Capítulo 61 ●

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Karina on.

Acordo com vista embaraçada e incomodada com a luz que vinha da janela, olho ao redor e tô em um quarto todo branco com um barulho irritante no meu ouvido, perai eu to em um hospital e esses barulhos vem dos aparelhos que estão ligados ao meu corpo, olho para os meus pés e lá estava o Bw todo jogado na cadeira com os braços e a cabeça perto do meu pé .

Porque será que tô aqui? Tento me lembrar e tudo vem a minha mente como um flash, tinha acabado de almoçar na tia Maria quando a Valesca me para pra tirar satisfação do porque tava dormindo com o Bw, discutimos, ela puxa o meu cabelo (Ódio, pode mexer comigo mas tocou no meu cabelo eu fico louca) eu me viro com tudo e lanço um tapa na cara dela .

Ia dar mais uns tapas mas o Bw se mete na frente dela e me empurra, nossa cara ele defendeu ela, foi isso que me deixou puta, ai que ia dar uns tapas nele também, parti pra cima dele que nem louca mais a tia Maria me segurou .

Deixei os dois lá e fui pra casa, não ia levar as minhas coisas não ia deixar lá e depois pegava, fui em direção a casa da Milena mas no caminho comecei a ouvir tiros, não aqueles que se ouve todo dia na favela, esses eram muitos, acelerei mais ainda mas no caminho levei um tiro na barriga, perdi o controle e apaguei .

Ai que raiva do Bw, ele ta curtindo da minha cara só pode, dei um chute no braço dele .

Bw : Aí porra ... Karina? Tu acor... acordou (Gaguejou) nossa graças a Deus, não se mexe que vou pedir pra chamar o doutor !

Falou com um homem na porta e correu pra se esconder no banheiro, provavelmente porque ele é procurado pela polícia e não estamos no morro .

- Karina que bom que acordou, sou o médico Severo e estou cuidando de você durante esses dias!

Karina : Estou bem, eu acho!

Severo : Vamos fazer um exame rápido!

Ele tirou uma amostra do meu sangue, conferiu a máquina que estava ligada a mim e voltou a atenção pra uma prancheta em sua mão .

Severo : Okay, Karina está me enxergando direito?

Karina : Sim!

Severo : Mexa os braços ... As pernas !
Anotou na folha .

Karina : Iae doutor como eu tô?

Severo : Ótima só temos que esperar o resultado do exame de sangue!

Karina : Quantos dias eu fiquei dormindo?

Severo : Quinze dias fora os cinco que ficou no posto da comunidade!

Karina : E quando vou poder ir pra casa?

Severo : Precisa ter calma, acabou de acordar ... Agora vou entregar seu sangue pro laboratório, qualquer mal estar aperte esse botão vermelho perto da sua mão que vou receber um aviso!

Ele tava quase na porta quando eu aperto o botão .

Severo : Oque houve?

Karina : Só tava vendo se funcionava!

Ele sorri e sai do quarto quanto o Bw sai do banheiro .

Bw : Iai como se sente?

Karina : Se importa mesmo?

Bw : Claro porra, fiquei mo preocupado contigo!

Karina : Oque foi? E peso na consciência? Porque se for pode ir embora!

Bw : Que marra é essa Karina, dormi tudo torto nessa cadeira pra ti acordar e me mandar embora?

Karina : Não ti quero aqui, nem nada a respeito de ti, acho que se enganamos em aceitar esse negocio de transar e ir embora, acabamos nos envolvendo e por fim nos machucando, desculpa não quero isso pra mim!

Bw : Qual é Karina? Isso tudo so por causa daquela briga?

Karina : Não isso tudo porque ja basta, não dá mais, vamos acabar nos machucando ainda mais, é como se fosse um caminho cheio de espinhos onde séria melhor parar de caminhar e esquecer de tudo do que se machucar tentando encontrar um caminho certo, isso entre nos desde o começo não passou de uma atração...

Bw : Para cara, tu quer que eu te peça desculpa ... eu peço !
Se aproximou e se ajoelhou.

Karina : Para de teatro Bw, saí do quarto!

Bw : Eu te ...
Ele parou e olhou pro chão .

Não acredito que ele vai dizer isso, se ele dizer resolveria muitas coisas principalmente derrubaria essa barreira que há entre a gente .

Karina : Oque Bw?

Bw : Eu vou embora!

Pegou um casaco, colocou o capuz e saiu do quarto no lado de mais dois homens que estavam do lado de fora, sabia que ele não iria falar aquilo, como eu sou besta AÍ QUE ÓDIO .

Sabia que ele não ia baixar a guarda e amolecer aquele coração de gelo dele que na verdade é de pedra mesmo, me deu uma vontade imensa de chorar oque me deixou com mais raiva ainda, odeio chorar, esse lado difícil de nos dois que não da certo, vai sempre ter um obstáculo entre a gente e as personalidades iguais vão sempre bater de frente .

Relaxei e tentei dormir mas logo depois minha mãe Rosa chegou junto com as meninas mandando embora meu sono .

Lá no Morro - DE VOLTA A ROCINHA   (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora