Eu assenti, pedindo que Deus nos ajudasse
naquele momento. Eles não poderiam desconfiar de nada - ou estaríamos completamente perdidos.
Ouvi algumas batidas na porta, até sentir o
vibrar dos delicados passos de Lu encontrarem a porta do quarto.
- Oi, Sra. Colunga. A voz de Lu estava
controlada e serena. Dei graças a Deus por ela conseguir disfarçar todo o nervosismo naquela situação. Eu provavelmente já começaria gaguejando.
Oi Lu. Está tudo bem aqui? Eu vi algumas coisas jogadas no chão da sala...uma garrafa de vodka. Sem contar que o vaso da mesa está completamente estraçalhado no chão. Fiquei preocupada de ter entrado algum ladrão aqui. Está tudo bem? - O tom da minha mãe era preocupado e cauteloso. Eu comecei a recordar que não havia retirado o jaleco do chão do quarto. Se minha mãe visse a peça tudo cairia por água abaixo.
- Está tudo bem...Sra Colunga.
- Pode me chamar de Esme, querida. Somos família agora. Sem essa formalidade.
- Sim, claro, Esme... Então...receio que eu
tenha derrubado o vaso da sala... Me desculpe...eu não fazia idéia que era valioso. Na verdade, foi um acidente. Eu apóiei meu peso contra a ponta da mesa, e o vaso escorregou pela toalha. - Lu respirou fundo, e eu agradeci pelo tom convincente que ela estava usando. Até eu acreditaria nela, se não tivesse idéia que destruímos o vaso fazendo amor. Dei um sorriso bobo ao fim deste pensamento.
- E a vodka, meu bem? Não me diga que
você também está bebendo!
Eu tive que abafar meu riso. Imaginei qua!
seria a expressão de Lu naquele momento - o nervosismo, misturado com a sua tentativa de mentir e a acusação de ser a dona de uma garrafa de vodka quase seca.
- Não, Sra... Esme! O Fernando estava tomando um drink quando cheguei ontem à noite...acho que tropeçou, ou algo assim. Lembra que eu falei a você que sairia com um menino da escola? - Sim...e como foi isso? -Pois é, acho que ele se espantou quando abri a porta. Ele estava no telefone, e não deve ter me visto entrar.
Agradeci à Lu pelo seu talento nato de
persuasão.
Apesar de ter sentido uma leve irritação pelo comentário dela sobre outro homem. Fernando, controle-se. Ela está tentando ajudar! Mas eu diria que tinha uma verdadeira possessão por ela - a imagem do menino beijando-a ainda era uma ferida recente.
- Tudo bem, então. E você? Parece melhor
hoje do acidente. Apesar de que esses roxos em seu pescoço não estão melhorando.
Eu engoli em seco, imaginando se minha
mãe saberia que era chupões. Eu teria que me controlar da próxima vez, afinal, não existiriam desculpas para Lu aparecer com marcas na altura do pescoço novamente.
Uh...isso...está curando. Eu sempre fico
roxa. Isso é algo muito comum... Ela deu um pequeno riso falso.
- Tudo bem então, querida. Você sabe onde
está Fernando?
Eu mexi nos meus cabelos tentando buscar
paciência. Lu estava quase conseguindo.
- Saiu hoje cedo. Acho que está no hospital.
Eu suspirei aliviado, quando ouvi Lu
fechar a porta através de minha mãe. Ela girou a chave, certificando-se que o quarto estava devidamente trancado. Eu saí do banheiro, com as mãos nos bolsos, encarando seu rosto nervoso.
- Então... acho que deu tudo certo.
Eu assenti, aproximando-me dela para beija- la.
- Tudo certo. Eu vou sair daqui assim que
eles parecerem quietos por algum tempo no quarto. Não vou poder dormir com você, minha princesa. Temos que nos despedir agora.
Ela fez um biquinho nos lábios, e eu beijei
sua boca, entrelaçando sua língua contra a minha. Nos separamos e ela cochichou em meus ouvidos.
- Uma rapidinha? - Eu dei um leve toque em
suas nádegas, passeando minha língua contra seu pescoço.
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O TUTOR
RomansaSinopse O Tutor Fernando Colunga é um médico de 31 anos bem-sucedido, que vê sua vida mudar quando recebe a tutela de Lucero Hogaza, uma adolescente de 17 anos, que perdeu os pais em um acidente. Uma paixão proibida e a descoberta do amor em duas fa...