Capítulo 76

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Como ele soube, mãe? O que aconteceu?
Qual foi a reação dele?
Ela engoliu em seco, deixando os dedos brincarem com a aliança em seu dedo. Ela estava trêmula e a sua voz falha. Eu estava percebendo que algo muito ruim estava acontecendo. Eu comecei ablidar com as possibilidades das atitudes de meu pai – ele poderia estar à caminho. Eu mordi meus lábios, tentando distrair o nervosismo do meu ser. - Filho...o amigo de Lu, Pedro procurou seu pai, contou tudo. E de uma forma muito negativa...seu pai está realmente irado. Não existiu chance para que eu pudesse negar algo, o garoto foi extremamente convincente... - Eu senti o ódio correr por minhas veias, enquanto meu maxilar ainda machucado pelo adolescente, trincava. Lu havia sido completa ingênua em relação à ele e ele pode ter colocado em risco todo o nosso destino. Eu encarei minha mãe, vendo o sofrimento em seus olhos. - O que ele está fazendo, mãe?
Ela engoliu em seco, pegando minha mão como uma forma de carinho.
- Ele vai processar você, meu filho. Acho que você deve partir hoje mesmo...dar um tempo. Eu não sei o que pode acontecer daqui pra frente. Os meus olhos perderam o foco naquele exato momento. Eu me afastei de minha mãe, indo até o quarto de Lu. Eu encontrei seu rosto sereno e pálido, apanhando suas poucas coisas que estavam ali. Eu fiz sinal para que ela viesse, e ela me acompanhou. Eu me despedi de minha mãe sem delongas, prometendo um telefonema aonde quer que eu chegasse. Meus pés encontraram o carro, e eu ajudei a colocar minha menina no banco de carona. Eu dirigi quilômetros e quilômetros sem rumo; Eu não fazia idéia para onde estávamos indo e naquele momento, de fato, não importava. Eu queria sumir no meio daquelas árvores para um lugar onde meu amor estaria seguro. Eu amava Lu, e não deixaria que nada nos impedisse.Eu já havia colocado meus tesouros em risco antes e não me perdoaria se algo acontecesse novamente; Eu estava assustado, mas o meu amor por aquelas duas vidas, estava guiando minhas atitudes. Eu amava Lu, intensamente. Eu amava meu pequeno fruto, e ele já fazia parte da minha vida. Eles seriam minha coragem e determinação dali pra frente. Meu destino estava nas mãos do acaso e apesar de estar completamente sem rumo, eu me sentia em casa. Porque minha morada, era ao lado de Lu. Não importava onde estivéssemos - ela sempre seria meu único lar. E isso confortou meu coração apertado e perdido.

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