Capítulo 58

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Eu assenti, pegando uma respiração
profunda. Comei a sentir a sensação de alívio me inundar, o que trouxe um sorriso torto ao meu rosto. - Então está resolvido. Se não se importa...vou para o meu quarto.
Eu levantei, mas as palavras de meu pai me
interromperam. - Fernando, terá um ótima oportunidade para que eu conheça o garoto que Lu está. Seu irmão está chegando hoje à noite. E eles pretendem dar uma festa daqui há dois dias. Espero que possa contar com a presença do tal menino. Assim, além de mim, ele será introduzido a toda a família. Afinal, Lu não é da nossa família? Ele lançou-me um olhar desconfiado, e eu assenti positivamente.
-Vou falar com ela. Vou indo, pai.
Eu caminhei de encontro à porta do meu quarto, fechando-a atrás de mim. Apesar de estar levemente aliviado, o fato de precisar de Pedro era algo completamente fora de cogitação para mim.
Eu estava em uma posição completamente
vulnerável naquele momento - e teria que colocar meu próprio destino nas mãos de um garoto imbecil. Eu não sabia até que ponto poderia confiar em Pedro - e o quão fiel ele poderia ser a nós. Somente o fato de necessitar da sua ajuda já me dava náuseas - imaginá-lo perto da minha menina, tocando suas mãos, fingindo ser o pai do meu filho, era algo completamente inesperado e torturante. Eu não queria que as coisas fossem assim. Mas eu estava em um beco sem saída. Era Pedro ou nada. Naquela noite, antes de dormir, eu
cantei para minha menina. Ela retribuiu me
acalmando com os sinos doces de sua voz,
enquanto murmurava pequenos segredos seus; Eu estava querendo tê-la entre meus braços naquele momento, e controlei meu desespero por ela até que as coisas estivessem mais estáveis. Meu
irmão e sua esposa estavam prestes a chegar; E amanhã seria a nossa única chance de falar com Pedro. Eu escutei alguns barulhos antes de fechar
meus olhos para dormir, sabendo do que se tratava. Meu irmão estava em casa, e o
cronômetro para mim já estava correndo.
A manhã chegara sem demora, trazendo os raios de sol diretamente para meu rosto. Apesar de todas as minhas preocupações, dormir com Lu ao telefone havia amenizado o poder da amnésia contra mim. Eu levantei-me, apressando meus passos para sair de casa. Lu e eu tínhamos algo a fazer. Antes que as aulas pudessem começar nos trataríamos de atrair o garoto até nós persuadi-lo a fazer parte do nosso plano. Eu estava disposto a oferecer dinheiro à ele – e esse pequeno detalhe eu havia omitido de Lu. Nenhum homem faria isso sem nenhum outro interesse, e eu usaria o dinheiro para tentar controlar as atitudes do menino. Quando pisei fora do quarto, pude ver a risada baixa de Lu. A outra voz que acompanhava a sua, era completamente familiar a mim. Quando avistei minha menina, dei um largo sorriso. Ela estava linda - com uma pequena travessa entre os cabelos escuros, uma camiseta de malha acinzentada e jeans extremamente apelativos à mim. Suas bochechas
estavam coradas, e eu deixei meu olhar percorrer cada parte do seu corpo; Já conseguia ver a leve diferença no inchaço entre seus seios, e tive que buscar controle para não despertar desejo fisico naquele momento. Fui distraído dos meus
próprios pensamentos pela voz animada de Amora. Eu dei um grande sorriso para ela, abraçando-a animadamente. Amora, esposa do meu irmão, era quase como uma criança que nunca crescera; Ela era extremamente doce, divertida completamente desprendida das coisas fúteis que viviam ao seu redor - ela lidava com moda, e ela burlava completamente todas as leis de estereotipo que poderiam existir. De fato, Amora era incrivelmente ligada a roupas, porém não permitia que isso influenciasse em sua personalidade, Essa era provavelmente a característica mais encantadora em sua personalidade e eu a considerava praticamente uma irmã.

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