Capítulo 57

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Ele assentiu e tomou mais um gole de sua
bebida. - Eu não quero que Lucero fique mais nessa casa. Eu errei em permitir isso desde o princípio. Se ela estivesse em um colégio interno, isso com certeza não teria acontecido. Eu cerrei meus dentes, tentando buscar equilíbrio para mim naquele momento. Sem sombra de
dúvida meu pai estava extremamente decidido - mas ele não teria o que queria. Eu seria capaz de largar tudo que eu possuo em Guadalajara para ir embora com Lu, se necessário. Ficar longe não era uma possibilidade. - Eu não vou permitir que você a mande embora daqui. Essa casa é minha também, e ela é como parte da minha família. Ele assentiu, cerrando os lábios em expressão maldosa.
- Imagino o quanto ela deve ser preciosa pra você, Fernando. Espero que a polícia ache isso um fato interessante. Que relação boa você tem com a sua tutelada, não é Fernando? Não sei que tipo de
educação os pais dela deram a ela, mas eu fiz tudo que estava ao meu alcance com você! Eu dei um pequeno soco contra o braço do sofá onde me encontrava. Eu sentia o meu pração se inflar de ódio com suas palavras. Ele sabia. Tinha certeza de tudo. Eu não saberia dizer se Manuel
aceitaria o nosso plano - mas tera que usar o único recurso que me restava. Meu pai jamais aceitaria minha relação com Lu. Isso era um fato concreto a esta altura.
- Não entendo que tipo de loucura passa pela sua cabeça, pai. Mas saiba que Lu tem um namorado, e que não pretende ir embora de Guadalajara até ter essa criança. Eu sou o responsável por ela, e tenho certeza que opinião dela conta muito em qualquer tribunal. Não tente me colocar em uma situação delicada, onde eu não me encontro. Lu não passa de uma menina para mim. Tenho pena da situação dela, e não posso deixar que você interfira desta forma em suas decisões. Se quiser procurar um advogado para contestar a tutela dela, pode ir em frente. Prove que eu não sou um tutor adequado.
Ele arqueou as sobrancelhas, mexendo o
copo de whisky contra os dedos. Eu tentei
controlar minha própria fúria que explodia dentro do meu peito.
- Tudo bem, então, Fernando. Espero que eu possa conhecer o tal namorado de Lu. Ele deve ser um homem e tanto...para em três meses engravidá-la.
Pensei que ela fosse alguém de boa índole, talvez Carlos tenha errado com ela.
Eu senti a maldade em sua voz, e tive que
controlar meus punhos para que não acertassem seu queixo. Lu não era uma qualquer. Ela nunca havia tido um homem sequer antes de mim. Ela havia entregado seus maiores tesouros para mim - seu corpo e seu coração. Era inaceitável alguém dizer que ela era alguém sem valores - e por mais que aquele homem fosse meu pai, eu senti uma intensa vontade de bater nele. Tive que buscar refúgio em Lu. Visualizei seu rosto, e encontrei forças para manter o controle. Eu precisava ser frio, completamente indiferente às provocações. Ele queria testar meus limites e eu sairia vitorioso se conseguisse me manter são. - Pai, acho que isso não deve respeito a nenhum de nós. Lu vai arcar com seus erros. E lógico que trará o namorado para conhecermos. Eu mesmo fiz questão de saber de quem se trata. Afinal, ela vai ter um filho com ele.
Ele rodou os olhos em surpresa. O meu auto- controle estava acabando com suas alternativas; Ele teria que se render naquele momento. Ele estava perdendo para mim. - Acho que a melhor solução seria tirar essa criança. Mas como você mesmo disse, eu não devo interferir nas decisões de Lucero. Quando ela for maior de idade...creio que daqui há alguns meses, ela terá condições de administrar financeiramente o seu futuro, e analisar o que deve fazer do seu caminho. Fiz o que pude para ajuda-la:dei-lhe abrigo, educação e tentei ensinar à ela o que passei a vocês.

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