Capítulo 118

96 8 2
                                    

Meu pai havia errado muito - talvez por ignorância, preconceito e proteção à minha menina, mas eu precisava perdoá-lo; Não deveria começar uma vida nova com mágoas dentro de mim; Lu havia mudado minha maneira de existir, e havia feito que meu coração ganhasse um renovo. Meu pai merecia meu perdão pela sua atitude humilde - e eu daria à ele com o tempo. Eu o abracei fortemente, sentindo algumas lágrimas caírem dos seus olhos marcados pelo tempo. - Pai, eu não posso lhe dizer que estou perdoando seus erros neste momento. Mas sei que com o tempo tudo irá se encaixar. Nós soltamos o abraço, e ele encarou-me com o rosto aliviado em meio ao sofrimento que encontrava seu semblante cansado. - Tudo bem, meu filho. Eu entendo. Demore o tempo que precisar. - Ele esticou um envelope para mim, e eu enruguei minha testa em dúvida. - As chaves. É a casa da sua família, agora. Eu sorri, sentindo as chaves através do papelão amarelado. Ele sorriu de volta, e eu senti a emoção bater contra mim. Iríamos voltar ao lugar onde tudo começou - onde eu encontrei sentido para o meu viver, onde eu me apaixonei terrivelmente pela minha menina. Finalmente, teríamos tudo que nos foi tirado de volta. - Obrigado por isso, pai. Ele assentiu, e colocou as mãos ao redor das minhas costas. - Seu trabalho também está disponível para quando
quiser reiniciar. Eu quero que você seja feliz, meu filho. Você tem a minha benção merecida. E hoje, eu admiro tudo que você passou para ficar com ela...sei que é verdadeiro. Algumas lágrimas escaparam dos meus olhos, de encontro com as palavras de meu pai. Ele era meu último impedimento e saber que eu havia conquistado seu respeito e admiração mexeu com cada sentimento dentro de mim; Eu havia lutado tanto contra mim mesmo para que aquele amor proibido não acontecesse e hoje eu me sentia agraciado por ter encontrado o amor ao lado dela... de forma tão improvável, tão imatura que chegara a beirar à loucura. Hoje éramos apenas um só corpo, um só coração. Lu era meu complemento, tudo que sempre me faltara. Meu amor por ela jamais conseguiria ser medido por alguém - mas transparaté os corações mais endurecidos; Ninguém conseguia ficar alheio aos meus sentimentos e a pureza e doçura que partiam dos pequenos gestos do nosso amor. Eu esfreguei meus olhos, enquanto meu pai me abraçava novamente. - Seja bem-vindo à sua vida, meu filho. Seja feliz, aproveite cada momento. A vida é curta para a capacidade que temos dentro
de nós. Você tem sorte, é um homem apaixonado pela vida, e pela sua esposa. Você é outra pessoa agora, e isso passa para todos nós que estamos de fora. Eu irei embora, mas saiba que espero um dia poder reencontra-lo...no momento que você estiver pronto. Eu assenti, e limpei as lágrimas que caíam dos meus olhos azuis. Ele abriu um largo sorriso, enquanto me dava um curto abraço. Obrigado por tudo, Pai. Eu...fico feliz de ouvir suas palavras. Sei que foi difícil para você entender meus sentimentos por ela, mas estou muito feliz por você entender o quão verdadeiro é o meu amor. Ele usou seus polegares para coçar minha cabeça, imitando um movimento que ele fazia quando eu era pequeno; Eu abri um largo sorriso, ele acompanhou-me. -Eu sei, meu filho. Eu vejo tudo claramente hoje. Eu devo ir agora. Mande um beijo para Lu, e eu estou na torcida para que a minha neta saía logo daqui. Bem-vindo de volta à seu lar...e ligue se precisar de algo. Estarei à sua disposição. Eu assenti, e o abracei antes de vê-lo partir através da porta do hospital. Parecia surreal o que havia acontecido - meu pai havia estado diante de mim, pedindo redenção; Eu senti meus olhos esquentarem enquanto eu caminhava em
busca do meu carro, no estacionamento. Tudo estava perfeito – tão perfeito, que eu tinha medo de estragar meu destino com minha imperfeição humana; Lu era meu anjo, meu precipício, minha loucura e minha salvação. Meu paraíso estava apenas começando - e eu já me sentia ávido por começar uma vida ao lado dela; Naquele mesmo dia, tivemos a notícia de que Vitória estava pronta para sair da UTI. Minha menina soluçava comigo entre palavras desconexas a felicidade que nos rodeava; Eu estava me sentindo completo, inteiro como nunca havia sentido antes; Nós iríamos dar os primeiros passos rumo à felicidade - e parecia tão curto o futuro para a dimensão do nosso amor; Eu ainda tinha muito o que degustar daquele sentimento imensurável - e meu próprio corpo parecia pequeno para abrigar meus sentimentos. Eu beijei Lu como se fosse o último dia de nossas vidas – e assim que eu faria dali para frente; Iria aproveitá-la como se não houvesse amanhã. Pois o amanhã jamais seria suficiente para demonstrar à ela toda minha devoção, amor e paixão sem limites; Ela era uma menina para mim e sempre seria a minha menina. Minha doce, pequena e proibida, Lu. Tão minha que parecia ter dragado todo meu passado para o esquecimento; Não existia passado sem ela, não existia futuro sem ela; Minha vida sempre existiu no único intuito de fazê- la sorrir. E eu iria viver o resto dos meus dias apenas para satisfazê-la. Viver cada momento se fosse o último, e aproveitar cada momento da benção de tê-la ao meu lado por todo o resto da minha existência. Eu era pequeno demais para amá-la, errado demais para amá-la, imperfeito demais para te-la braços...mas ela era minha; Como um presente dos céus, ela era minha. Lu tinha meu coração e minha vida em suas mãos - e eu tinha a dádiva de ouvir sua respiração meu redor. Eu jamais iria temer o futuro ao seu lado – independente do que acontecesse, ela sempre guardaria minha felicidade em seu sorriso, e meu coração em seu olhar. Eu abriria mão da eternidade apenas para viver ao seu lado; Meu anjo, minha perdição, minha parte, minha metade, minha eternidade. Minha salvação. Minha Lu. Minha menina. Meu eterno e único amor.

O TUTOR Onde histórias criam vida. Descubra agora