O dia começara agitado e eu tentei
adiantar todos os meus passos para estar em casa às 18 horas pontualmente. Eu precisava saber exatamente que horas Lu iria chegar – e a ansiedade estava me matando. Na noite anterior, lutei contra os meus desejos de ir até o seu quarto e protestar meus direitos sobre ela - mas eu havia tomado uma decisão, e não tinha volta. Então, controlei meus instintos e decidira esperar – e dar liberdade para Lu fazer o que bem entendesse.
Eu não poderia deixar que minha possessividade agisse naquele momento. 0 dia passou desgraçadamente devagar, o que aguçou minha curiosidade. Quando finalmente o ponteiro do relógio tocou às 18hrs, eu apressei meus passos até o carro, dirigindo até em casa. Parei no caminho para comprar uma garrafa de vodka e alguns cigarros; Eu iria precisar muito de qualquer coisa que acalmasse meus ânimos. Quando pisei em casa, vi o silêncio banhar completamente o lugar - caminhei até a cozinha e procurei nos quartos alguém na casa grande que eu habitava. A única pessoa que encontrei foi a empregada desagradável que trabalhava comigo. Ela me informou sob a pequena viagem que meus pais fizeram naquela manhã - eles haviam saído para acampar. Típico do meu pai. Lu havia saído há uma hora, e a empregada não sabia dizer quem havia pegado a minha menina. Eu não busquei por mais detalhes para não levantar suspeita. Afinal, eu sabia muito bem com quem Lu estava.
Dispensei os serviços da empregada, vendo-a partir sem demora de minha casa. Assim estaria melhor ninguém precisava vergonhosa de um homem da minha idade afogando seu ciúme em bebidas e cigarros. Eu sentei em um local da sala que me dava uma visão privilegiada do jardim - assim que Lu estivesse em casa eu saberia. Arrastei a pequena mesa de vidro, colocando-a diante de mim, com minha garrafa encostada sob ela.
Agarrei o copo, enchendo-o com vodka pura, e acendi um cigarro sob meus lábios. Talvez eu estivesse louco, ou ao menos perdendo o pouco juízo que me restasse, mas eu precisava espera- la. Nem que aquilo levasse a madrugada inteira.
Eu estava bebericando a vodka ardente, gole após gole, sentindo o efeito dela contra mim. As imagens de Lu com outro homem, impulsionaram meu ódio e a necessidade por beber mais talvez se eu bebesse muito, eu sentisse um alívio em meu coração. Eu estava completamente devastado... O ciúme era um ácido que percorria cada parte do meu corpo; Os ponteiros do relógio faziam jogos comigo;
Pareciam parados, como se estivessem
aumentando ainda mais aquela tortura. Eu acendi outro cigarro, deixando o tabaco fazer seu trabalho. Eu queria aliviar a dor que sentia - mas parecia incrivelmente profunda; Meu peito estava explodindo através de mim. Verifiquei as horas no
relógio, vendo que eram 21 horas. Estava tarde.
Lu já deveria estar em casa... O que ela poderia estar fazendo com aquele moleque a essa hora da noite? A imagem das mãos imundas dele tocando o corpo da minha menina, me invadiu. Eu despejei o copo sob a mesa, levantando-me da cadeira rapidamente. Eu precisava fazer alguma coisa – aquela espera estava me enlouquecendo. Eu andava afoitamente, de um lado para o outro, quando o som audível de uma descarga aproximou-se de meus ouvidos. Eu corri até a janela, vendo um rabbit antigo parado em frente à minha casa. Suspirei aliviado por saber que ela
estava prestes a entrar em casa e eu estava louco para vê-la. O garoto desceu do carro, indo em direção à porta de Lu para abri-la lentamente. Lu sorriu, e eu percebi a cor sob suas bochechas. Ela estava linda - com um vestido preto, levemente decotado na altura dos joelhos. Seus cabelos castanhos estavam levemente cacheados nas pontas – largados sob o ombro, presos de um lado por um pequeno broche.
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O TUTOR
RomanceSinopse O Tutor Fernando Colunga é um médico de 31 anos bem-sucedido, que vê sua vida mudar quando recebe a tutela de Lucero Hogaza, uma adolescente de 17 anos, que perdeu os pais em um acidente. Uma paixão proibida e a descoberta do amor em duas fa...