Serena
É diferente, eu posso estar há quase uma hora da casa dele. Mas ainda me sinto presa. Eu ainda me sinto sufocada, eu estou totalmente apavorada a cada segundo que eu tenho aqui fora. Porque a cada segundo que passa eu estou um segundo mais perto de voltar para aquele inferno. Levanto da cama, a mais macia que eu já deitei na vida e me sinto como se estivesse dormindo em nuvens. Vou para o banheiro e vomito, mais tanta coisa que eu aparentemente estou colocando toda pressão dos últimos três meses para fora, meu nariz sangrar, meu estômago dói, meus olhos enchem de água e eu desabo no sanitário. Está doendo tanto, está me deixando louca e me machucando tanto. Eu estou começando a odiar minha vida por isso, eu sou tão fraca e nojenta que me recuso olhar para mim mesma no espelho, para mim é só hematomas e uma pessoa repugnante.
Ligo a banheira e me arrasto até ela, entro dela e junto meus joelhos ardendo pelos ralados do último jogo de Damon e choro, mas tanto, tanto, é tão ruim. É tão indigno eu tentar me dar bem? Porque só comigo? Tinham cinco garçonetes naqueles inferno, tinham dezenas de garotas naquele bar, tinham tantas pessoas para ele fazer uma vítima, porque eu?
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Em um piscar de olhos eu estou em um viaduto, sentada na beira, olhando para baixo, eu estou tão estressada e cansada, eu quero muito sair daqui, mas eu também acho que me jogar seria o melhor para mim. Para Celine e para minha mãe. Eu acho que daria para doar o que restasse para alguém eu ainda morreria uma pessoa bonita. Ninguem iria me julgar por isso. Arrasto minha bunda para beira.
Ninguém vai me julgar, ninguém vai me culpar, eu estou certa, está tudo bem eu fazer isso. Está certo eu tenho todo o direito de fazer isso!
" Hey... " Viro a cabeça. " por que acha que está tudo bem fazer isso menina? "
— Se vivesse um segundo no meu mundo entenderia e me empurraria daqui. — Digo chorando.
" Nada é tão ruim-"
— eu sei o que você está fazendo então eu peço para que você pare. — Digo.
Eu não quero ser salva, eu quero morrer, eu quero me jogar. — E me jogo.— alguém segura minha mão.
— Me solta! — Digo me chacoalhando.
" Que porra é essa vovô" agora duas mãos me seguram"
— Já disse para me soltar! — Grito encarando a queda.
Sou puxada para cima. Merda.
— hey... Você realmente ia se matar?
— Sim! — começo a chorar, então minha garganta fecha — cof...cof...
Se não for por queda vai ser por causa dessa merda. Empurro seja quem for e corro, eu vou embora. Corro, mas corro tanto, quando chega no hotel na porta com uma sacola familiar em mãos, Damon. Travo, quero fugir. Mas ele me nota e vem até mim. Eu vou para trás, mova-se!
— Seis e trinta e quatro e doze segundos. — ele bate no relógio.
— Trânsito. — Digo.
— Trânsito? Você saiu da cidade? Porque pegaria trânsito se está a pé? — Engulo seco.
— Achei que viria me buscar em três dias. — Digo com um pouco de pressa.
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For a second
Fanfiction⚠️Alerta de gatilho ⚠️ Serena é uma garota que se mata todos os dias para trabalhar e ajudar a irmã com o tratamento, até mesmo não percebendo que ela também precisa de cuidados e atenção. Ela é uma garota que cresceu com a mãe sem saber que é seu p...