Capítulo 74

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Faltavam poucos meses para minha meninabcompletar 18 anos - e eu tinha dinheiro suficiente em minha conta para nós refugiarmos até o fim disso tudo.
- Não se preocupe meu amor. Tudo vai dar certo. Fique calma.
Eu larguei meu olhar irritado para meu colega, enquanto ele rodava os olhos diante de mim. Ele estava com uma expressão maldosa, com um sorriso cínico nos lábios. Tive que controlar minha ira contra sua reação sobre Lu e eu, antes que eu fizesse alguma besteira. Aquele tipo de reação iria ser comum dali pra frente – eu teria que me acostumar. Eu era muito mais velho que Lu, e logicamente ninguém iria acreditar que eu era completamente louco por ela. As pessoas fariam um pré-julgamento de nós – eu, o Tutor, que se aproveitou da adolescente boba e nova demais para tomar suas próprias decisões. Eu espantei
meus pensamentos, dando um olhar sério para ele. - Por favor, Carter. Faça o exame, queremos ir embora daqui.
Ele arregalou os olhos, e pareceu estremecer contra o meu tom sério e acusador. Ele assentiu, colocando o aparelho em contato com a pele
exposta de Lu. Os pêlos do corpo de minha
menina se arrepiaram sob o contato, e eu fiz um carinho em seus braços. Ele ligou o aparelho, começando a procurar o pequeno feto. Eu o acompanhei com os olhos, buscando ouvir qualquer sinal de vida. Ele virou o aparelho buscando lado a lado, deparando-se com silêncio completo em seu útero. Não existia nada, estava completamente vazio. O medo começou a
me assolar, e eu vi pequenas lágrimas se
formarem nos cílios de Lu, enquanto seus olhos castanhos buscavam aflitos, algum sopro de vida no aparelho à sua frente. Eu estava vivendo dentro de um pesadelo - apesar de lidar com a possibilidade dela ter perdido nosso filho, algo me deu esperança. Uma esperança que eu nunca havia sentido antes o amor havia me dado inúmeras possibilidades de que milagres que poderiam acontecer.
O meu colega, virou-se para mim, afastando o aparelho do abdome de Lu.
- Sinto muito, Srta. Hogaza...infelizmente...
Eu interrompi suas palavras, indo em direção à ele, para retirar o aparelho de suas mãos. Meu coração estava começando a se inflar de desespero e pânico, quando eu senti uma pontada de esperança me invadir. Eu precisava tentar mais uma vez. Eu não conseguia conceber tal tragédia.
Minhas mãos correram pela barriga de Lu, e eu fiz um pequeno carinho antes de posicionar o aparelho contra seu ventre. O médico ao meu lado fazia pequenos protestos sobre a minha atitude, que pareciam suspiros à mim. Eu estava
completamente focado naquele momento em achar alguma vida dentro de minha menina. Eu percorri o aparelho, lado a lado, em vão. Estava um silêncio completo em seu ventre. Eu estava prestes a desistir, quando Lu pulou exasperada.
- Fernando, volte um pouco, acho que ouvi algo... - Eu enruguei minhas sobrancelhas, voltando o aparelho para o lado esquerdo do seu útero. Um barulho baixo e acelerado invadiu o aparelho. Eu liguei a tela do ultra-som, encontrando o pequeno
feto em seu ventre. Eu abri um grande sorriso, aumentando o volume do aparelho, para que pudéssemos ouvir mais claramente as batidas do coração do meu filho. Era a primeira vez que nós
ouvíamos aquele pequeno sopro de vida, e a emoção estava tomando completamente conta de mim. Eu havia recebido meu pequeno milagre - e ele era quase palpável, estava crescendo dentro da minha menina. As lágrimas de felicidade encontraram os meus olhos, e eu lancei o aparelho contra a mesa onde ele se encontrava, deixando meus lábios encontrarem os de Lu. O
nosso beijo era cheio de amor, paixão, desejo e felicidade. Havíamos recebido nosso pequeno milagre de volta - e eu não iria mais desperdiçar nenhuma das minhas oportunidades. Nos separamos, e eu encarei o médico e a enfermeira com os rostos cheios de terror. Eles pareciam
chocados com a minha atitude.

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