capítulo 54

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DAMON

" Então onde eu estou agora?
Tento olhar ao redor, até que vejo um conjunto de cadeiras. Vou até metade do caminho e elas somem. Então sinto algo gelado e água! Então estou afundando. Olho para o lado, vestido branco, afundando. Eu não ajudaria alguém quando eu estou afundando sozinho. Mas eu fiz, nos meus braços, mole, pálida sem nenhum toque de vida. Morta. "

   Pulei da cama, que porra foi essa? Limpo meu rosto e sinto ânsia de vômito vir e corro para o banheiro, sinto a mesma sensação, faz quase dez anos que eu não me sentia assim. Desde de aqueles dias. A sensação de estar nojento e sujo, a sensação de se sentir errado. Por que agora?

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S

implesmente não aguentei ficar em casa, não estou bem hoje não. Quero beber mais do que qualquer coisa. Mas acho que não posso beber quando Will parece querer pular do último andar do hospital

   Assim que chego olho para dentro da caixa de vidro e ela parece pior. Ela vai morrer...como no sonho. Senti um pouco de vertigem.

   Eu estou sentado na sala de espera do hospital, observando Will enquanto ele parece afundar cada vez mais em seu próprio desespero. A preocupação paira no ar, envolvendo a gente como uma nuvem densa e opressiva. Não sou conhecido por demonstrar empatia ou preocupação, mas ali, nesse momento, algo dentro de mim se agita de um jeito incoveniente.

    A demora para Serena acordar me deixa impaciente. A incerteza do quadro dela e a gravidade da situação estão começando a me deixar desconfortável. Não sou de demonstrar fraqueza ou medo, mas, secretamente, temo pelo pior. Serena, por mais que eu não queira admitir, é uma garotinha muito jovem para morrer desse jeito. E vê-la nessa condição me deixa desconfortável.

     O ambiente ao redor é sombrio, a atmosfera impregnada de tensão e preocupação. O som abafado das conversas sussurradas e o odor característico do hospital preenchem o ar. Observo os médicos e enfermeiros passando apressados, enquanto permaneço aqui, sentado, impotente diante do destino incerto de Serena.

O telefone toca, quebrando o silêncio angustiante. Will salta da cadeira, ansioso por qualquer notícia. Observo-o, incapaz de ignorar o medo e a esperança misturados em seu olhar. O médico do outro lado da linha explica a gravidade do quadro de Serena, detalhando os cuidados intensivos que ela precisa.

  Parece que ela está mal, pior do que deveria, talvez seja por causa da gravidade da última recaída que ela teve. Mas ela está virando uma boneca de porcelana mesmo agora. O peso das palavras do médico cai sobre   mim como uma avalanche. É difícil admitir, mas eu me importo com a vida de Serena. A visão de Will desmoronando diante das notícias me atinge de forma inesperada. Por um momento, minhas máscaras caem e sinto uma pitada de compaixão. E pela primeira vez em anos um pouco de medo me rodeia como um predador louco para me pegar.

      Enquanto Will enfrenta seus próprios demônios internos. Coloco minha mão no ombro dele, em um gesto de apoio improvável. Não são minhas palavras que ele precisa nesse momento, ele precisa da pessoa que está piorando ali do outro lado do vidro. Óbvio que ele iria se apegar impossível eles não se darem bem. Não quando eles são iguais e bons demais. Mas com isso faço um sinal de que não está sozinho. E que ele não pode sair por aí bebendo como um desgraçado e usando qualquer porcaria porque a cura dos vícios dele esta morrendo. Mesmo que eu seja o filho da puta de sempre, nesse instante, sou só o amigo que conhece ele desde que nos entendemos por gente.

    Enquanto aguardamos notícias, o tempo parece se arrastar, como se a vida estivesse em câmera lenta. Posso sentir a angústia pairando no ar, a incerteza e o medo dominando cada pensamento. Fecho os olhos por um instante e as memórias do sonho me atacam como uma paralisia do sono, porque eu quero imaginar que a pessoa morta é a Serena? Se ela morrer eu não vou conseguir encarar o Will. Como vou olhar para meu amigo e não lembrar que a irmã dele morreu. Então, olho para dentro e meus pensamentos saem da minha cabeça — acho bom você acordar ovelhinha perdida porque se você morrer o seu amado Will vai se base atrás de você! —  que ela encontre forças para lutar contra essa doença, eu paguei um fortuna para que ela vivesse ela não pode morrer.

   O relógio na parede continua a marcar os segundos, mas cada tic-tac parece ecoar como um martelo em minha mente. Não sou conhecido por ter fé ou esperança, mas acredito que ela não vai morrer, se não morreu antes é porque não é para ela morrer.

— Ela estava conversando com a Rika. — Will diz com um tom de ansiedade evidênte. — Serena estava bem, todas as vezes que ela teve recaídas eu estava com ela. Então dessa vez a única vez que eu vi que ela estava pálida eu deixe ela falar com Rika.

— Acha que é um gatilho?

— A governanta disse que ouviu a Rika insultando a Serena. E a Serena respondeu a altura. Mas nada mais do que isso. — Ele diz com as mãos no rosto — mas a Rika parecia bem nervosa.

— acha que a Rika fez algo com ela? Seja direto caralho!?

— Acho que ela disse algo que não deveria. — Pela expressão dele ela é a culpada.

~~~~~~///~~~~~~

Serena

    Levanto em um pulo, retiro a máscara do meu rosto, e tento entender o mundo ao meu redor. Eu lembro de passar mal. Mas por todos esses bips, eu acho que estou no hospital. Retiro o acesso do meu braço e tento esticar minha mão para apertar o botão de emergência. Que merda... Porque eu estou tão presa?

     Ouço um barulho alto demais e olho para porta. O cabelo no rosto, ofegante, e porra eu não sei porque mas me senti bem vendo isso.

— O que está fazendo aqui? — Pergunto apertando o botão.

— Eu combinei com o Will. — Sento na cama com dor por todos os lugares do meu corpo. — Ele foi para casa tomar banho.

— e ele deixou você aqui? — Pergunto passando a mão pelo meu rosto. E como sair das garras da morte todas as vezes meu corpo fica uma merda. — Voltaram a ser amiguinhos?

— Você está muito boa para dizer isso. — Ele diz com uma expressão de alívio.

   Alívio por eu não morrer? Ou por não recair sobre ele o carma de desgraçar minha vida. Começo a rir, meu deus eu estou muito descontrolada.

— Eu achei que você fosse um pouco mais inteligente Damon Torrance. — Digo me deitando de novo. — Não tem muito mais oque estancar sua curiosidade em mim. — Abro as mãos — como pode ver eu estou podre.

— Com toda certeza está. — ele diz com as mãos nos bolsos escorado na porta. — Mas se você morrer seu irmão vai te ver do outro lado rapidinho.

— Eu recomendo que você vá para o outro lado desse vidro Senhor Torrance. — Vejo os médicos — as coisas vão ficar grotescas.

   Eu já passei por isso uma dez vezes, vão fazer exames, vão retirar os fios, vão retirar a sonda e vão me costurar.  Vai doer vou vomitar e vai me causar espasmos pelo meu corpo por que eu não consigo mais controlar meus membros. Talvez eu tenha ficado louca. Mas eu estou cansada dessa merda. Eu me senti morrendo aos poucos, mas também me sinto sufocada para não morrer. E eu não suporto olhar para ele, nem para ninguém dos famosos cavaleiros.
     Sinto mil e uma agulhas dentro do meu cérebro, sinto bilhões de estilhaços de vidros no meu estômago, e sinto um por um. Porque minha vida sempre foi essa merda. Mas acho que estou cansada de ser idiota. E eu não suporto mais isso. Eles me julgam por algo que não fiz, me castigam por causa dos próprios demônios deles. Me machucam e me fazer sofrer. Eles são completamente odiosos e merecedores de todo meu ódio. Porra...

   

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