O TUTOR

Capítulo 67

– Ele aproximou-se ainda mais de mim, trazendo um avermelhado para suas maçãs. Ele estava completamente irado, e eu conseguia ver as veias do seu pescoço se inchando a cada nova respiração;
- Seu doente...seduziu uma adolescente... - Eu não consegui controlar o ódio em meu corpo, indo de encontro à Pedro. Nós começamos uma luta com nossos braços, enquanto eu tentava acertar seu queixo sem sucesso. Ele jogou-me contra o
chão, dando um soco forte em meu rosto. Eu escutei alguns gritos de Lu, enquanto ele usava seus pés para pisar contra meu peito. Nunca mais pense em me tocar, entendeu? Quem é o criminoso aqui é você!
Eu abri meus olhos vendo Lu dar pequenos
socos no bíceps do garoto, tentando atrair sua atenção. - Solta ele, Pedro! Pára com isso! Por favor! - O imbecil estava tão cheio de ódio que sequer conseguia prestar atenção às súplicas de Lu. Seu rosto coberto pelo ódio estava completamente focado em mim. Eu tentei me mexer, sentindo que minhas pernas estavam sem força. Ele deu um sorriso vitorioso, e eu usei meus braços para puxá-lo para o chão. Quando ele caiu ao meu lado, eu sentei em sua barriga, socando seu queixo. O garoto grunhiu, deixando seus braços darem pequenos socos em mim. Lu começou a soluçar, e eu me distraí sentindo a dor da minha menina me atrair como um imã. A mão de Pedro acertou em cheio em meu rosto, e eu caí contra o chão. Minha cabeça já estava girando muito, e eu sentia uma dor intensa me invadir. Os meus olhos estavam fora de foco, e a minha visão se escurecia lentamente. A última visão que tive, era de Lu em cima do meu corpo, com as lágrimas molhando seus olhos. Eu esbocei um pequeno sorriso, antes de entregar-me à escuridão que me tragava por inteiro.
Uma luz forte acertou a íris dos meus olhos, enquanto eu fazia esforço para entreabrir meus cílios. Eu levei meus dedos até meu rosto, sentindo um doce aroma conhecido encontrar minhas narinas. O perfume doce não era de Lu, como inicialmente eu havia pensado. Meu cérebro buscou identifica-lo, e eu encontrei o rosto doce de Laura diante de mim - Fernando? Oh Fernando...Graças a Deus, eu estava preocupada! – O rosto dela estava em um misto e dor e sofreguidão, acompanhando a cor vermelha em seus olhos. Ela havia chorado e eu senti uma pontada de dor invadir meu rosto. Ela esboçou um meio sorriso, e eu senti o meu queixo latejava fortemente. Eu levei minhas mãos até o local, sentindo que um curativo havia sido feito no local.
- Você deslocou a mandíbula. Mas os médicos já fizeram o procedimento de correção...talvez você tenha que usar aparelho... eles não sabem dizer ainda se isso vai interferir na sua mordida.
Eu assenti, e ela passeou os dedos pelos meus cabelos. - O que houve? O que aconteceu comigo? Ela suspirou, afastando seu toque de mim.
Você estava brigando com Pedro...e
desmaiou... Eu consegui tirar Pedro de cima de você depois de algum tempo...
Eu assenti, coçando meus próprios olhos para procurar por Lu ao redor da cama hospitalar. Eu não via sequer sinal dela. Onde minha menina estaria? Eu olhei com dúvida para Laura, e percebi que sua expressão aflita estava se tornando uma
súplica. - Lu, onde está Lu? - Ela suspirou
exasperadamente, deixando as mãos caírem de encontro a cama. Eu percebi que seus olhos estavam levemente molhados, e ela escondeu o rosto de mim. Laura sabia de algo e estava receosa em me contar. Eu levantei-me rapidamente da cama, sentindo uma leve vertigem pelo movimento brusco. ONDE ELA ESTÁ LAURA? RESPONDE! Eu aumentei minha voz, quase que em um grito desesperado; Ela se afastou de mim, buscando ajuda em seus próprios dedos; Eu estava prestes à sair da cama, quando ela começou a balbuciar palavras embaralhadas.
- Fernando, eu...meu Deus...como vou dizer isso? O terror começou a tomar conta do meu peito, enquanto eu andava sem direção alguma ao redor do quarto. Eu encontrei os olhos de Laura, e agarrei seus ombros contra minhas mãos.