Lá no Morro - DE VOLTA A ROCINHA (CONCLUÍDA)

Capitulo 15 Milena ●

Milena on

Iai galerinha, tenho 24 anos, sou cria aqui do morro mas nascida em BH (Vim pro Rio pra fazer faculdade) e sou a fiel do Thomas (Menor), vou contar brevemente como nos conhecemos ... Eu tinha 18 anos, tava voltando da faculdade subindo o morro naquele calor desgraçado quando alguém esbarra em mim e joga todas minhas coisas no chão, ele de primeira me pede desculpa mas depois me ajuda a pegar tudo do chão, naquele dia eu estava muito irritada então comecei xingar e fui pra casa. Naquele dia era um sábado e tinha baile, minhas amigas diziam que eu ficava muito em casa então decidi ir.

Coloquei um vestido muito lindo e fui, eu e o Menor nos esbarramos de novo, ele pediu desculpa, eu me desculpei também e acabamos ficando, e até agora estamos juntos, no começo confesso que não queria nada sério, mas de fica em fica, meu coração mole acabou não resistindo e quando vi já tava apaixonada.

Nunca foi fácil como eu achei que iria ser (só porque eu o amava), posso até ter ouro, dinheiro e tudo que eu quero na minha mão mas o respeito do Menor nunca tive, ele costuma se drogar e toda sua frustração é descontada em mim, mas como ele sabe que não sou mulher de ficar apanhando, não caí pra cima na porrada.

Mas em compensação suas palavras doem no fundo do meu coração, pra vocês terem uma ideia, quando ele fica puto, só me chama de chifruda. Mas não abaixo a cabeça e empurro tudo com a barriga, afinal, não tem o que fazer, perdi a noção de quantas vezes aquela 38 ja foi apontada pra minha cabeça quando mencionei sair de casa.

Pois é, quem escolhe ter uma vida de riquezas aqui no morro tem suas consequências, mas apesar de tudo eu acho que ainda o amo. Pois é, esse lance de apego emocional é a pior coisa pra uma mulher ter quando tá passando por uma situação como essa.

Agora eu to aqui me arrumando pro baile de hoje, combinei tudo com as meninas que também iriam, acabei de fazer cachos no cabelo e fui pra make, o Menor tava muito estranho todo sorridente pro celular, saber que tem outra eu sei, mas nunca a vi.

Acabei a maquiagem e o Menor foi se arrumar, entrei no closet e peguei meu vestido preto que é colado até o meio das coxas, com decote V e nú nas costas. Logo depois ele entrou e nem falou do vestido como sempre faz, achei estranho mas também não reclamei, me sentei no poof e fingi mexer no celular quanto ele se vestia, colocou uma calça preta, uma camisa polo verde escura e o Mizunno preto.

Ajeitou o cabelo, colocou os cordões, o relógio no pulso e por último passou perfume e a arma na cintura.

Menor: Acorda fia!

Me despertei dos meus pensamentos, coloquei meus salto alto preto e peguei minha bolsa colocando o celular e uma grana que não pode faltar. Descemos e entramos no jetta preto dele e fomos pro baile.

Menor: Pode sentar no banco de trás amor?

Milena: Porquê Thomas?

Menor: Dá ou não?

Pulei pro banco de trás sem entender nada, ele desviou da rua do baile e foi pela rua 13, eu não queria acreditar no que tava acontecendo, pois sabia que a tal Bárbara (amante oficial dele) morava nessa rua.

Puta que pariu, não acredito que ele vai fazer essa palhaçada comigo, paramos em frente a uma casa e meu mundo caiu quando ela saiu por aquela bendita porta, com uma bermuda micro enfiada no útero e uma blusa mais parecendo um sutiã todo brilhoso.

Eu NÃO vou chorar, ela entrou no carro sentando no lado dele, deu um beijo nele e me olhou com cara de deboche. Eu não vou me rebaixar, vou enfrentar isso de cabeça em pé e não vou mais aguentar essas palhaçadas dele, realmente não nasci pra isso, na verdade ninguém merece passar por isso mas se ele acha que vai curtir com a minha cara hoje, ta muito errado.