Capítulo 38

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Acho melhor não... não sei se
conseguir ser discretos.
Ela suspirou, afastando seu corpo do meu.
No mesmo momento, senti um frio atravessar minha espinha. Eu já sentia falta dela em meu colo, era como se ela fizesse parte de mim. Cada momento que eu estava longe dela, era como se eu estivesse incompleto. Era como se eu tivesse
estado incompleto por toda minha vida e ao seu lado, encontrei minha parte.
- Vá, meu principe. Te vejo no jantar. Eu amo você. Já estou com saudades.
Eu sorri, beijando seus lábios docemente,
Eu também, minha menina. Eu te amo
muito... E já sinto falta de ter você comigo.
Eu pisei fora do quarto, comemorando a
ausência de qualquer um dos meus pais naquele lugar. Corri em passos leves para o meu próprio aposento, correndo para a cama. Apesar de precisar de um banho não tive coragem de afastar o cheiro de Lu sob minha pele. O seu cheiro, misturado ao meu, era a única evidência que eu tinha, de que o que eu estava vivendo, era real.
Meu pai não hesitou em bater em minha
porta, algum tempo depois que eu pisara em meu quarto; Ele estava cauteloso, como se soubesse que algo estava fora do lugar. Talvez fosse a felicidade gravada em meu rosto, que não deixava esconder que eu estava vivendo um sonho ao lado de Lu. Dei as mesma explicações que minha menina havia dado, e apesar de não estar satisfeito, ele teve de aceitar que as histórias foram iguais. Agradeci mentalmente por estarbatento à cada uma das palavras que Lu disseraba minha mãe - mas todas as pequenas coisas que ela fazia me interessavam e prendiam minha total atenção. O Jantar havia se iniciado tão rápido quanto estava terminando - quase que em silêncio total. Minha mãe buscava trocar poucas palavras para evitar o desconfortável clima que se formavabem uma mesa cheia de desconfianças - meu pai era um homem inteligente, e que me conhecia muito bem.
Ele sempre dissera que eu era o filho que ele mais conhecia - talvez por ser o mais transparente de todos. Eu não sabia esconder minhas emoções - quando eu estava ferrado, meu rosto gritava para todo o mundo ouvir. Quando eu estava feliz, surgia um certo brilho diferente em meu olhar, que não me deixava esconder. Eu tentei imaginei a quantidade de brilho que eu deveria estar emanando ao lado de Lu. Eu dei um sorriso torto, meio às garfadas; Eu era o tipo de cara que trazia sua dor ou felicidade como máscara estampada em sua face; Talvez ele estivesse vendo que a minha máscara miserável dos últimos tempos estivesse sumido, fazendo surgir uma felicidade jamais sentira antes.
Então... Lucero...você está sentindo-se
bem morando aqui com Fernando sozinha?
Meu pai jogou a sua pergunta como uma
pequena e involuntária dúvida. Eu pude imagina-lo calculando cada palavra. Meu pai não era um homem casual - estava longe disso. Seu sucesso financeiro se dava ao fato de que ele sempre planejara muito bem o que fazer com seu dinheiro - e consequentemente, em todas as áreas de sua vida ele era extremamente calculista. Lu corou diante de sua pergunta, engolindo uma colherada de arroz de seu prato la limpou a garganta, bebendo o suco à sua frente, antes de responder.
- Sim, Sr. Colunga. Fernando é ótimo comigo. Muito responsável. Ele sempre me tratou muito bem, apesar de quase não nos vermos por conta do seu trabalho no hospital.
Eu assenti, enquanto buscava comida em
meu próprio prato. Torci para que ele não fizesse mais perguntas - eu não era um bom mentiroso, e poderia acabar arruinando tudo que Lu havia conquistado.
- Você não acha que Fernando não está pronto para ser responsável por alguém? Muito menos de uma adolescente como você? Minha família é muito bem-sucedida, Lu. Poderíamos te mandar para as melhores escolas da Europa. Rosa, estudou em um internato quando era mais jovem, e hoje é uma das melhores arquitetas de todo o México. O ensino de lá é realmente ótimo, e faria diferença na sua vida acadêmica.

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