Notas iniciais do capítulo
(...)-Eu pensei que você não me
quisesse. - Aquelas palavras surtiram
efeito instantâneo contra mim. Eu
engoli em seco, enquanto ela distribuiu
pequenos beijos pela minha bochecha.
Minhas mãos criaram vida própria,
abraçando sua cintura, trazendo-a para
meu colo. Eu estava em um duelo
interno, entre fazer o certo e fazer o
que eu gostaria de fazer. Quando ela
quebrou o beijo, eu a encarei de frente,
aproximando seu rosto do meu. Seus
olhos estavam cheios de desejo e
aquilo foi o suficiente para mim. Meus
lábios encontraram os seus
espontâneamente, e eu senti uma
corrente de adrenalina me invadir. Seus
lábios eram quentes, doces, e
incrivelmente deliciosos. (...)Os últimos três dias eu passara evitando
Lu completamente. Eu havia pedido licença do hospital, mas retornei ao trabalho para evita-la em casa. Tudo ficaria mais fácil se eu não a visse constantemente; Eu chegava tarde em casa, e ia direto para meu quarto. Tomava um drink no caminho, o que facilitava as coisas pra mim, afinal, não vê-la era a única forma de controla meus impulsos. Hoje tinha sido um dia longo, e eu estava tão cansado que meus pés estavam formigando. Eu tomei uma ducha gelada, e vesti uma camiseta de algodão e boxers, antes de deitar na cama para zapear os canais. Eu sentia falta dela - e tinha uma imensa vontade de vê-la, mas sabia que aquilo não era certo. As coisas haviam saído da minha zona de conforto, e eu sabia que estava brincando com fogo em tê-la tão próxima a mim. Os pensamentos da nossa última conversa pairavam constantemente em minha mente - ela já tinha namorado, o que não me fazia exatamente um monstro por deseja-la. Ela provavelmente deveria ter tido todas experiências que uma adolescente da sua idade deve ter, o que não me fazia um destruidor da sua pureza. A imagem de outro homem tocando-a me fez fechar os pulsos de raiva. Eu não tinha o direito de me sentir mal por isso, ela não era nada para mim, além de minha TUTELADA. E o fato de Lu ter tido uma vida antes de mim, jamais inocentaria o meu desejo por ela. Mas a angústia me dominava, eu precisava vê-la. Eu poderia testar meus limites e ir até o seu quarto? Eu precisava verificar se ela estava bem. Eu sabia que ela estava se alimentando - eu fiz um questionário extenso à minha empregada antes de sair de casa, ordenando-a veemente a cuidar de Lu de forma impecável. Mas isso não era suficiente. Ela havia perdidos os pais, e meu único papel até hoje como seu tutor, foi deseja-la de forma imprópria. Eu sequer dediquei um momento para perguntar como ela se sentia por isso.
O fato de evita-la havia aberto um grande
buraco em mim - como se eu tivesse necessitasse de saber como ela estava; Eu não sabia se Lu estava interessada em mim, e tentava evitar esses pensamentos. Pensar em nós dois, como um casal, iria atiçar minhas fantasias. Eu só precisava abrir a porta, verificar como ela estava, e sair rapidamente. Nada poderia dar errado. Procurei pelo relógio, buscando saber que horas eram - 02:17 da manhã. Ela com toda a certeza estava dormindo. Eu levantei cama, agarrando uma calca que estava ao redor do quarto. vestindo o rapidamente antes de sair pela porta.
Dei alguns pequenos passos, chegando até a porta do quarto dela. Eu hesitei virar a maçaneta da porta. Isso era errado. Não, mas eu precisava vê-la, isso não faria mal algum. Eu trinquei os dentes, e empurrei a porta vagarosamente. 0 quarto estava completamente escuro, e eu quase não vi seu corpo deitado sob a cama. Eu escutei pequenos soluços, vindo da direção dela. Ela estava ofegando, e soluçando em um compasso baixo e desordenado. Lu estava chorando. Que tipo de ser humano terrível eu era? Tão egoísta a ponto de ignorar essa menina que necessitava tanto de mim? Fechei a porta, o que fez um estalo alto.
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O TUTOR
RomanceSinopse O Tutor Fernando Colunga é um médico de 31 anos bem-sucedido, que vê sua vida mudar quando recebe a tutela de Lucero Hogaza, uma adolescente de 17 anos, que perdeu os pais em um acidente. Uma paixão proibida e a descoberta do amor em duas fa...