próprios pés de novo. E não sei se dassa vez eu sairia vivo.

   Vou para o aeroporto e respiro fundo ao ver as listas de destino no visor. Nova York, depois pego um helicóptero para casa. Me sento na ala de embarque e ligo meu telefone, então mil mensagens Literalmente começam a travar meu telefone, acho que focar três anos fora foi um pouco mais do que eles esperavam. Verifiquei as mães da Ryen e da minha mãe. Algumas dos meus irmãos então as de Celine. Algumas me amaldiçoando a mim. Outra implorando, eu poderia salvar ela. Mas quem me salvaria? Aposto que já sei a resposta. Ninguém. Sem dizer que ela não seria salva, porque AIDS não tem cura. Acho que minha sobrinha vai me odiar por matar a mãe dela. Mas eu aguento isso. Eu já aguentei muito mais do que desprezo na vida.

" com licença." Ergo meu olhar. É um homem, meia idade e pouco mais de trinta anos.

— Sim. O que posso ajudar? — Digo com a educação que eu ainda tenho.

— É que eu sou Americano e vi você falar inglês. Poderia me dar uma informação? — Ele é moreno, sabe aquelas peles aparecida com oliva? Deus tem seus preferidos com toda certeza.

For a secondOnde histórias criam vida. Descubra agora