Capítulo 1

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Notas iniciais do capítulo
"(...)Quando meus olhos encontraram os dela, eu mal pude acreditar que essa era a menina que corria pelo quintal de minha casa, nas poucas lembranças que eu tinha. Isabella era magra - mas tinha belas curvas. Grandes olhos castanhos, cercados por pequenas olheiras, provavelmente causadas pelo cansaço e o choro. Os cabelos eram escuros e estavam jogados sobre o ombro espontâneamente. Ela me observava cautelosamente, antes de levantar-se para me cumprimentar. As calças jeans que ela usava eram coladas, e sua camiseta branca de botão acentuava suas belas curvas. Ela definitivamente não era uma menina. Era uma bela mulher.(...)"

A notícia da morte dos Hogazas era tão
devastadora quanto chocante. Eu não era o que poderia se chamar de próximo de Felipe e Gaby, mas meus pais guardavam um carinho tocante por eles, o que me fez lamentar completamente aquele episódio terrível.
Um acidente fatal, foi assim que descreveram o falecimento precoce do casal. Éramos primos, não tão próximos como havíamos sido anos atrás, levando em consideração a distância entre nossas
famílias. Eles haviam se mudado para Guadalajara há alguns anos, e meu pai passou a fazer parte dos "médicos sem fronteiras", que o levava a trabalhar em periodo integral nos lugares em que mais necessitavam de ajuda médica qualificada. Assim como meu pai, eu escolhi a medicina como
profissão - sendo chefe do hospital geral de Guadalupe.
A mudança dos Hogaza para Guadalajara, limitou nosso contato a pequenos encontros que a vida reservava - Felipe era empresário, e de vez em quando passava finais de semana em nossa casa
de Juarez. A última lembrança que tenho deles, é de alguns anos atrás, quando ele viera passar o natal com a esposa, e sua pequena filha. A garota deveria beirar os 9 anos, tinha cabelos castanho, e era extremamente tímida. Mesmo sendo o caçula de três filhos, eu não poderia sequer fazer companhia a pequena menina - eu deveria ter uns nessa época, o que me fazia praticamente seu tio ao invés de seu primo. Eu sabia que Felipe e Gaby tinham uma vida confortável - mas não
luxuosa, e fiquei extremamente preocupado com o telefonema que recebi do advogado da família Hogaza. Ele informou que precisava falar comigo
urgentemente, pois existiam algumas coisas que Felipe e Gaby teriam designado a mim em vida.
Imaginei que seria alguma herança, apesar de ser completamente incoerente, considerando que eles têm uma filha e que ela está viva. As dúvidas pairavam sobre mim, enquanto eu dirigia caminho
ao escritório onde o advogado marcara um
encontro. Sem delongas, adentrei o lugar
avistando um homem pequeno e desajustado sentando à minha frente. Ele fez sinal para que eu me sentasse, e eu o fiz rapidamente.
Sou Dr. Fernando Colunga. Recebi um
telefonema do senhor, é sobre os Hogaza.
Ele ajustou-se na cadeira, pegando um pequeno arquivo e apontando diante de mim.
Sim Sr. Colunga Como eu lhe informei, há quatro dias o Sr. Felipe Hogaza e Sra. Gaby Hogaza sofreram um terrível acidente de carro. Eles tinham uma filha...Lucero Hogaza, ainda menor de idade. Eles deixaram todos os bens para a menor, porém...existe uma cláusula do testamento que confere à tutela da Senhorita Hogaza ao senhor ou
ao seu pai, Antônio Colunga. Como fui informado, seu pai não mora nos México, e a Srta. Hogaza não pode sair de seu país até completar a maioridade. O que nos leva até o senhor, Sr. Colunga
Eu engoli em seco, enquanto ele mostrava a mim o testamento, e a cláusula que constava o meu nome e de meu pai.
- Mas aqui consta que após a verificação de outros parentes vivos. Ela não possui outros parentes vivos?
- Desculpe, Sr. Colunga. Ela não possui mais avós, seus pais são filhos únicos, e os únicos parentes conhecidos são vocês. Se você não aceitar a tutela de Lucero Hogaza, ela será encaminhada para um abrigo.

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