Capítulo 47

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- Vamos dar um jeito nisso, minha menina. Não pense nisso agora. Vamos esperar o resultado.
Não chore, minha princesa... Não chore, meu amor. Ela suspirou, beijando-me com novamente, passeando sua língua contra a minha. Nos separamos quando ouvimos o barulho da porta correr atrás de nós.
- Srta. Hogaza? – Eu virei de frente, vendo a mão feminina tocar o inicio da cortina.
Uma mulher branca, de cabelos e olhos escuros aproximou-se de nós com um grande sorriso do rosto. Ela era bonita, e extremamente simpática.
Seu rosto não era estranho - eu já havia a visto. Ela era a assistente social do hospital, e eu sabia que ela carregava uma resposta para nossas dúvidas.
Oi...sou eu. Lu estendeu sua mão, até a
moça simpática.
- Eu sou Emily, querida. Assistente social. Preciso conversar com você.
- Me chame de Lu. - Minha menina assentiu, enquanto a assistente social abria restante da cortina, sentando-se ao lado de Lu.
- Dr. Colunga, você poderia nos dar licença?
Eu demorei para mover meus pés fora do lugar onde Lu estava. Eu amaldiçoei a assistente social naquele momento. Pelo
seu comportamento eu soube provavelmente o resultado do exame havia saído. Eu ainda tinha esperanças de não ser uma gravidez – torci para que Lu estivesse com uma anemia leve, ou quem sabe uma gastrite simples. Eu caminhei em busca da recepção, agarrando a ficha de Lu entre minhas mãos. Fechei olhos, implorando para que o exame desse negativo. Eu fiz todo o trabalho mental que poderia existir para mentalizar o resultado. Abri meus olhos, avistanto o exame em minha frente. Dei um pequeno soco contra a bancada, ao ler o resultado. Os níveis de
HCG estavam extremamente elevados. Sem sombra de dúvidas Lu estava grávida. Pela quantidade do hormônio, poderia supor que ela estava de 7 semanas a 8 semanas. Eu tateei meus cabelos, despejando а ficha de Lu exasperadamente sob a bancada. Andei em direção à porta da saída. As lágrimas invadiram meus olhos, e eu senti o terror me inundar. Lu estava grávida. E eu não soube imaginar as conseqüências daquilo. Naquele exato momento alguém já estava desenhando o inicio do nosso destino;
A assistente social provavelmente estava
imaginando qual decisão tomar - e talvez fosse algo inevitável perder meu grande amor. Eu soquei a parede, antes de dar um grito alto. Eu estava desesperado; Se perdesse Lu iria perder a mim
mesmo; Eu não existiria em um mundo que ela não fizesse parte. Éramos um só corpo. Não havia separar. Meu coração estava despedaçado...A dor me consumia por inteiro;
Meus olhos ardiam pelas lágrimas que estavam caindo desencontradamente; Existia uma parte de mim dentro dela; Era o fruto de um amor proibido - estava tão pequeno e indefeso, alheio às nossas dores e tristezas; E apesar de incondicionalmente tudo que fizesse parte da minha menina, eu sabia que aquele pequeno pedaço do nosso amor, poderia ser a nossa maior destruição.

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