- Não suba. É só isso que lhe aviso.
Ele largou um sorriso cético em seus lábios e empurrou-me novamente, virando seu rosto completamente para mim. Eu pude ver seus olhos completamente irados, inflamados e tomados por ódio e nojo. Eu prendi minhas mãos ao redor do seu punho, impedindo-o de subir. -Não me toque, Fernando! Você não é mais meu filho, você é um marginal que envergonhou o nome de nossa família! – Ele puxou o aperto de minhas mãos ao redor dos seus punhos, e eu agarrei sua camisa. - Eu não preciso de você para nada! Me deixe em paz, pai! Ele deu uma pequena risada, descendo os degraus o que me deu uma ponta de alívio. Eu faria qualquer coisa para mantê-lo longe da minha Lu.
- É claro que você quer que eu me afaste! Pra você continuar transando com uma adolescente que estava sob a sua tutela! Fernando, você é uma vergonha para mim. Eu jamais vou perdoar você por tudo que fez à nossa família. Você é um doente! Ele começou a subir as escadas novamente, e eu corri segurando seus braços à minha frente. - Pai, por favor, me escute! Eu amo Lu, não é o que você pensa!
- Não me venha com suas mentiras, Fernando. Você pode enganar sua mãe, e até a Laura...mas jamais irá conseguir passar a perna em mim. Tenho certeza que Pedro não faz idéia que ela é sua cúmplice. Porque algum filho meu tinha que ter valores. - Ele disse, deixando Laura ainda mais nervosa. Eu estava completamente ofuscado pelo medo, pânico e a possibilidade de que ele pudesse agredir minha menina - ela estava tão sensível e aquelas palavras agressivas já eram suficientes para despedaçar minha alma, quanto mais a de Lu. Eu não poderia permitir. Minhas mãos criaram vida própria, e eu puxei meu pai arrastando-o para fora da escada. Ele caiu contra a parede com a força dos meus pulsos, e veio em minha direção, segurando minha cabeça entre suas mãos.
Eu escutei o barulho de algumas sirenes se
aproximarem de nossa casa, e segurei meu pai contra o chão para que ele não pudesse se aproximar de Lu. Eu não estava me importando com o fato de ir preso eu poderia mofar na cadeia se meus dois tesouros estivessem à salvo.
Lu gritou meu nome, tentando apressar seus passos para mim. - Lu, fique aí, por favor. Não venha atrás de mim. - Eu disse, fazendo-a recuar seus passos, enquanto todo seu corpo estava entrando em um tremor desenfreado; Os olhos dela estavam cheios de lágrimas, e quando a polícia nos encontrou eu pude ouvir os soluços saírem através da garganta de minha menina. Um homem alto e forte agarrou meus braços enquanto eu ainda estava em cima de meu pai, colocando as algemas em meus pulsos.
- Recebemos uma denúncia de que estava
ocorrendo um problema na vizinhança. Por favor, senhor, nos acompanhe até a delegacia. Eu levantei de cima de meu pai, deixando que o policial fizesse seu trabalho. Eu assenti, sem reagir, enquanto meu pai disparava ofensas e xingamentos para mim.
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O TUTOR
RomanceSinopse O Tutor Fernando Colunga é um médico de 31 anos bem-sucedido, que vê sua vida mudar quando recebe a tutela de Lucero Hogaza, uma adolescente de 17 anos, que perdeu os pais em um acidente. Uma paixão proibida e a descoberta do amor em duas fa...