Capítulo 73

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Eu ainda sentia o calor do corpo de Lu
encostado sob o meu, enquanto meus dedos faziam carinhos em seus cabelos cor de chocolate. A espera era torturante, talvez mais do que um dia esperei que fosse. Apesar de ser médico, e conhecer cada um dos procedimentos médicos que Lu estava passando, eu poderia me considerar tão leigo quanto ela, quando a situação se aplicava à mim. As respostas eram demoradas de qualquer forma, mas eu poderia afirmar que estava satisfeito por ela não ter tido nenhum sangramento nas últimas horas, o que era extremamente positivo para nós. Eu estava tentando evitar que ela tivesse qualquer emoção forte - o emocional seria completamente decisivo naquele momento. Ela havia falado pouco desde que acordou, presa em algum pensamento profundo e acolhedor. Ela estava linda, apesar da aparência cansada e a palidez aparente em seu rosto. Eu havia ligado para minha mãe e feito ela prometer que meu pai não iria até o hospital; Eu não precisava de mais um problema naquele momento. Meu coração estava cheio debesperança e fé, eu tinha que crer que tudo daria certo para nós. Eu ainda passeava meus dedos pelos cachos de Lu, quando um barulho na porta nos afastou. Eu levantei-me da maca, deitando-a suavemente contra a cama. Ela deu um
sorriso pequeno, deixando uma pequena cor agarrar suas bochechas. Eu correspondi seu sorriso, virando-me para receber a visita ao quarto. Eu encarei o homem conhecido a mim como um dos meus colegas de trabalho, e dei espaço para que ele se aproximasse de minha menina.
- Olá, Fernando...Srta Hogaza... Nos assentimos, e eu pude observar que ele carregava o prontuário de Lu entre as mãos. Lu ainda brincava com o sapatinho branco que eu havia comprado - o primeiro presente do nosso pequeno fruto.
Minhas esperanças estavam todas
concentradas neles naquele momento; Eu sabia que Lu estava sofrendo eu conseguia
enxergar através dos seus olhos a dor escondida, os dedos trêmulos ao tocarem o abdome levemente inchado e as palavras de súplica sussurradas para nosso pequeno fruto. Eu não saberia o que esperar daquele resultado, e não iria conseguir viver comigo mesmo se o nosso bebê não ficasse bem. Eu já amava tanto aquele ser invisível, amava-o como amava cada pequena coisa de minha menina; Eu espantei meus pensamentos, para encarar o meu colega de trabalho que ainda nos encarava com o semblante preocupado e desconfiado.
- Bem...Srta. Hogaza, o resultado dos seus exames chegaram. Não houve coagulação do seu sangue, o que é ótimo para o bebê. Porém, temos que fazer uma ultra-sonografia para escutar o coração
do bebê e verificar o seu útero.
Lu me encarou com os olhos ansiosos,
enquanto eu fiz um pequeno carinho em sua testa. Eu assenti positivamente, e o médico chamou a enfermeira para que ela trouxesse o equipamento de ultra-sonografia. Eu puxei as mãos de Lu
contra as hinhas, fazendo pequenos carinhos com meu polegar contra suas palmas. Ela estava tremendo levemente, enquanto a enfermeira levantava sua bata, posicionando o lenço de papel
dentro de sua calcinha para preparar o local para o exame. O meu colega aproximou a máquina de ultra-som de Lu, colocando o gel na sua barriga, o que provocou um pequeno tremor em seu corpo.
-Fique Calma, minha menina... Vai ficar tudo bem. Ela assentiu, e virou seus olhos para mim. - Fernando...eu quero que nosso bebê esteja bem...diga que ele está bem...por favor. Eu percebi o olhar surpreso e confuso do meu colega sobre mim, enquanto Lu lançava aquelas palavras espontaneamente.
Eu ignorei completamente seus olhos julgadores, enquanto a enfermeira lançava um olhar malicioso e negativo. Eu não me importava mais com tais comentários ou julgamentos – eu iria embora com
a minha menina.

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