capítulo 38

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SERENA

Eu tava lá, meio de má vontade, saindo do quarto para ir com o Gavin pra fazer umas compras. O cara insistiu que eu precisava dar um tempo, relaxar um pouco, e eu só ia pra agradá-lo mesmo. Não que eu estivesse animada com essa ideia de sair por aí gastando dinheiro em roupas novas e provavelmente caras demais que eu nunca conseguiria pagar, mas quem sabe isso me distraísse um pouco. Só vim por dois motivos, o primeiro eu estaria com ele e segundo é um lugar fechado. Não vão me sequestrar.

Enquanto a gente andava pelo shopping, eu me sentia meio desconfortável com a presença do Gavin. E estava ficando nervosa porque por algum motivo estava sem ninguém. Eu não aguento.

— Por que não tem ninguém em um shopping? — pergunto coloco as mãos no bolso para conter o nervosismo.

Ele me olhou e deu de ombros, estava vendo alguma coisa na vitrine. Respirei fundo e continuei mexendo nas roupas de uma loja, rindo de mim mesmo, eu não tenho dinheiro nem para respirar esse ar rico.
   Ouvi vozes familiares se aproximando. Virei e dei de cara com o Will e mais duas garotas, todos eles também com sacolas de compras nas mãos. Um encontro inesperado, mas ao mesmo tempo, não era surpresa. Afinal, todos nós estávamos aqui na mesma cidade, e no mesmo shopping, porém me sinto nervosa, não queria conhecer ninguém hoje.

   O Will lançou um olhar desconfiado pro Gavin, como se já estivesse preparado pra começar uma briga. Eu sabia que ele não confiava no cara, e provavelmente também desconfiava de qualquer um que se aproximasse de mim, eu pedi para ele.

— Olha só quem resolveu sair da toca e se juntar a nós—  disse o Will com um sorriso forçado —  poderia ter me dito que estava na cidade Gavin.

Gavin bagunça meu cabelo e sorri com sarcasmo para o irmão.

— Serena, parece que decidiu deixar o tédio de lado e se divertir um pouco.

Eu forcei um sorriso e dei um aceno de cabeça. A verdade é que eu ainda tava meio relutante em aceitar essa ideia de sair de casa. Mas estar ali, cercada por todos eles, era um lembrete constante de como eu estava indefesa longe do meu quarto.
   Aperto mais minhas mãos dentro dos bolsos, e tento fingir que não quero me esconder em um banheiro.

   Dei dois passo para trás enquanto as garotas estavam vendo roupas e Will estava de picuinha com Gavin. Virei de costas e sai da loja, caminhei rápido o suficiente para não correr. Continuei andando pelo shopping vazio e eu senti um tremor de frio, ah...eu não quero ficar aqui. Paguei o telefone e liguei para Celine, ela nem me atendeu na última vez. É noite e ela está em casa.

- alô! — a voz da Diana.

   Porra meu coração parece que vai explodir. Quero chorar...

— Oi amorzinho. — digo e ouço um gritinho do outro lado.

- Titia! Titia!

— Como você está amorzinho? — Ela sorri.

- eu ganhei uma caixa de giz! —  ela parece bem.

— Sério? E você conheceu o papai?

- sim! A mamãe e eu estamos na casa do papai. — então eles estão juntos.

   Alguém toma o telefone da mão dela é a voz de um homem.

— Quem é?

— Serena. A Celine tá aí?

— Não ela foi para uma festa de despedida da amiga. — então ela deixou...

— Você é o pai da Diana?

— Sim. Você é a irmã da Celine não é? Como você está? — Desligo o telefone.

    Meu corpo se moveu sozinho, ataquei meu telefone longe, melhor não deixar ele saber que eu não sou a irmã dela e nem que é o pai dela. Ou o meu. Vou até meu telefone e pego os restos dele. E quase quero socar a parede.

" Você é idiota? Porque jogou seu telefone assim?" Viro abruptamente e me deparo com a garota de cabelo preto liso e olhos claros. Ela está vestindo roupas de homens nada contra.

— É Reflexo. — digo guardando o telefone no bolso.

— Reflexo? — ela levanta a sombrancelha em dúvida.

— É. — Tiro a franja do meu rosto.

   Banks me ataca o que me faz entrar em Pânico totalmente. Ela segura meus braços com força e me olha com raiva.

— Qual é seu nome? — estou em Pânico, quero gritar.

— Eu não diz nada. — digo quase vomitando de nervosismo — eu nem saio de casa.

— Eu estou perguntando seu nome. — Gavin chega e tira ela de cima de mim.

— Tá maluca? O que ela tá fez?

   Sinto mãos geladas me segurarem eu empurro quem quer que seja me afasto, de verdade, eu sou a estranha. Encaro todos e seguro meus cabelos puxando eles em pavor. Isso é horrível! Por que eu fui atacada? Eu nem fiz nada.

— Eu só perguntei o nome dela.— e voou em cima de mim.

— Acho que você não foi educada de um jeito certo, se fala não se ataca. — Gavin diz .

   Eles começaram a discutir, minhas cabeça está uma bagunça, a briga me dá agonia, minha cabeça começa a pulsar. Coloco as mãos nos ouvidos.

para...para... para.... Para ....

"Para" grito, os ecos passam por cada fresta desse lugar.

— Serena...está tudo bem.

— Quero ir embora. — digo — quero ir agora.

~~~~~~///~~~~~~
Banks

   A foto que o Damon me mandou antes de sumir e ela.  E o nome dela. Ela...olho de longe para Will tentando seja lá o que ele está fazendo. Porque ela está aqui? Ninguém nunca me disse que ela estaria aqui.

— De onde você conhece ela? — Alex me pergunta curiosa.

— Já vi uma foto. — só não posso dizer quem mandou.

— Ela parece um gato assustado. — ela brinca. — como ela se envolveu com o Will é a pergunta que não quer calar.

    Ela é só lerda? Olha para eles, são parentes e pela forma como o outro vôo em cima de mim, ela é a mais nova. Mas eu não sabia que a família Grayson tinham uma menina. Ela parece exatamente como Damon descreveu, uma florzinha de vidro.
     Tão frágil e bonita, privilegiada com toda certeza. Ainda faz birra. Realmente eu acho que isso é injusto. Como ela pode ter tudo isso se nem se esforça? Espero que o Damon apareça logo e acabe com essa maré de sorte dela.

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