- Aconteceu alguma coisa, Fernando?
Eu dei um sorriso torto, que a fez suspirar. Ela parecia completamente rendida à mim - eu percebia o efeito que causava em algumas mulheres. Ela mordeu os lábios, tentando se insinuar mim. Eu enruguei minhas sobrancelhas,e vi o corpo de Bella surgir com o de Manuel pela porta do quarto onde ela estava. Eu suspirei, sentindo o ódio invadir minhas veias.
Lu encontrou-me nas cadeiras, fazendo um análise minuciosa na mulher ao meu lado. Seu rosto fechou-se completamente, e eu podia jurar que ela estava com ciúmes. Sua expressão irritada a fazia ainda mais bonita. A minha menina era perfeita. O menino aproximou-se de nós, apontando até mim, enquanto segurava a mão de Lu. Maldito seja. Desgraçado. Aproveitei a presença de Elisabeth ao meu lado, para tocar suas mãos. Lu iria sentir o que eu sinto – desgostoso sabor do ciúme.
- Oi, Dr. Colunga... Queria saber se Lu já pode ir embora.
Lu olhava-me com um olhar fuzilante, enquanto eu apertava as mãos de Elisabeth contra as minhas.
- Acho que sim...você não acha Elisabeth? - Eu sorri, dando uma pequena piscadela para loira ao meu lado. Ela parecia satisfeita – suas bochechas coraram e ela umedeceu seus lábios com a língua.
- Sim...uh...claro... Fernando... As mãos dela passearam pelo meu jaleco, ajeitando minha gola. Graças a Deus as mulheres que não resistiam à mim. Eu poderia provocar Lu um pouco mais.
Então...nós já vamos. Nos vemos em casa,
Colunga. - Lu disse, apertando a mão do menino.
- Sr. Colunga, o que fazemos em relação aos roxos que Lu tem?
Eu atentei para os chupões que havia feito em seus pescoço; Eles estavam gritando por atenção.
O imbecil do Manuel, achava que eram por conta do acidente - eu dei uma pequena risada. Lu estava marcada por mim, e eu sabia disso. Eu limpei minha garganta, enquanto aproximava Lu de mim.
- Acho que pela gravidade desses machucados, Lu deveria ir pra casa imediatamente. - Deixei meu hálito passear pelo seu rosto e olhei para Elisabeth.
- Essa é minha tutelada Lu, Elisabeth. E essa é uma grande amiga minha, Lu, Elisabeth.
Lu olhou-me com um semblante irritadiço, e fingiu um sorriso à mulher ao meu lado.
- Então, Manuel...eu pego um táxi pra casa. Amanhã com certeza já vou estar melhor para nosso encontro.
O garoto sorriu, e Lu afastou-se de mim,
caminhando para fora do hospital. Morgan ainda tocava minhas mãos, quando eu as afastei rapidamente.
- Então, Fernando... o que acha de sairmos amanhã?
Eu dei um sorriso irônico, e rodei os olhos.
- Amanhã tenho compromisso muito
importante. Sinto muito, Elisabeth. Mas agradeço o convite novamente.
Levantei-me da cadeira, caminhando até a saída do hospital. Eu não tinha o hábito de fumar – mas ultimamente, tinha precisado de todos os recursosvexistentes para conter minha dor; Acendi um cigarro, levando-o até os lábios, fechando meus
olhos para deixar a nicotina me invadir. Eu estava completamente despedaçado por imaginar outro homem tocando minha menina e meu coração estava sangrando. Eu precisava me certificar que aquele encontro não sairia dos limites. A batalha
interna estava me matando – meu ciúme estava vencendo a batalha. Só ia esperá-la. Nada mais que isso. Não faria mal saber a que horas a minha Lu estaria em casa – afinal, apesar de ser completamente, insanamente, incondicionalmente apaixonado por ela, eu ainda tinha o meu dever a cumprir. Eu era responsável – e usaria de toda minha autoridade para cuidar de seus passos.
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O TUTOR
RomantizmSinopse O Tutor Fernando Colunga é um médico de 31 anos bem-sucedido, que vê sua vida mudar quando recebe a tutela de Lucero Hogaza, uma adolescente de 17 anos, que perdeu os pais em um acidente. Uma paixão proibida e a descoberta do amor em duas fa...