O beijo que eu distribuía pelos lábios de
Lu, era provavelmente o beijo mais longo que já dera em toda a minha vida. O fôlego já estava perdido, mas eu lutava contra a necessidade física de interromper nosso contato; Nossas línguas se tocavam de uma forma intensa, como precisássemos eternizar aquele momento. Eu
precisava de mais, e minhas mãos passearam pelas costas de Lu, fazendo pequenos carinhos em suas curvas delicadas; Eu queria tocá-la. Meu
desejo se intensificou, e eu empurrei seu pequeno corpo contra a parede. Lu gemeu, e eu a carreguei em um braço, prendendo suas pernas ao meu redor. Meus dentes encontraram seus lábios, e ela gemeu. Eu mordisquei lentamente, marcando o local. Senti o gosto de sangue invadir meu hálito, e separei nossas bocas para encontrar seu pescoço. Fiz um caminho de beijos, antes de marcar seu pescoço com um pequeno chupão.
Lu era minha, e eu a faria saber disso. Ela
gemeu, empurrando seus braços contra mim. Eu a ignorei, passeando minhas mãos por baixo de sua blusa, apertando fortemente sua costa nua. Ela deu pequenos puxões em meu cabelo, sinalizando para que eu parasse. Eu não consegui, meus sentidos estavam necessitando tanto dela, que não compreendi sequer uma palavra que saía de sua boca. Ela me deu pequenos socos, enquanto eu continuava chupando pescoço
acariciando suas nádegas. Eu a empurrei mais forte contra a parede ao lado de sua maca, e encontrei sua boca com a minha, enquanto ela não se rendia ao beijo. Fiz uma pequena pressão contra sua boca, e Lu cedeu abrindo espaço para minha língua. Os lábios dela eram doces - e o gosto das lágrimas que havíamos derramado fazia um jogo de sabores em nosso beijo. Ela empurrou meu rosto, fazendo com que o beijo fosse interrompido. Eu a encarei, finalmente, soltando-a. Seus olhos estavam cheios de paixão e mágoa - e as lágrimas ainda caíam lentamente pelos seus olhos chocolates.
Eu a encarei, finalmente, soltando-a. Seus
olhos estavam cheios de paixão e mágoa - e as lágrimas ainda caíam lentamente pelos seus olhos chocolates. Eu passei as mãos pelo cabelo, enquanto afastava nossos corpos. Lu passou as mãos pelo pescoço marcado, e fez uma expressão de dor; Eu não queria machucá-la;
Apenas queria que aquele idiota soubesse que Lu é minha; Eu senti uma pontada de
arrependimento imediata. Abri a cortina ao nosso redor, colocando minhas mãos dentro do jaleco.
- Lu, me desculpe por isso.
Ela balançou a cabeça negativamente, e trouxe suas mãos até meu braço; Eu afastei o toque sentindo a vergonha me invadir. Eu não tinha o direito de fazer aquilo com ela – Lu, de fato, não era minha. Eu havia aberto mão dela no dia em que terminei nosso relacionamento e por mais que eu me arrependesse todos os dias daquilo, era a única decisão plausível que eu havia tomado nos últimos tempos. Eu era completamente louco por ela. Mas aquilo impedia meu julgamento do que era melhor para nós – Lu precisava ficar sozinha. Livre para fazer o que quisesse. E por mais que o ciúme me consumisse, eu teria que apaga-lo de alguma maneira.
- Fernando...por favor...não precisa ser assim... eu não parei você porque...
Eu a interrompi. Não precisava ouvir mais nada que aumentasse minha dor.
- Porque você tinha que fazer o que era certo, Lu. Eu estou fora de mim. Não durmo há muito tempo,e devo estar com umas na cabeça...
Vi seus dedos tremerem, e me afastei ainda mais de perto dela. Virei-me de costas, escutando pequenos soluços saírem de sua garganta.
-Não faça isso comigo, Lu...por favor.
Eu não conseguia encara-la – não era capaz de ver o sofrimento espalhado por seus olhos.
- Fazer o que, Fernando?
Eu vi o rosto do adolescente que acompanhava Lu, em frente ao vidro. Limpei meus olhos, tentando manter uma expressão serena. Abri a porta, enquanto Lu respirava fundo.
O garoto passou através de mim, buscando
rapidamente por Lu, ao lado da maca.
- O que houve, Lu? Você está bem? – O tom de preocupação e zelo do menino por Lu irou-me ainda mais. Ele provavelmente estava apaixonado por ela, como eu. Apertei minhas mãos contra o jaleco, virando-me de frente para eles. Lu desviou olhar do meu, rapidamente, encarando o menino à sua frente.
- Está tudo bem, Manuel. Eu só estou com dor... Ele suspirou e tocou suas mãos. Aquele maldito moleque tocou as mãos da minha menina. Eu tive que cerrar meus dentes, e buscar controle para não bater a cabeça dele no chão. Maldito pirralho.
- Me perdoe, Lu...Por favor...prometo que irei compensar por isso...que tal se eu pagasse seu almoço pela semana inteira? Ou melhor ainda...se eu te levasse pra comer algo amanhã? - Ela suspirou buscando meus olhos. Eu ignorei seu
olhar, enquanto ela procurava por mim. Fiz uma cara de completo descaso, soltando um pequeno sorriso. Lu lançou-me um olhar irritado, e virou- se novamente para ele.
- Claro Manuel... Podíamos fazer isso. Mas dessa vez, não vou de moto... O carro é bem mais confortável – Ela abriu um sorriso simpático para o menino que parecia encorajado pela sua atitude receptiva. Eu dei um pequeno soco sob a mesa que estava à minha frente, e Lu olhou-me com um sorriso de vitória.
- Ótimo... Vou comprar ingressos para o show daquela banda que te falei. Vai ser bem animado, você vai gostar.
Lu tocou o braço do menino, enquanto eu
bufava de ódio. O garoto era forte para sua idade - parecia um atleta, com músculos definidos e braços bem torneados Eu não sabia se esse tipo de coisa era atraente à Lu - eu não possuía esse porte físico, e apesar de ter uma aparência atraente às mulheres, eu não poderia afirmar que ela se interessaria apenas por homens como eu.
Aquele moleque era o oposto de mim E Lu
parecia incrivelmente interessada em sair com ele.
Eu arrastei meus pés para fora da sala,
antes que eu perdesse o resto de controle que ainda possuía. Sentei contra as cadeiras na sala de espera, enquanto Elisabeth aproximava-se de mim. Ela leu minha expressão aflita e dolorosa, e
sentou-se ao meu lado. Eu dei um pequeno sorriso encontrando os olhos azuis e cristalinos à minha frente
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O TUTOR
RomanceSinopse O Tutor Fernando Colunga é um médico de 31 anos bem-sucedido, que vê sua vida mudar quando recebe a tutela de Lucero Hogaza, uma adolescente de 17 anos, que perdeu os pais em um acidente. Uma paixão proibida e a descoberta do amor em duas fa...