Capítulo 127

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Ema e Pedro olharam para meu rosto com uma expressão surpresa em seus rostos; Eu nunca imaginara que aquilo fosse algo surpreendente para dois homens casados há tanto tempo - acreditava que aquilo fosse comum dentro de um casamento normal; Sempre acreditei que meu desejo por Lu beirasse o sobrenatural. - Cara, pensei que você estava MUITO bem nesse aspecto...Até porque aparentemente, vocês não eram muito discretos antes... Eu cocei minha cabeça, enquanto usava minha outra mão para tomar outro gole. - Não tivemos muito tempo ultimamente. Ema e Pedro se entreolharam, e pareciam planejar algo em suas expressão silenciosas. Eu estava alterado pelo álcool, e não conseguia ler claramente as intenções por trás das expressões divertidas em seus semblantes. - Cara, a gente paga um motel pra vocês. Assim não dá, maninho. - Pedro cuspiu as palavras, enquanto Ema andava em minha direção. - Não é necessário. São duas semanas apenas. Ema assoviou, e entregou-me uma garrafa de cerveja que havia encontrado no bar da biblioteca. Eu dei uma golada grande, e ele abriu um leve sorriso. - Hoje você pode fazer isso... Deixe que eu resolvo isso...afinal, acho que você vai ter que agradecer por algo ação de graças...agradeça pela vida de Ema na quarta- feira. Foi a minha vez de gargalhar, e Pedro me acompanhou puxando-me pelo pescoço. Eu estava confuso pela bebida que havia consumido, e pela combinação variada entre elas. Após alguns segundos, Ema saiu da sala, pisando em direção a outro cômodo. Pedro e eu ficamos rindo e contado piadas bobas por longos minutos, e a cada novo momento que passara, eu me sentia ainda mais alcoolizado e distante do meu juízo. A noite estava quente, e após algum tempo de conversa, Ema retornou, me conduzindo até a escadaria da casa. Eu não fazia idéia do que se tratava, até meus olhos levemente obscuros, encontrarem minha menina sendo arrastada por Laura e Rosa. Lu estava com os cabelos castanhos presos em um coque desajeitado e sua blusa de meia estava colada e úmida pelo suor que escorria em suas costas; Eu conseguia ver que ela não usava nenhum sutiã, e a calça jeans era a mesma que eu havia arrancado do seu corpo algumas horas atrás. Apenas a proximidade do seu corpo, estava enviando calor para minha parte baixa...eu já conseguia me imaginar arrancando cada peça do seu corpo, pouco a pouco. Era perceptível que Lu estava tão alta quanto eu, o álcool trabalhando em suas feições jovens e delicadas. - Vamos, Fernando... pegue sua mulher...vá para o quarto de vocês... Nós vamos cuidar de Vitória... aproveitem. - Rosa disse, empurrando Lu em minha direção, fazendo cair contra meu peito. Nós nos balançamos, e eu sabia que ela estava ainda mais bêbada do que eu, seus pés escorregando um no outro. - Desculpe, Fer-Nando... elas me pergunta-ram...e eu...ti-tive que fa-lar...que... Eu toquei sua testa, vendo que ela balbuciava através das palavras. Por mais que eu estivesse alcoolizado, não poderia me comparar ao estado vergonhoso de minha menina. As mãos dela brincaram com minha blusa, e nós lutamos para subir as escadarias. Laura e Rosa nos ajudaram a chegar até a porta do quarto. Fazia muito tempo que não ficávamos a sós naquele ambiente, e por mais que Vitória tivesse um quarto para ela, não conseguíamos nos afastar do pequeno bebê. Já fazia um ano que não tínhamos um momento só nosso, um momento como aquele. Minha menina sorria dentro do efeito do álcool, e eu fechei a porta rapidamente atrás de mim, trancando-a. Lu estava tão frágil e vunerável, que se eu não estivesse tão malditamente desesperado havia adiado aquele ato. Mas ela seria minha...de uma forma que talvez nunca tivesse sido.

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