capítulo 80

1K 100 14
                                    

DAMON

   Eu não fui atrás dela, ela que veio aqui. E eu não estou com uma arma na cara dela e ela que está com a mão no gatilho. E eu pensei que ela seria mais fácil de lidar depois de tudo. Mas quem diria.  Em vez de ficar menos agressiva ela virou uma maluca.

— Você sabe que se apertar esse gatilho aí, eu morro não é? — Digo sorrindo em desafio.

— Por que saiu por aí matando as pessoas? — Ela parece zangada, mas ela ainda se importa com as pessoas, essas que nem ligam se ela morrer ou fica em coma. Eu fiz um favor por ela.

— Eu não matei ninguém. — Dou de ombros.

— Não? Então o garçom da festa que misteriosamente apareceu morto, não foi você!? — O Will não cobraria, o senador também não. Michael? Ele não sabe. Celine? Ela está bom...viva. Trevor? Eles não se falam.

— Isso aí. Misteriosamente. — Não vou falar que matei alguém porque não consegui controlar um surto meu. — Você tem provas que eu foi eu?

— Por que? Você não tem nada comigo cara! — Ela diz indignada — que parte de não de meta você não lembra?

— Você nunca me disse algo assim. Se disse eu estava bêbado. — Digo sem nem uma vergonha na cara.

— Eu estou avisando. — ela destrava a pistola — não se meta nos meus assuntos. Vá viver seu mundo maldito e psicótico com a sua amada. Me deixe me paz merda.

    Pego a arma e puxo com tudo. Ela parece bem, está falando muito para quem nem olha nos meus olhos. Se ela soubesse o que eu sei ela não estaria toda bravinha por que eu matei um lixo.

— Eu vou me meter. Conte com isso. — Agarro o punho dela e então ela levanta a cabeça — não importa se você quiser mandar nessa porra de cidade. Vou me meter. Por que você se meteu na minha vida primeiro. Como ousa!

    Eu estou mais puto por que era plano meu, meu plano era ter o Evans e o Gabriel na minha mão. Mas ela pegou tudo que eu planejei e jogou de escanteio e pegou tudo e muito mais e deu para avô dela. Que porra essa garota se tornou para saber fazer essas merdas mais rápido que eu. Não vamos dizer que o Trevor era um dos principais suspeitos e saiu ileso desse lixo de envenenamento que ela sofreu. O senador simplesmente esqueceu que esse e filho da puta estava lá. E estava com a serena na maior parte do tempo.

— Eu ouso! Você destruiu minha vida. Nada mais justo. — Ela solta a pistola e tira um pendrive da bolsa. — E faço pior. Eu tenho o que você quer. Mas não vou dar a você.

— O que é isso?

— Eu soube. Alguém me contou. Que...você estava atrás de umas coisas do Gabriel Torrance. — Ela sorri e morde o pendrive — mas que pena. Você não ter um pendrive com todos os documentos e provas que ele é um lixo humano e fez atrocidades para que você pegasse a fortuna dele.

     Maldita, ela...foi incrível. Deixo a arma em cima da mesa e me jogo contra a cadeira e encaro ela. Estou na mão dela. E ela nem se esforçou pra isso. Pior que tudo, eu estou me sentindo mais realizado do que puto por ela estar no comando.

— o que você quer?

— Que fique com o rabo entre as pernas como um cão e não se meta no que vai acontecer, controle sua trupe. — Friamente calculado, seja o que for.

— Eu não faço isso. Me diga o que você quer? — Ela quer algo. Se não, não viria até aqui.

— O que a Celine disse a você que fez você dar três tiros no Gabriel? — Então era isso.

  Mesmo depois da vadia acabar com ela. Ela ainda quer proteger a desgraçada. Por que ela não protege outra pessoa? Uma que valha a pena.

— Coisas pessoais. — Digo sorrindo com escárnio. — Se eu dizer vai me dar esse pendrive?

— Vejamos. Me conte depois eu decido. — como ela ficou tão filha da puta não?

— Ok. Só vou dizer porque estou com vontade de comer você. — ela revira os olhos — não é da pior forma que está imaginando. Garanto que é a forma mais definida que existe.

— Eu estou com muito remédio no sangue. Se quiser me cortar em pedaços vai ter que esperar. — ela diz balançando o pé.

    Assim que noto. Automaticamente lembro que ela era intensamente ansiosa. Esses pezinhos dela nunca paravam de bater quando ela estava comigo ou nervosa.

— " Minha avô, ela descobriu que o Gabriel tinha um filho bastardo. De um estupro. Não era filho da Natália. Por conta disso, ela usou isso para que ela conseguisse a droga que dava todos os dias para Caroline. Mas quem tinha dado a ideia foi o Evans. Quando a Serena nasceu ela estava quase morta, então foi ótimo. Já que minha avó drogava minha mãe para que ela entrasse em coma até a Serena nascer. Quando Minha mãe acordou, ela tinha filhas gêmeas. Eu nasci prematura, Serena nasceu pouco mais de oito meses. Mas depois que minha mãe saiu do hospital o Gabriel tentou matar minha avó e nós três. Minha avó tem as provas Damon. Você não é filho da Natália. Sua mãe... é a Christiane Fane. Parabéns, você é irmãozinho da Erika Fane. Que sorte." — Assim conto ela morde o lábio.

   Eu fiquei...surpreso e até fui atrás da senhora Fane. Ela me contou o que houve. Ou seja eu sou fodido assim por que meu pai resolveu que eu era seu filho. Mas eu teria uma vida melhor sem morar com ele. Eu acho que ser filho do casal Fane seria mais saudável. Isso me deixou mais puto que tudo e eu atirei nele mesmo. Nem fui preso. Ainda botei fogo na casa. Tirei minhas cobras de lá. Incrívelmente o escritório dele ficou intacto mas tudo sumiu de lá.

— Então...eu acho que eu estou com raiva. — ela diz suspirando. — Eu poderia crescer bem e não morrer mais de uma vez.

— Do que está falando sua mãe adotiva amava você. — Ela me olha com ódio.— Escutou o que eu disse. Tudo não faz sentido Serena? Meu pai tava pouco se fodendo de Natália sentava no filho dele. Porque ela não era mãe dele.

— Eu não vou sentir pena de você. — ela diz friamente — você não sentiu de mim.

    Claro que ela está me odiando. Mas eu senti pena dela sim. Eu me senti fraco e idiota todas as vezes que ela passou mal. Todas as vezes que ela precisou de sangue e de remédios que valem casas. Eu fiz o que fiz por que eu já sabia que a Serena não era filha da Louise. Eu soube desde que a avó dela me ofereceu o acordo. Ao ponto de vista daquela velha. Serena não era mais útil e estava morrendo então não queria mais gastos. Por isso ela ficou comigo um ano. Mas ela nunca vai saber disso. Porque ninguém mais sabe disso e eu nunca vou contar. Porque eu prefiro machucar ela do que ela se sentir grata.

    Se ela se sentir grata eu vou querer que ela me veja com outros olhos e ela não pode me olhar com outros olhos.

For a secondOnde histórias criam vida. Descubra agora